A participação das mulheres na Justiça Restaurativa foi tema central do 1º Encontro de Mulheres na Justiça Restaurativa, realizado entre 19 e 21 de março, em Brasília. O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) esteve presente no evento, representado pela desembargadora Waldirene Cordeiro e pela juíza Andréa Brito, que destacaram a importância da prática no estado e sua aplicação no sistema penal.
Durante sua fala, a desembargadora Waldirene Cordeiro enfatizou que a Justiça Restaurativa vai além de um método alternativo de resolução de conflitos. “Ela propõe uma nova forma de enxergar o direito, as relações interpessoais e, sobretudo, o papel do sistema de justiça na reconstrução de vidas, no restabelecimento de vínculos e na reparação de danos”, afirmou.
Para Waldirene, essa forma de promoção de Justiça deve ser encarada como mais que uma abordagem alternativa para resolução de conflitos
Ela também destacou que, quando se trata da atuação feminina, a prática precisa considerar as desigualdades e a vulnerabilidade de muitas mulheres. “Muitas vezes estamos lidando com uma realidade marcada por desigualdades históricas, violência estrutural e uma vulnerabilidade que não encontra resposta adequada dentro do sistema tradicional”, disse a desembargadora.
A juíza Andréa Brito abordou a aplicação da Justiça Restaurativa no sistema penal acreano, ressaltando que essa abordagem pode oferecer um caminho para a reintegração social de mulheres privadas de liberdade. “A Justiça Restaurativa permite que, por meio do diálogo e da mediação, as mulheres possam reconstruir seus laços com a sociedade, com suas famílias e consigo mesmas”, explicou.
O evento incluiu debates sobre o papel das mulheres na construção de caminhos restaurativos, com destaque para a experiência do Acre na aplicação dessas práticas no Judiciário e no sistema penitenciário.