O Ministério da Saúde do Brasil anunciou nesta quarta-feira (26) que adiantará a campanha nacional de multivacinação em dois estados do norte do país. A imunização será antecipada para maio no Acre e no Amazonas, em razão de um caso recente de poliomielite na fronteira com o Peru. O objetivo é recuperar coberturas vacinais em todo o país, sobretudo entre crianças.
O diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Éder Gatti, lembrou que, desde 2016, o Brasil registra quedas progressivas em praticamente todas as doses do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Fechamos o ano de 2022 com os piores indicadores de cobertura vacinal. Praticamente todas as vacinas que são oferecidas para as nossas crianças registram baixas coberturas. Isso é um problema”, opinou.
Além disso, Éder Gatti alertou para o risco de introdução de doenças como a poliomielite, a difteria e a febre amarela no país. Ele afirmou que é necessário ajustar os sistemas de informação que registram doses aplicadas e organizar os estoques para que os dados tenham melhor qualidade. A partir daí, será feita uma campanha de multivacinação nacional, que trabalhará numa lógica de ampliar o acesso à vacinação.
Para isso, serão diversificadas as estratégias de vacinação, como a aplicação de vacinas nas escolas e a vacinação extramuro para alcançar usuários que muitas vezes não têm disponibilidade de se dirigir a uma unidade de saúde. Éder Gatti destacou que a multivacinação é fundamental para manter a população brasileira protegida contra diversas doenças, e que o PNI, que completa 50 anos, é um programa robusto e forte que ganhou reconhecimento ao longo das últimas décadas.