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Marina Silva relembra artigo publicado em 1998 e destaca legado de Chico Mendes 37 anos após assassinato

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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, publicou nesta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, uma mensagem nas redes sociais relembrando o artigo Quem sonha não morre, escrito por ela e publicado no jornal O Globo em 22 de dezembro de 1998, dez anos após o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes. A data marca os 37 anos da morte de Chico Mendes, ocorrida em Xapuri, no Acre, em 1988.

Na postagem, Marina afirma que houve avanços desde a publicação do texto e retoma reflexões feitas à época sobre o significado político, social e ambiental da trajetória de Chico Mendes. Segundo ela, o aprendizado deixado pelo líder seringueiro foi o de manter “os olhos voltados para o futuro”, mesmo diante da violência e das perdas impostas à luta dos povos da floresta.

O artigo original foi escrito em um contexto de memória e balanço histórico, dez anos após o crime que teve repercussão internacional e colocou o Acre no centro do debate ambiental e dos conflitos agrários na Amazônia. No texto, Marina Silva abordou a ausência de Chico Mendes no cotidiano das lutas sociais, a reorganização do movimento seringueiro após sua morte e os desdobramentos políticos daquele período, incluindo a eleição de representantes ligados à causa ambiental e dos trabalhadores da floresta.

Na publicação desta segunda-feira, Marina retoma um trecho central do artigo ao afirmar que, após 37 anos sem Chico Mendes, as saudades são transformadas em projetos e expectativas deixadas por ele. A mensagem estabelece uma ponte entre o passado e o presente, ao relacionar o legado de Chico Mendes com os desafios atuais da Amazônia, da proteção ambiental e dos direitos das populações tradicionais.

Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, aos 44 anos, em frente à sua casa, em Xapuri. Líder sindical, seringueiro e ambientalista, foi um dos fundadores do Conselho Nacional dos Seringueiros e teve papel central na formulação da proposta de reservas extrativistas, modelo que alia conservação ambiental e uso sustentável da floresta por comunidades tradicionais. Sua morte resultou em condenações judiciais e ampliou a visibilidade internacional dos conflitos fundiários no Acre.

A lembrança do artigo publicado em 1998 traz de volta o sentido mais profundo da ausência e da permanência de Chico Mendes. Ao afirmar que os melhores lagos da Amazônia não são os que ficam isolados, mas os que se renovam quando inundados por novas águas, Marina Silva transformou a saudade em horizonte político. Trinta e sete anos após o assassinato do líder seringueiro, sua morte segue não como ponto final, mas como origem de uma corrente de ideias, lutas e escolhas que continuam a se espalhar pela floresta, pelos povos que nela vivem e pelos sonhos que ele ajudou a semear.

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