MEIO AMBIENTE

Crise climática já está em curso e exige ação imediata, afirma ex-presidente do Ibama

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A ex-presidente do Ibama e atual coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, afirmou que a crise climática deve ser enfrentada no presente. A declaração foi feita em entrevista ao podcast Planeta A, publicada por ((o))eco. Segundo Suely, “não temos mais tempo, temos que agir”.

Na entrevista, Suely explicou que o aquecimento global já ultrapassou 1,1 grau em relação aos níveis pré-industriais e que, em alguns períodos recentes, a sensação térmica tem se aproximado de 1,5 grau — limite apontado por cientistas como crítico. Ela destacou que eventos extremos, como secas e enchentes, se tornaram recorrentes.

A ex-presidente do Ibama identificou os combustíveis fósseis como o principal fator de aquecimento global. No Brasil, porém, o maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa é o desmatamento, que representa 48% do total. O país é o sexto maior emissor do mundo, segundo ela.

Suely também chamou atenção para a desigualdade dos impactos climáticos. Populações de baixa renda, negras, indígenas e mulheres chefes de família são as mais vulneráveis aos efeitos dos eventos extremos. Ela defendeu a incorporação da agenda climática em todas as políticas públicas, incluindo habitação, agricultura e urbanismo.

Entre as propostas para adaptação, Suely mencionou replanejamento urbano, cidades mais permeáveis, mudanças no uso do solo e investimento em agropecuária de baixo carbono. Também alertou para a necessidade de planos de contingência diante de emergências.

A entrevistada avaliou que o governo federal apresentou avanços na reconstrução da política ambiental, mas apontou incoerência na defesa da expansão da exploração de petróleo. Para ela, o país precisa decidir se quer seguir o caminho da descarbonização e liderar essa agenda internacionalmente.

Por fim, Suely defendeu que os municípios incluam medidas climáticas em seus planos diretores e cobrou mais propostas dos candidatos nas eleições locais. Ela destacou que o enfrentamento da crise climática exige ações simultâneas de mitigação e adaptação, com prioridade para os grupos mais vulneráveis.

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