A sessão desta quinta-feira, 3 de abril, na Câmara Municipal de Rio Branco, foi marcada por intensas discussões em torno do encerramento do programa Asfalta Rio Branco. O anúncio da suspensão foi feito pela Secretaria Municipal de Infraestrutura no dia anterior, gerando reações entre vereadores da oposição e da base do prefeito Tião Bocalom (PL).
Parlamentares da oposição, como Éber Machado (MDB) e André Kamai (PT), criticaram a gestão e cobraram esclarecimentos sobre a destinação dos recursos e a execução das obras. Durante o pronunciamento, Machado acusou a prefeitura de má gestão e alegou que parte do orçamento do programa, estimado em R$ 190 milhões, teria sido utilizado de forma indevida. Segundo ele, restariam R$ 40 milhões nos cofres públicos, e denúncias já teriam sido encaminhadas à Polícia Federal.
Em protesto simbólico, quatro vereadores compareceram à sessão usando roupas pretas e óculos escuros, gesto que foi chamado de “luto” pelo fim do programa.
O líder do prefeito na Câmara, vereador Rutênio Sá (União Brasil), rebateu as acusações e afirmou que o programa não foi encerrado, mas que uma nova licitação será aberta em até 90 dias. Segundo ele, os contratos com as empresas responsáveis pela pavimentação chegaram ao fim, o que teria motivado a interrupção das atividades. Ele afirmou que os recursos permanecem disponíveis e que a nova licitação terá acompanhamento de órgãos de controle como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Controladoria-Geral da União (CGU).
O secretário municipal de Infraestrutura, Cid Ferreira, declarou que a suspensão tem como objetivo permitir a reformulação do programa, o que inclui a revisão de contratos e do planejamento das obras.