O Brasil registrou pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024, resultado que representa redução de 5,8% em relação aos 2,52 milhões do ano anterior, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10 de dezembro. O levantamento confirma o sexto ano consecutivo de retração e marca a maior queda em duas décadas.
Os dados reforçam tendência observada no Censo 2022, que apontou diminuição contínua da fecundidade no país. A gerente da pesquisa, Klivia Brayner, afirmou que os números consolidam uma dinâmica já identificada. “Confirma a tendência já apontada pelo Censo 2022, de que as mulheres estão tendo cada vez menos filhos, a queda da fecundidade”, disse. A analista Cintia Simoes Agostinho explicou que a mudança acompanha a evolução demográfica brasileira, marcada pelo envelhecimento da população e pela redução do número de mulheres em idade reprodutiva.
A edição de 2024 também apresentou médias mensais e diárias que ajudam a dimensionar o fenômeno: 198 mil nascimentos por mês, 6,6 mil por dia e 275 por hora. Março concentrou o maior volume, com 215,5 mil registros, seguido por maio, abril e janeiro. As menores quantidades ocorreram em novembro e dezembro. Para cada 100 meninas nascidas, houve 105 meninos.
A pesquisa mostra ainda mudança no perfil etário das mães. Em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de mulheres com até 24 anos; em 2024, esse percentual caiu para 34,6%. A região Norte apresentou as maiores proporções de mães com até 19 anos, com destaque para Acre (19,8%), Amazonas (19,1%) e Maranhão (18,6%). Já no Distrito Federal e em estados do Sul e Sudeste predominam mães acima dos 30 anos, como no DF, onde 49,8% dos nascimentos ocorreram nessa faixa etária.
O estudo registrou ainda 65,8 mil nascimentos de anos anteriores formalizados apenas em 2024. Entre os nascimentos ocorridos no próprio ano, 88,5% foram registrados em até 15 dias e 98,9% em até 90 dias, em conformidade com os prazos legais. Outro dado levantado indica que 34,3% das mães deram à luz em municípios diferentes de onde residem. Em Sergipe, essa proporção alcançou 60,3%, enquanto no Distrito Federal foi de 1,9%.
Os resultados apontam mudanças estruturais no comportamento reprodutivo e no envelhecimento populacional, temas que impactam políticas de saúde, educação, assistência e previdência, além de orientar planejamento de médio e longo prazo em diferentes áreas do Estado.
Fonte e foto: Agência Brasil