MEIO AMBIENTE

Ministra Sônia Guajajara defende protagonismo indígena na COP30 durante seminário no Acre

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Durante participação no seminário indígena COParente – Rumo à COP30, realizado nesta quarta-feira (9), na Terra Indígena do Rio Gregório, em Tarauacá (AC), a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, defendeu o protagonismo dos povos originários nas negociações da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém (PA).

“Ainda não foi suficiente para entender a floresta como medida de mitigação. E agora que começa a haver espaço de decisão, é hora de incluir floresta, biodiversidade e povos indígenas nessas decisões”, afirmou a ministra. Segundo ela, a mobilização nacional tem percorrido todas as regiões do país, com a etapa amazônica em curso.

A ministra destacou que, ao longo das 29 edições anteriores da COP, a participação indígena foi “muito tímida” e que a realização da COP30 no Brasil é uma oportunidade para mudar esse cenário. “O maior número de indígenas que tivemos até agora foi em Paris, em 2015, e em Dubai, em 2023, com cerca de 350 indígenas de todo o mundo. Agora estamos lutando para garantir 500 participações só do Brasil”, afirmou.

Guajajara alertou, no entanto, que esse número ainda depende da aprovação final dos países membros da ONU, apesar de já ter sido aceito pela presidência da conferência. “Estamos tentando sustentar essa proposta, porque não é mais possível seguir discutindo mudanças climáticas sem considerar a presença e o protagonismo indígena”, afirmou.

A ministra também reforçou a importância da participação indígena em diferentes níveis: nos espaços oficiais, nas zonas paralelas (como a zona azul, zona verde, copa indígena e alojamento indígena), e na Cúpula dos Povos. “Queremos chegar fortalecidos, articulados, com posicionamentos claros e conectados com mais povos e movimentos. Isso muda a história da COP”, disse.

Ao final, Guajajara enfatizou que a COP30 precisa ter “um rosto indígena” e que este é o momento de transformar o que foi decidido no Acordo de Paris, em 2015, em ações concretas. “Tirar os povos indígenas da marginalização e colocá-los no centro da incidência política é mudar a cara da COP. É isso que estamos fazendo aqui”, concluiu.

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