O anúncio da contratação do técnico colombiano Juan Carlos Osório pelo Clube do Remo, feito nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, em Belém, marca um novo momento do futebol do Norte na disputa por espaço na Série A do Campeonato Brasileiro, ao sinalizar um projeto estruturado para a temporada de 2026 e recolocar clubes da região no debate nacional sobre competitividade e planejamento esportivo.
A escolha de Osório, de 64 anos, insere o Remo em uma estratégia que busca combinar experiência internacional e histórico recente no futebol brasileiro. Ex-treinador da seleção mexicana na Copa do Mundo de 2018, quando venceu Alemanha e Coreia do Sul na fase de grupos, o colombiano chega para substituir Guto Ferreira, que não renovou contrato ao fim da temporada. A diretoria azulina informou que a data de chegada do novo técnico à capital paraense ainda será detalhada, mas confirmou que o trabalho será voltado ao planejamento de médio prazo, com foco no acesso e na consolidação do clube na elite nacional.
A movimentação do Remo ocorre em um contexto histórico no qual os clubes do Norte enfrentam dificuldades estruturais, logísticas e financeiras para se manterem na Série A. Distâncias geográficas, custos de deslocamento e menor exposição midiática costumam impactar diretamente o desempenho esportivo e a capacidade de investimento. Ainda assim, o futebol da região tem registrado avanços pontuais ao longo das últimas décadas, com participações esporádicas na elite e campanhas de destaque em competições nacionais, o que mantém vivo o debate sobre a integração regional no principal campeonato do país.
Osório fará sua terceira passagem por clubes brasileiros. Em 2015, comandou o São Paulo por 29 partidas antes de assumir a seleção mexicana. Em 2024, esteve à frente do Athletico-PR por um curto período, encerrado após a eliminação no Campeonato Paranaense, com seis vitórias, quatro empates e uma derrota. Além do Brasil, o treinador acumula trabalhos em clubes como Atlético Nacional, América de Cali e Zamalek, do Egito, experiência que a diretoria remista avalia como fundamental para um projeto que busca competitividade nacional.
A aposta do Remo reforça uma tendência observada em outros clubes do Norte, que vêm investindo em gestão profissional, categorias de base e comissões técnicas com maior bagagem internacional como forma de reduzir desigualdades históricas em relação aos centros tradicionais do futebol brasileiro. Para torcedores e analistas, o movimento amplia a expectativa de que a Série A volte a contar com representantes da região de forma mais consistente, fortalecendo a diversidade geográfica da competição.
Caso o planejamento seja mantido, a presença do Remo na disputa pelo acesso e pela permanência na elite pode gerar impactos que vão além do campo, com reflexos na economia local, na visibilidade do futebol paraense e na valorização do esporte como vetor de identidade regional. O projeto para 2026, ainda em fase inicial, recoloca o futebol do Norte no centro das discussões sobre o futuro do Campeonato Brasileiro e o equilíbrio entre suas regiões.