MEIO AMBIENTE

Acre reforça protagonismo no REDD+ com nova ferramenta de cálculo de carbono florestal

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O governo do Acre participou, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), do lançamento da nova versão da Calculadora de Carbono de Áreas de Floresta (CCAL 2.0), desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). O evento ocorreu na sexta-feira, 10 de outubro, em Brasília, e apresentou avanços tecnológicos na medição e rastreabilidade das emissões de carbono nas florestas tropicais.

O Acre foi convidado a integrar o lançamento em razão de sua experiência com programas jurisdicionais de REDD+, implementados desde 2012. O estado consolidou-se como referência nacional ao estruturar o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (SISA), que reúne políticas públicas, salvaguardas socioambientais e parcerias internacionais voltadas à conservação da floresta e à regulação de serviços ecossistêmicos.

O diretor técnico do IMC, Leonardo Ferreira, destacou que a ferramenta chega em um momento importante para o aprimoramento das políticas de mitigação climática. “A atualização da ferramenta chega em um momento estratégico, pois traz funcionalidades capazes de atender às demandas específicas dos programas jurisdicionais de REDD+. O Acre, que vem construindo há mais de uma década uma política sólida de regulação de serviços ambientais, vê na CCAL 2.0 uma aliada para aprimorar o monitoramento e a contabilização dos estoques de carbono, garantindo mais precisão e transparência às nossas ações”, afirmou.

A chefe de Regulação do IMC, Fabiana Costa, também participou do lançamento, que contou com a presença de representantes do poder público, do sistema de justiça e de instituições de pesquisa. As novas funcionalidades da CCAL 2.0 incluem a geração de relatórios regionais e indicadores de rastreabilidade, ampliando a transparência das ações climáticas.

Além de apoiar políticas públicas e programas de REDD+, a plataforma poderá ser usada em processos judiciais que tratam de crimes ambientais, ao calcular o valor monetário das emissões de carbono provenientes de desmatamento ilegal, conhecido como dano climático. O cálculo segue metodologia do Fundo Amazônia e contribui para a valoração de impactos e reparação ambiental.

Com mais de uma década de existência, a CCAL se tornou um instrumento de referência no país para a gestão de carbono florestal, apoiando políticas de mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), cerca de 46% das emissões brasileiras estão relacionadas ao desmatamento, o que reforça a importância de ferramentas que aprimorem a mensuração e o controle desses impactos.

O evento foi organizado pelo IPAM, em parceria com a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e o Ministério Público Federal (MPF), com apoio da UK Pact, Fundação Moore, Instituto Clima e Sociedade (ICS) e Agência Norueguesa para Cooperação para o Desenvolvimento (Norad).

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