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Camada de ozônio deve se recuperar até meados do século, diz ONU

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou em 16 de setembro de 2025 um relatório que aponta trajetória de recuperação da camada de ozônio, com fechamento do buraco sobre a Antártida previsto para meados do século, 38 anos após a ratificação do Protocolo de Montréal por 198 países para eliminar substâncias destruidoras de ozônio.

Segundo a OMM, a implementação do acordo levou à eliminação de mais de 99% da produção e do consumo de compostos como CFC, CTC, HCFC e brometo de metila, reduzindo a degradação do ozônio estratosférico. A entidade afirma que, “como resultado, a camada de ozônio está agora a caminho da recuperação até meados do século XXI”, com expectativa de queda nos riscos à saúde e a ecossistemas associados à radiação ultravioleta.

Os dados do relatório registram que, no Ártico, a espessura do ozônio em março de 2024 ficou 14% acima da média observada entre 1960 e 2023; o período seguinte manteve níveis elevados, com redução estimada de cerca de 5% na radiação UV de verão no hemisfério norte. Na Antártida, a profundidade do buraco ficou abaixo da média de 1990 a 2020, indicador interpretado como sinal de recuperação, apesar de anomalias entre 2020 e 2023.

Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, qualificou o Protocolo de Montréal como “um marco do sucesso do multilateralismo” e afirmou: “Hoje, a camada de ozônio está se recuperando. Essa conquista nos lembra que, quando as nações atendem aos alertas da ciência, o progresso é possível.” A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destacou que a recuperação reflete um processo sustentado por colaboração internacional e compartilhamento de dados.

O histórico do problema e das respostas multilaterais inclui o primeiro alerta em 1975, a identificação do buraco antártico nos anos 1980, a Convenção de Viena (1985) e a assinatura do Protocolo de Montréal (1987). Em 1995, Mario Molina, Paul Crutzen e Sherry Rowland receberam o Nobel de Química por elucidar reações que explicam a destruição do ozônio em nuvens estratosféricas.

Especialistas ouvidos pela OMM apontam que a continuidade do monitoramento do ozônio estratosférico e dos substitutos dos compostos banidos segue necessária. Para Matt Tully, presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação UV Solar, o acompanhamento sistemático deve prosseguir para assegurar a consolidação dos resultados e prevenir novos riscos.

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