Mais que um fórum para a bioeconomia e a sociodiversidade, o Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado em Rio Branco, no Acre, de 25 a 28 de junho, promete ser um caldeirão cultural, celebrando a rica efervescência artística da região. O evento, que busca promover debates e reflexões cruciais sobre o futuro da Amazônia, proporcionará espaço para manifestações culturais, tornando-o um palco vibrante para a diversidade local.
Reconhecido globalmente por sua colaboração artística com o DJ Alok, Mapu Huni Kuin será um dos destaques do encontro. Sua apresentação dará o pontapé inicial nas atividades do Txai Amazônia, marcando oficialmente o início do seminário no primeiro dia.
“Abrir um evento como o Txai Amazônia, que vai viabilizar uma discussão de preparação para a COP30, é mais que um privilégio, é um presente mesmo, uma oportunidade, uma conquista. Pois há muito tempo não tínhamos a nossa voz abrindo um acontecimento tão importante”, celebra Mapu.
Com programação gratuita, o Txai Amazônia será realizado no eAmazônia da Universidade Federal do Acre (Ufac). Mais de 160 artistas estão confirmados para compartilhar suas mensagens através de canto, dança e diversas outras expressões culturais. Em um momento de crescente crise climática e intensas disputas simbólicas sobre a Amazônia, o seminário emerge como um verdadeiro manifesto.
“Levaremos o nosso canto de cura e equilíbrio para somar a esse momento de criação e debates. Vamos demarcar os nossos espaços, mostrando que a gente pode estar em seminários, em congressos, em conferências, em reuniões, em fóruns. Não estamos para atrapalhar, mas para somar. Parabenizo os organizadores do Txai, pois me sinto respeitado, o meu povo está sendo respeitado, é a nossa presença ali, a nossa voz”, salienta.
A programação completa da Mostra Txai Amazônia pode ser conferida no site https://txaiamazonia.com.br/ e no @txai.amazonia
Txai Amazônia
Realizado pelo Instituto Sapien – Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT) dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional –, em colaboração com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, por meio das Secretarias de Estado de Povos Indígenas (SEPI), Planejamento (SEPLAN), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (FAPAC) e mais de 20 instituições acreanas, o Seminário Internacional Txai Amazônia se apresenta como uma plataforma para a formulação de soluções inovadoras, integrando conhecimento técnico-científico, inovação e sabedoria ancestral.
Completando 125 anos de sua primeira publicação, o clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, ganha uma releitura provocadora na peça “Eu Capitu”, que terá apresentações gratuitas neste fim de semana em Rio Branco. O espetáculo, que já circulou por várias cidades brasileiras, chega à capital acreana para dar voz às mulheres em um mundo muitas vezes narrado por homens.
A peça, com texto de Carla Faour e direção de Miwa Yanagizawa, propõe uma reflexão profunda sobre a violência de gênero e o silenciamento feminino. A trama acompanha Ana, uma adolescente que encontra em um mundo de fantasia a fuga para a realidade brutal do relacionamento abusivo de sua mãe. Sua prova final de literatura, baseada na obra de Machado de Assis, a faz enxergar semelhanças entre o livro e sua vida. É então que a personagem Capitu, misteriosa e enigmática, surge para Ana, dando à menina uma nova perspectiva da história.
“Eu Capitu” foi aprovado na Seleção Petrobras Cultural e conta com recursos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura. A peça já foi apresentada em Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e São Luís, com lotação máxima, e depois de Rio Branco segue para Porto Velho, Salvador, Fortaleza e Manaus.
Programação
As apresentações de “Eu Capitu” serão realizadas na Usina de Arte João Donato (R. das Acácias, 1155 – Distrito Industrial). A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser retirados na bilheteria do local, uma hora antes de cada sessão.
Sábado, 13 de setembro, às 19h: Sessão aberta ao público com recursos de audiodescrição (para pessoas com deficiência visual) e tradução em Libras (para pessoas com deficiência auditiva).
Domingo, 14 de setembro, às 19h: Sessão aberta ao público com uma roda de conversa sobre o tema da peça ao final.
