MEIO AMBIENTE

Atlas da Amazônia destaca ameaças e resistências nos territórios da maior floresta tropical do mundo

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A Fundação Heinrich Böll lançou o Atlas da Amazônia Brasileira: Fatos, Dados e Saberes da Maior Floresta Tropical do Mundo, reunindo análises sobre as dinâmicas ambientais, sociais, econômicas e políticas da região. A publicação apresenta 32 artigos elaborados por mais de 50 autores, em sua maioria originários da Amazônia, com enfoque em perspectivas locais, incluindo autores indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

O Atlas foi desenvolvido no contexto da preparação para a COP 30, que será realizada em novembro de 2025 em Belém (PA). A publicação ressalta o papel dos povos originários e tradicionais na preservação ambiental e nos debates climáticos. Também propõe uma mudança de perspectiva sobre a Amazônia, historicamente representada por visões externas e reducionistas desde o período colonial.

Entre os dados apresentados, o Atlas destaca o crescimento de atividades como o garimpo ilegal em Terras Indígenas, o avanço do agronegócio, a concentração fundiária e os impactos de grandes obras de infraestrutura. Em 2022, a região registrou 39 assassinatos de defensores ambientais, representando mais de um quinto dos casos no mundo. Já em 2023 e 2024, a Amazônia enfrentou secas severas, com redução no nível dos rios, afetando o abastecimento de água e alimentos.

A publicação também aborda a expansão da fronteira agrícola sobre territórios preservados, com destaque para a região conhecida como AMACRO, onde se concentrou 36% do desmatamento da Amazônia Legal em 2022. Além disso, trata de temas como saúde, línguas indígenas, cultura alimentar, economia do crime, mudanças climáticas e mecanismos de financiamento climático.

O Atlas está disponível gratuitamente no site da Fundação Heinrich Böll em português e inglês. A proposta é contribuir com informações acessíveis para fortalecer a defesa dos territórios amazônicos e subsidiar políticas públicas baseadas em justiça socioambiental.

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