A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou um satélite equipado com radar de banda P capaz de atravessar as copas das árvores para medir a quantidade de carbono armazenado nas florestas tropicais, incluindo a Amazônia. A iniciativa pretende produzir mapas de biomassa com alta precisão para avaliar o papel dessas florestas na regulação do clima global e os efeitos do desmatamento.
Com uma antena de 12 metros de diâmetro, o satélite foi lançado a partir da base da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, e sobrevoará regiões da Amazônia, Congo e Indonésia. A missão foi idealizada por pesquisadores do Reino Unido, com colaboração de especialistas da Europa e dos Estados Unidos. A construção da antena contou com a participação da empresa americana L3Harris Technologies, especializada em sistemas dobráveis de grande porte.
O professor John Remedios, diretor do Centro Nacional de Observação da Terra, afirmou que o satélite permitirá analisar o interior das florestas tropicais, oferecendo uma estimativa mais precisa da biomassa lenhosa, utilizada como indicador da quantidade de dióxido de carbono presente nas árvores.
O projeto busca superar limitações de satélites anteriores, que não conseguiam atravessar as nuvens e só captavam imagens da parte superior das copas. A nova tecnologia pretende oferecer uma visão contínua e comparável das florestas tropicais ao longo dos anos.
Segundo o professor Mat Disney, da University College London, o entendimento atual da quantidade de carbono nas florestas tropicais ainda é fragmentado devido à dificuldade de medição em campo. Com o novo satélite, espera-se obter dados mais consistentes sobre o carbono absorvido e perdido em função do desmatamento.
A previsão é de que os primeiros mapas estejam disponíveis em seis meses, com a coleta de dados prevista para os próximos cinco anos.
Com informações de BBC News Brasil e Folha de S.Paulo