Classificação: 14 anos | Duração: 90 min
Um alerta contra o feminicídio
O espetáculo aborda questões urgentes, como o aumento nos casos de feminicídio. O Acre, por anos, esteve entre os estados com as maiores taxas de mortes de mulheres por questões de gênero. Em 2023, ocupou o 2º lugar no ranking nacional, com uma taxa de 2,4 feminicídios a cada 100 mil mulheres, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Apesar de um dado recente indicar uma queda na taxa de feminicídio no estado, a peça reforça a importância de discutir a violência contra a mulher. “Eu Capitu” une ficção e realidade, convidando a plateia a refletir e a tomar consciência de um problema social complexo, mas que precisa ser abordado. Como resume a diretora Miwa Yanagizawa, a peça busca “instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva”.
Ficha Técnica
Direção Artística: Miwa Yanagizawa / Texto: Carla Faour / Diretora Assistente: Maria Lucas / Idealização e Direção Geral: Felipe Valle / Direção de Produção: Bárbara Galvão (Pagu Produções Culturais) / Coordenação de Projeto: Trupe Produções Artísticas / Elenco: Juliana Trimer e Mika Makino / Direção Sonora, Trilha Original e Preparação Vocal: Azullllllll / Direção de Arte: Teresa Abreu / Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni / Produção Executiva: Bem Medeiro / Produtora Assistente: Natalia Dias / Produção Local: Sacha Alencar / Assistente de Produção Local: Brenn Souza / Design Gráfico e Fotografia: Daniel Barboza / Assessoria de Imprensa: Maria Meirelles / Produtora Associada: Pagu Produções Culturais / Realização: Trupe Produções Artísticas / Patrocínio: Petrobras
Cultura e capacitação em Rio Branco: Oficina de Portfólio e espetáculo teatral marcam a segunda-feira; confira
A oficina será promovida no Teatro de Arena do SESC, das 19h às 22h. A iniciativa visa capacitar artistas e produtores culturais a construírem um portfólio criativo e estratégico.
O Comitê de Cultura Acre realiza, nesta segunda-feira, 08, em Rio Branco, o projeto “Territórios em Foco: Oficina de Portifólio Cultural. Após percorrer 13 municípios acreanos, a formação, ministrada por Claudia Toledo, é totalmente gratuita, concluindo na capital acreana essa fase de formações.
Interessados em participar devem se inscrever por meio do link de inscrição na bio do Instagram @comitedecultura_acre.
A oficina será promovida no Teatro de Arena do SESC, das 19h às 22h. A iniciativa visa capacitar artistas e produtores culturais a construírem um portfólio criativo e estratégico.
“O portfólio cultural é a ponte entre você e o mundo: nele cabe sua história, projetos, experiências e saberes, organizados de forma criativa e atrativa. É a ferramenta que abre caminhos em editais, processos seletivos e também na divulgação do seu trabalho”, explica Claudia Toledo – coordenadora geral do Comitê de Cultura Acre.
Para tornar a experiência ainda mais completa, a oficina em Rio Branco terá uma atração extra: a apresentação do espetáculo “Carcinoma”, que abrirá o evento.
“O espetáculo materializa a oficina de portfólio e mostra vários caminhos. Várias formas que você tem para poder construir o seu portfólio, a importância dele para a cultura, como ele, nesse contexto dos editais, a pontuação que ele tem, que ele pesa com relação à pontuação dos editais”, destaca Claudia.
A coordenadora ressalta que o projeto tem tido um resultado positivo nos municípios por onde passou, com um público cada vez maior interessado em participar.
A etapa em Rio Branco encerra o ciclo atual do projeto. No entanto, Claudia Toledo adianta que novas iniciativas estão sendo planejadas. “A próxima etapa a gente está em planejamento, para fazer uma coisa diferente. E outras ações vão surgir aí pelo comitê também para ajudar e dar esse apoio técnico para as pessoas que estão interessadas em participar dos editais para a cultura”, finaliza.
A entrada é gratuita. A oficina é uma realização do Comitê de Cultura Acre, por meio do Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC/MinC), em parceria com a Cia Visse e Versa, Prefeitura de Rio Branco e Sesc Acre.
Serviço:
O quê: Territórios em Foco: Oficina de Portfólio Cultural
Completando 125 de sua primeira publicação, o clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis, terá uma releitura encenada na capital acreana, na peça “Eu Capitu”. Com texto de Carla Faour e direção de Miwa Yanagizawa, o espetáculo visa dar voz às mulheres e traz à cena a história a partir da visão de Ana, uma menina prestes a entrar na adolescência, que vivencia o fim do relacionamento abusivo da mãe.
