O Sebrae apoiou mais de 720 mil pequenos negócios em todo o país ao longo de 2025 com ações voltadas à inserção e ao fortalecimento da presença no mercado digital, por meio de capacitações presenciais, orientação técnica e incentivo ao uso de marketplaces e ferramentas digitais, com o objetivo de ampliar o alcance comercial e o faturamento de micro e pequenos empreendimentos.
As ações foram realizadas em um contexto de crescimento acelerado do comércio eletrônico no Brasil, que tem se consolidado como um dos principais canais de acesso a novos mercados para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. Entre 2019 e 2024, o faturamento dos pequenos negócios com vendas online passou de R$ 5 bilhões para R$ 67 bilhões, segundo dados apresentados pelo Sebrae, movimento que acompanha a expansão geral do setor. Em 2024, o e-commerce brasileiro movimentou R$ 225 bilhões, com crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior e de 311% nos últimos cinco anos, acumulando R$ 1 trilhão em transações desde 2016.
Ao longo de 2025, a instituição promoveu 42 eventos presenciais em todos os estados brasileiros, com foco na orientação prática para atuação em plataformas como Mercado Livre, Amazon e Shopee, além do uso de ferramentas digitais como Canva e TikTok. De acordo com o gestor de Mercado Digital do Sebrae Nacional, William Almeida, o trabalho vai além da capacitação teórica. “De 2021 para cá, além de capacitar, nós colocamos mais de 18.500 novas lojas para rodar nos marketplaces. São vitrines virtuais que não existiam”, afirmou. Segundo ele, muitos empreendedores enfrentam dificuldades para acessar esses canais e compreender como operar de forma consistente no ambiente digital.
O impacto econômico dessas iniciativas é apontado pelo Sebrae como um dos principais indicadores de resultado. As mais de 18.500 lojas virtuais criadas desde 2021 geraram R$ 841,4 milhões em faturamento para pequenos negócios. Para William Almeida, a presença digital deixou de ser uma opção. “O empreendedor, independentemente do porte do pequeno negócio, precisa estar no mercado digital pelo potencial de faturamento do e-commerce”, disse, ao destacar que a participação dos pequenos negócios ainda representa uma parcela reduzida do volume total movimentado pelo setor.
Além dos marketplaces, o Sebrae tem orientado os empreendedores sobre a importância da presença em outros canais digitais, como Instagram, Google Perfil Empresa e TikTok Shop, considerados estratégicos para a visibilidade local e regional dos negócios. Segundo William, soluções simples podem gerar resultados diretos. “Se um dono de restaurante adota o Perfil Empresa no Google e o consumidor procura no Maps um lugar para almoçar, esse pequeno negócio passa a aparecer como opção, desde que as informações estejam atualizadas”, explicou.
A instituição também oferece conteúdos gratuitos, consultorias e convênios com grandes plataformas digitais, com subsídios que podem chegar a até 90% do valor de ferramentas e soluções tecnológicas. A estratégia busca reduzir barreiras de entrada e adaptar os pequenos negócios às mudanças no comportamento de consumo, cada vez mais concentrado em ambientes digitais.
Com a ampliação do acesso ao mercado digital, o Sebrae avalia que os efeitos vão além do aumento do faturamento, alcançando a geração de emprego e renda em diferentes regiões do país. A expectativa é de que a continuidade dessas ações contribua para ampliar a participação dos pequenos negócios no comércio eletrônico nacional, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos no médio e longo prazo.