No Fórum Econômico Mundial, liderança indígena acreana e presidente da Colômbia debatem o fim do uso do petróleo
Davos: Líder indígena acreano elogia postura anti-petróleo do presidente colombiano. Petro destaca compromisso ambiental e critica o capitalismo. #FórumEconômicoMundial
Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, esta semana, ocorreu um encontro entre dois mundos de uma só Amazônia, uma conversa entre Biraci Brasil, liderança do povo Yawanawá do Acre, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Nesta ocasião, Biraci destacou a relevância da fala de Petro sobre a cessação do uso de petróleo: “isso vai influenciar no futuro da humanidade.”
Biraci Brasil, da Terra Indígena Yawanawá, no Rio Gregório, em Tarauacá, no Acre, expressou seu apreço pela posição de Petro: “A sua fala de ontem foi uma das palavras mais importantes de um governo que eu já ouvi. Você falou de não usar o petróleo em seu país. Isso é uma coisa muito importante e corajosa. Nenhum governo tem coragem. Você é um exemplo para todos os governos do mundo, não só da América Latina. Eu quero falar com vocês palavras como liderança indígena, amazônica, e a gente sonha como homens com essa visão, ocupar esses cargos mais importantes, mais decisivos da política da sociedade ocidental.”.
Respondendo a estas observações, Gustavo Petro, presidente da Colômbia, agradeceu e mencionou uma futura visita à comunidade de Brasil: “Obrigado! Um salve à sua comunidade, um dia eu vou por lá.”
Petro, em sua fala no Fórum, destacou a posição da Colômbia contra a exploração petrolífera: “Nós, desde a Colômbia, dizemos ‘não mais explotação petroleira’. Firmamos o Tratado de Não-Proliferação de Combustíveis, que só o firmam as ilhas que estão a ponto de desaparecer com suas populações. Queremos que se estenda a todo o mundo. A selva amazônica vale mais que o petróleo que está ali dentro, é a vida. O petróleo é a morte.”
Este discurso de Petro foi um dos mais críticos ao sistema capitalista entre os chefes de Estado presentes no evento. Ele descreveu o sistema econômico atual como um “capitalismo de fortaleza, que constrói muros e lança bombas”. A conversa entre Petro e Biraci foi divulgado pelo presidente, em suas redes sociais.