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MEIO AMBIENTE

Estudo científico identifica duas novas espécies de parasitos em peixes do Acre

Das cinco novas espécies de Cosmetocleithrum identificadas, duas foram encontradas no estado do Acre, especificamente no Rio Juruá.

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Um estudo recente conduzido por um doutorando em Ciência Animal da Universidade Estadual do Maranhão revelou descobertas sobre a parasitologia de peixes Siluriformes, conhecidos como bagres. Entre as conclusões, foram identificadas cinco novas espécies de parasitos do gênero Cosmetocleithrum, duas das quais foram encontradas em peixes capturados no Rio Juruá, estado do Acre.

A pesquisa, liderada por Augusto Leandro de Sousa Silva, sob orientação das professoras Andréa Costa e Márcia Justo, teve como objetivo principal a descrição de novas espécies de parasitos da classe Monogenea, ampliando a compreensão da distribuição geográfica das espécies conhecidas na Região Neotropical, com foco especial no Brasil.

O estudo, apoiado pelo Governo do Estado do Maranhão, via Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), realizou coletas de amostras de peixes em diferentes pontos do Maranhão e Acre.

Das cinco novas espécies de Cosmetocleithrum identificadas, duas foram encontradas no estado do Acre, especificamente no Rio Juruá. As espécies, denominadas Cosmetocleithrum sacciforme e Cosmetocleithrum basicomplexum, agora fazem parte do rol de conhecimento científico sobre a parasitologia de peixes na Região Neotropical.

O estudo destaca que, embora os parasitos descritos no artigo não apresentem potencial zoonótico, ou seja, não representam riscos à saúde humana, eles podem causar grandes perdas econômicas quando afetam peixes de sistemas de cultivo, levando os animais à morte em grandes infestações.

Augusto Leandro ressalta a importância da pesquisa para a compreensão da complexidade das interações parasito-hospedeiro, enfatizando o papel crucial dos parasitos no ecossistema. A pesquisa continuará em outras regiões do Maranhão, envolvendo equipes de pesquisadores do Laboratório de Parasitologia e Doenças Parasitárias dos Animais, da Uema, e do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Fonte: www.uema.br / Foto: Sérgio Vale – Vale Comunicação

MEIO AMBIENTE

Redução de água na Amazônia reflete impactos ambientais e climáticos

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O volume de água na Amazônia apresentou redução de 3,6% em 2024, em comparação à média histórica. Os dados são do projeto MapBiomas, que aponta que o bioma perdeu cobertura hídrica após dois anos seguidos de vazantes severas. A Amazônia concentra mais de 60% da água superficial do Brasil e tem sido impactada por mudanças no uso da terra, desmatamento e eventos climáticos extremos.

Além da Amazônia, o Pantanal foi o bioma mais afetado, com perda de 61% de sua superfície de água em apenas um ano. O país como um todo registrou retração hídrica pelo segundo ano consecutivo. Em 2024, a superfície coberta por água foi de 17,9 milhões de hectares, 2,2% a menos que em 2023. Desde 2022, o Brasil perdeu mais de 900 mil hectares de áreas alagadas, área equivalente a quase duas vezes o tamanho do Distrito Federal.

Outros biomas tiveram variações diferentes. O Pampa também registrou queda, enquanto Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica tiveram aumento de superfície hídrica em 2024. A Caatinga, por exemplo, apresentou os maiores índices dos últimos dez anos.

O coordenador técnico do MapBiomas Água, Juliano Schirmbeck, afirmou que o país enfrenta um período prolongado de déficit hídrico. Segundo ele, a única exceção recente foi o ano de 2022, que ficou acima da média. Schirmbeck observou ainda que os níveis de água não voltaram aos patamares registrados entre 1989 e 1999, período de maior disponibilidade hídrica no Brasil.

O estudo também aponta alterações na natureza da cobertura hídrica. No Cerrado, a maior parte da água registrada atualmente está em corpos artificiais, como represas e reservatórios. Em 1985, 63% da superfície hídrica brasileira era composta por rios, lagos e lagoas naturais. Em 2024, esse índice caiu para 40%.

Segundo o MapBiomas, a redução da água no território brasileiro está relacionada à ocupação desordenada do solo, à expansão do agronegócio e ao desmatamento, somados aos efeitos das mudanças climáticas. O relatório recomenda políticas públicas de gestão da água e ações de adaptação climática, especialmente nas áreas mais vulneráveis.

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MEIO AMBIENTE

Amazônia enfrenta mudanças no sabor e no acesso aos alimentos

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As transformações no clima e os efeitos do mercado estão alterando o modo como a população amazônica se alimenta. Produtos tradicionais estão mais difíceis de encontrar, mais caros ou diferentes do que costumavam ser, e isso afeta diretamente o cotidiano de quem depende desses alimentos para viver.