Em Rio Branco, Acre, pela primeira vez, “Eu Capitu” terá apresentações gratuitas nos dias 13, 14 e 15 de setembro, na Usina de Arte João Donato (R. das Acácias, 1155 – Distrito Industrial). No sábado, 13, a sessão será acessível com recurso de audiodescrição, para pessoas com deficiência visual, e tradução em Libras, para pessoas com deficiência auditiva. Já no domingo, 14, ao final do espetáculo, a plateia vai desfrutar de uma roda de conversa sobre o tema. A retirada de ingressos será realizada na bilheteria da Usina de Arte, uma hora antes da peça. Na segunda-feira, 15, será promovida uma apresentação exclusiva para estudantes da rede pública de ensino e projetos sociais, também na Usina de Artes.
O espetáculo é um alerta sobre o aumento nos casos de feminicídio. Por anos, o Acre esteve entre os estados com as maiores taxas de mortes de mulheres por questões de gênero. Em 2023, por exemplo, o estado ocupou o 2º lugar no ranking nacional, com uma taxa de 2,4 feminicídios a cada 100 mil mulheres, um dado alarmante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A violência é confirmada por um estudo do Observatório de Violência de Gênero do Ministério Público do Acre (MPAC), que registrou 77 feminicídios consumados e 111 tentativas entre 2018 e 2024. No entanto, um dado recente traz uma perspectiva positiva: em 2024, a taxa de feminicídio no Acre foi a menor dos últimos sete anos, chegando a 1,9 por 100 mil mulheres, indicando uma mudança importante no cenário local.
A peça propõe uma reflexão profunda sobre a violência de gênero, entrelaçando elementos de fantasia com a realidade brutal enfrentada por mulheres. Ao unir a ficção ao cotidiano das vítimas, a obra oferece uma perspectiva única e poderosa para abordar um tema tão sensível.
“Logo de início, entendi que não queria uma peça realista. Se o assunto era muito duro e pesado, eu queria falar de uma forma doce e lúdica com a criação de um universo simbólico e metafórico.”, resume Carla Faour, que chama a atenção pelo fato de a peça dar voz a mulheres em um mundo que tem a narrativa masculina, seja na política, nas artes, na história ou nas famílias.
“Eu Capitu” foi aprovado na Seleção Petrobras Cultural e conta com recursos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura. A peça já foi apresentada em Brasília, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e São Luís, com lotação máxima, e depois de Rio Branco segue para Porto Velho, Salvador, Fortaleza e Manaus.
O olhar feminino da obra de Machado de Assis
Em “Eu Capitu”, a menina Ana, interpretada pela atriz Mika Makino, tem por hábito se isolar em um mundo imaginário como forma de fugir dos problemas que enfrenta em casa. Sua mãe, Leninha, representada pela atriz Juliana Trimer, vive um relacionamento abusivo com o marido. A tensão doméstica acaba por refletir no rendimento escolar da menina que precisa tirar boas notas em Literatura para não repetir o ano. A prova final vai ser baseada na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. No entanto, a leitura afeta diretamente a menina que passa a enxergar pontos em comum entre o livro e sua vida.
Em seu refúgio fantástico, Ana começa a misturar ficção com realidade e recebe a visita de uma mulher misteriosa, que tem o rosto parecido ao de sua mãe. Aos poucos descobrimos que esta mulher é Capitu, a personagem ícone da obra Machadiana. Nesses encontros, Ana dá voz àquela mulher que só conhecemos através do olhar masculino. A improvável ligação entre elas serve à menina, que está entrando na adolescência, como um rito de passagem para o universo feminino adulto, em que ela começa a entender o que significa ser mulher num mundo narrado por homens.
Esta é a história da produção que se baseia nas provocações sobre o original machadiano e reflete sobre machismo, dores e silenciamentos de mulheres contemporâneas.
“No palco, as atrizes encenam uma história que se passa no Brasil de hoje, quando Ana, adolescente presa em um ambiente de tensão doméstica, presencia o fim de um relacionamento abusivo de sua mãe. Para nós interessa instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva. Portanto, juntas, levantamos questionamentos e nos apropriamos deles para desdobrá-los ao invés de buscar soluções definitivas.”, ressalta a diretora Miwa Yanagizawa.
