MEIO AMBIENTE

Especialistas discutem monitoramento de carbono no Programa Caminho Verde

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Representantes de instituições de pesquisa, governo, setor financeiro e organizações não governamentais se reuniram em 23 de setembro, na sede da Embrapa em Brasília, para avançar na construção de bases para monitorar carbono em sistemas agropecuários e florestais. O encontro integra a Aliança Agro Sustentável Brasil, iniciativa que reúne diferentes setores para apoiar políticas públicas voltadas ao Programa Caminho Verde.

O Programa Caminho Verde substitui o antigo Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas e tem como objetivo recuperar áreas degradadas e promover práticas de manejo que aumentem a captura de carbono. A meta do governo é converter 40 milhões de hectares em dez anos, dobrando a produção de alimentos sem necessidade de desmatamento. “A pesquisa que fazemos na Embrapa é o alicerce para políticas públicas ambiciosas e eficazes”, afirmou a presidente da instituição, Silvia Massruhá, destacando o papel da ciência como ponte entre conhecimento e ação governamental.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, ressaltou que a Aliança Agro Sustentável Brasil reforça a formação de redes de conhecimento para orientar políticas públicas. Ele lembrou que em 2024 foi formalizada a Integra Carbono, iniciativa voltada à redução de emissões de gases de efeito estufa. Para ele, o desenvolvimento depende da cooperação entre ciência, tecnologia e diferentes setores sociais.

Os primeiros recursos do Programa Caminho Verde virão do Eco Invest, criado pelo Tesouro Nacional para atrair investimentos privados estrangeiros. Os editais abrangem todos os biomas e os primeiros projetos devem ser contratados a partir de outubro. A pesquisadora Patrícia Santos, da Embrapa Pecuária Sudeste, explicou que estão sendo elaborados protocolos para orientar o programa, com participação de diferentes setores. “Os especialistas entram com a credibilidade e a transparência dos dados a partir da proposta de implementar processos de monitoramento baseados em práticas MRV”, disse.

Entre os métodos discutidos para monitorar o carbono estão o uso de sistemas de informação geográfica para verificar áreas produtivas, coleta de amostras em campo e tecnologias como espectroscopia a laser. Também foi apontada a necessidade de reuniões com instituições financeiras para alinhar critérios de elegibilidade e de uma plataforma de dados que centralize informações, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados.

Os especialistas recomendaram ampliar a integração institucional, incluindo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais como parceiro, e formalizar as ações das equipes de ciência e tecnologia. A expectativa é que o conjunto de medidas assegure transparência e credibilidade ao monitoramento do carbono dentro do Programa Caminho Verde.

Fonte: Embrapa

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