A castanha, por exemplo, teve o tamanho do ouriço reduzido, possivelmente por causa da seca extrema no Amazonas. O tucumã, fruto essencial para o preparo do x-caboquinho, chegou a custar R$ 200 o quilo, tornando-se inacessível para muitas famílias. O jaraqui, peixe comum nos rios da região, ficou menor e com sabor diferente. São mudanças que, mesmo observadas de forma empírica, refletem a realidade vivida por comunidades inteiras.

Diante desse cenário, algumas pessoas têm buscado alternativas. Há quem substitua o café por chás feitos com ervas locais. No entanto, essas mudanças não são escolhas conscientes de quem deseja diversificar a alimentação, mas sim respostas à falta de acesso a produtos antes comuns. A insegurança alimentar se agrava, especialmente entre aqueles com menor renda, e pratos típicos vão desaparecendo da mesa.

Uma das alternativas levantadas no debate é o fortalecimento da produção local. Antigamente, muitas comunidades produziam o que consumiam, o que ajudava a reduzir a dependência de alimentos de fora. Retomar esse modelo pode ser um caminho, mas exige adaptações. As novas condições climáticas impõem desafios, e qualquer retorno à produção tradicional precisa considerar o uso de práticas agrícolas mais resilientes e sustentáveis.

Garantir alimentação adequada passa por repensar toda a cadeia, do cultivo à distribuição. Valorizar o que é produzido localmente, apoiar técnicas adaptadas às mudanças ambientais e buscar soluções acessíveis para todos são partes fundamentais dessa construção.

Este texto foi elaborado a partir do artigo O sabor da Amazônia está mudando, escrito por Valcléia Lima, superintendente de Desenvolvimento Sustentável da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), e publicado no site ((o))eco em 24 de março de 2025. O artigo original está disponível em: https://oeco.org.br/colunas/o-sabor-da-amazonia-esta-mudando.

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MEIO AMBIENTE

Dia Mundial da Água: estudo revela como as mudanças climáticas estão afetando os rios do Acre

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Neste Dia Mundial da Água, o Epop convida a refletir sobre uma pergunta urgente: o que está acontecendo com os nossos rios?

Para ajudar a responder, trazemos um estudo produzido por pesquisadoras e pesquisadores da Universidade Federal do Acre (UFAC), que analisou os impactos das mudanças climáticas no estado entre os anos de 2023 e 2024. O levantamento mostra que as transformações no clima estão afetando diretamente a vida da população e o equilíbrio dos nossos rios, que são fonte de água, alimento, transporte e cultura.

De acordo com o estudo, o Acre viveu uma sequência de eventos extremos nos últimos dois anos: inundações, estiagens severas, ondas de calor, vendavais e incêndios. Esses fenômenos não são novos, mas estão se tornando mais intensos e frequentes. E isso tem relação direta com o aquecimento global e o uso desordenado dos recursos naturais.

Os rios são os primeiros a dar sinais dessas mudanças. Quando há excesso de chuvas, como aconteceu em Rio Branco, Tarauacá e Brasiléia, os rios transbordam, invadem casas, destroem plantações e espalham doenças. Quando a chuva falta, como em várias regiões da zona rural, a água desaparece, o gado morre de sede, o peixe some e a produção de alimentos é interrompida.

Entre 2023 e 2024, o governo do estado e as prefeituras emitiram 25 decretos de emergência ou calamidade pública por causa desses eventos climáticos. A maioria está ligada a enchentes e secas. O município de Rio Branco foi o mais afetado. Mas a realidade atingiu todas as regiões do Acre, principalmente as que dependem diretamente dos rios para sobreviver.

Além dos impactos materiais, a saúde das pessoas também foi afetada. Com os rios contaminados ou com volume alterado, aumentaram os casos de doenças como diarreias, hepatites, leptospirose e síndromes respiratórias. As ondas de calor também trouxeram riscos, principalmente para crianças e idosos.

O estudo destaca a importância de reconhecer a relação entre as mudanças no clima e a vida dos rios. A floresta amazônica, que ajuda a manter o ciclo da água e o equilíbrio das chuvas, também está sob pressão. A preservação da floresta e o cuidado com os rios precisam ser parte do nosso cotidiano e das políticas públicas.

Neste Dia Mundial da Água, o Epop reforça a importância de falar sobre o tema com seriedade. Entender os efeitos das mudanças climáticas é um passo importante para proteger a água que corre nos nossos rios e, com ela, a vida que depende deles.

O estudo completo está disponível para leitura no site da UFAC e na plataforma ResearchGate:
🔗 Leia o estudo completo

Foto: Sérgio Vale

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