A peça foi idealizada pelo produtor Felipe Valle, após testemunhar indiretamente um episódio de violência doméstica em que não conseguiu intervir e teve a denúncia recusada pela polícia. O sentimento de impotência o levou intuitivamente a pensar em ‘Dom Casmurro’. Ao reler o livro com os olhos de agora, Valle percebeu toda a violência contida naquele clássico e resolveu trazê-lo para as luzes da ribalta pelo olhar feminino. “O convite para direção, escrita e encenação não foi à toa. São as mulheres que vão dar vida a esta história tão atual, eterna, cheia de nuances, simbolismos e de machismos do nosso sempre dia a dia”, pontua.
Atividades formativas
Além da apresentação do espetáculo, também serão realizadas duas oficinas em Rio Branco (AC), na segunda-feira (15).
A Oficina Petrobras Eu Outra, que será ministrada por Miwa Yanagizawa, vai propor a busca da construção de fricções entre narrativas pessoais e ficcionais a partir de objetos afetivos escolhidos pelas participantes. Miwa Yanagizawa é atriz, diretora de teatro, fundadora do AREAS Coletivo, assina a direção do espetáculo Eu Capitu. Entre seus trabalhos, estão “Nastácia”, de Pedro Brício, obra a partir do romance “O Idiota”, de Fiódor Dostoiévski, que recebeu o Prêmio Shell e Prêmio APTR de melhor direção do ano de 2019, “Plano sobre queda”, dramaturgia realizada em colaboração do coletivo com Emanuel Aragão e “Breu”, de Pedro Brício, que recebeu Prêmio Questão de Crítica de Melhor Direção e Iluminação e Prêmio APTR de Melhor Cenografia e entre outros.
Voltada a artistas e estudantes de teatro, a atividade será realizada das 9h às 13h, na Universidade Federal do Acre [ABI Teatro (UFAC) | Teatro Laboratório | Sala Espaço Cênico]. Serão disponibilizadas 15 vagas, as inscrições podem ser feitas pelo link abaixo.
Para quem quer aprender sobre produção executiva e planejamento de projetos culturais, a Oficina Petrobras da Ideia ao Projeto é a oportunidade ideal. Conduzida pelo produtor e gestor cultural, Felipe Valle, a oficina abordará os passos essenciais para a criação e elaboração de um projeto, desde a concepção até a execução. Será das 9h às 13h, na Universidade Federal do Acre [ABI Teatro (UFAC) | Teatro Laboratório | Sala Laboratório de Cenografia]. Serão disponibilizadas 30 vagas. As inscrições podem ser feitas pelo link abaixo. https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfsOv48Rng3OvXrMLRbdGdz8MS3QzgD8N2Ekx834oXrt-nUvQ/viewform
Ficha Técnica
Direção Artística: Miwa Yanagizawa / Texto: Carla Faour / Diretora Assistente: Maria Lucas / Idealização e Direção Geral: Felipe Valle / Direção de Produção: Bárbara Galvão (Pagu Produções Culturais) / Coordenação de Projeto: Trupe Produções Artísticas / Elenco: Juliana Trimer e Mika Makino / Direção Sonora, Trilha Original e Preparação Vocal: Azullllllll / Direção de Arte: Teresa Abreu / Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni / Produção Executiva: Bem Medeiro / Produtora Assistente: Natalia Dias / Produção Local: Sacha Alencar / Assistente de Produção Local: Brenn Souza / Design Gráfico e Fotografia: Daniel Barboza / Assessoria de Imprensa: Maria Meirelles / Produtora Associada: Pagu Produções Culturais / Realização: Trupe Produções Artísticas / Patrocínio: Petrobras
Serviço
O quê: Espetáculo “Eu Capitu” chega pela primeira vez a Rio Branco
Local: Usina de Arte João Donato – R. das Acácias, 1155 – Distrito Industrial, Rio Branco, Acre
Datas:
13/09 – 19h – Sessão gratuita aberta ao público, com audiodescrição e tradução em Libras
14/09 – 19h – Sessão gratuita aberta ao público, com roda de conversa ao final
15/09 – 15h –Sessão gratuita e exclusiva para estudantes da Ufac, rede pública de ensino e projetos sociais
Ingressos: Retirada na bilheteria da Usina de Arte, 1h antes do espetáculo