Cultura

Lançamento de livros é ato de resistência: Histórias do Acre

Jornalista Elson Martins e sociólogo Nilo Diniz lançam livros sobre a luta dos povos da floresta.

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A noite da última segunda-feira (17), no Acre, foi marcado pelo lançamento de duas grandes obras literárias, os livros “Acre: um estado de espírito”, do jornalista Elson Martins, e “Chico Mendes: um grito no ouvido do mundo”, do sociólogo Nilo Diniz, no Café com Poesia, em Rio Branco.

Jornalista há mais de 50 anos, Elson Martins trabalhou em jornais regionais no Amapá e no Pará e de grande repercussão nacional, como o Estadão. No Acre, foi um dos fundadores do histórico jornal O Varadouro (1977 a 1981), impresso alternativo onde corajosamente se mostravam as lutas dos trabalhadores e povos da floresta.

“Eu vivo essa aventura jornalística há mais de cinco décadas. Como eu trabalhava demais, não tinha muito tempo para escrever um livro de autoria minha, já tive participação em outros. Mas como agora estou aposentado, os jornais impressos saíram de cena e eu sou muito defensor do jornal impresso e como não havia mais nada parecido, resolvi me tornar escritor”, disse Martins.

“Eu pretendo lançar outros, mas tudo vai depender desse primeiro. Conforme a reação dos leitores, eu crio coragem para produzir outros. Eu tenho muita coisa para produzir, minha ideia é contar algo meu, com todos estes anos de história que eu tenho dentro da Amazônia”, finalizou.

O sociólogo Nilo Diniz milita na causa socioambiental desde o início dos anos 1980, mas como afirma o próprio autor, foi ao conhecer Chico Mendes que aprendeu o significado de unir as lutas social e ambiental. O livro nasceu de pesquisas feitas por dois anos junto a lideranças extrativistas e jornalistas no Acre, em Rio Branco e Xapuri, assim como em Brasília (DF), São Paulo e Rio de Janeiro, que testemunharam a forte história de Chico Mendes.

“Eu procurei desenvolver neste trabalho a dissertação de um trabalho feito no ano 2000, ainda na faculdade de comunicação, usando o resultado muito prático e objetivo, de como a imprensa participa do fazer da história. E usando os movimentos dos seringueiros e a luta de Chico Mendes, um dos principais líderes deste movimento extrativista aqui do Acre e da Amazônia, para fazer um paralelo entre esta realidade e o tratamento oferecido pela imprensa ao contar aquela história naquela época”, ressaltou Diniz.

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