Se você é um fazedor de cultura de Arte ou/e Patrimônio em Rio Branco, marque na sua agenda: nos dias 12 e 13 de junho, próximas quinta e sexta-feira, o Centro Cultural Thaumaturgo Filho (antiga FGB, no bairro Manoel Julião) será palco das reuniões de escutas ampliadas e devolutivas do Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB), a partir das 18 horas.
Essa iniciativa, realizada pela Fundação Garibaldi Brasil (FGB) e pelo Conselho Municipal de Políticas Culturais (CMPC), abre espaço para a construção das políticas públicas locais. No estado, o Comitê de Cultura Acre é parceiro de mobilização e convida artistas, fazedores de culturas e a sociedade civil para integrar a atividade e contribuir com o processo de construção coletivo do setor cultural.
“É uma participação necessária, uma vez que a PNAB não é uma lei pontual, é permanente. Primeiro, foi lei, depois virou programa e, a partir de 2027, quando terminar o Programa PNAB, vai se efetivar como uma política pública no sentido de financiamento permanente da cultura para estados e municípios, que vão receber repasses para realização dos seus editais”, destaca o coordenador de Cultura do Comitê Acre, Lenine Alencar.
Como agente mobilizador, o Comitê de Cultura Acre tem informado o público nos 22 municípios acreanos sobre as escutas e devolutivas da PNAB. “Neste momento, nos juntamos as instituições realizadoras para mobilizar o maior efetivo possível de trabalhadores da cultura, para participar e mostrar a nossa força, fortalecendo o movimento cultural e participando ativamente das decisões”, ressalta Claudia Toledo, coordenadora geral e metodológica do Comitê de Cultura Acre.
A professora de linguagens da rede pública, Veridiana Silva de Miranda, que também é membro da Comissão Executiva do Conselho Municipal de Cultura de Rio Branco e presidente da Associação de Dança do Estado do Acre, destaca o Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB) como um projeto grandioso para a cultura nos municípios e estados brasileiros. No Acre, a adesão ao programa atingiu 100% em todos os municípios.
Em maio, Rio Branco sediou as escutas segmentadas, onde cada Câmara Temática teve a oportunidade de apresentar suas preocupações, anseios e sugestões para a elaboração dos editais locais. “Essas sessões foram fundamentais para que os fazedores de cultura da cidade pudessem colaborar diretamente com a gestão na construção dos editais da PNAB”.
Fórum Integrado de Arte e Patrimônio Cultural
Logo após as escutas e devolutivas da PNAB, em Rio Branco, no dia 18 de junho, será promovido o 2° Fórum Integrado de Arte e Patrimônio Cultural 2025. A atividade realizada no Cine Teatro Recreio, a partir das 18 horas.
Mais uma vez, a participação de artistas, fazedores/fazedoras e trabalhadores (a) da cultura é de suma importância para a efetivação de políticas do setor cultual na capital acreana.
Destaque no Txai Amazônia, empreendimento familiar une fé e preservação em produção de óleos essenciais na Chapada Diamantina
Com quase 19 mil seguidores no Instagram, o empreendimento une sociobiodiversidade e economia, principais temas do Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado entre os dias 25 e 28 de junho, no espaço eAmazônia da Universidade Federal do Acre, em Rio Branco.
Fruto do sonho de uma família, a Essências da Chapada é uma empresa familiar de produção de óleos essenciais, nascida na Chapada Diamantina, na Bahia. Jé, Paulinho, Madu e Maga, a Família X, transformaram Ibicoara em seu laboratório, onde a fé e preservação se tornam cheiro e saúde. Com quase 19 mil seguidores no Instagram, o empreendimento une sociobiodiversidade e economia, principais temas do Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado entre os dias 25 e 28 de junho, no espaço eAmazônia da Universidade Federal do Acre, em Rio Branco.
O “Essências” será um dos casos de sucesso emblemáticos da bioeconomia regional presentes no TXAI Amazônia. Paulinho, um dos fundadores, fala sobre o início de sua jornada. Para ele, o encanto pelas belezas naturais e a história da região, aliado à indignação com o crescimento constante da produção de resíduos sólidos, contribuíram para a construção do projeto:
“E, no passo seguinte, veio a curiosidade pelas plantas, os raizeiros e todo esse conhecimento popular. A Jé começou, junto com a Liz e a Isa, a fazer sabonete. Começamos a usar e vimos que era interessante. Mas eu gostaria de frisar que o foco principal era o aproveitamento dos resíduos mesmo e, obviamente, a parte medicinal e ecológica veio junto. Foi um mundo que a gente acabou gostando e também enxergou como uma possibilidade de fonte de renda, já que o turismo e a hospedagem estavam crescendo muito”, revela.
31,9% dos municípios brasileiros ainda utilizam lixões como unidade de disposição final de resíduos sólidos, considerada a pior forma de destinação, segundo o IBGE em 2023. A preocupação da Família X gerou renda e apontou uma rota que não só preserva o meio ambiente, mas também o torna produtivo. Outro aspecto da empresa é o resgate histórico-cultural da Chapada Diamantina, além da conexão com os antepassados dos produtores: “A gente acaba resgatando uma herança que era até da nossa família. A avó da Jé já fazia sabão e minha avó paterna benzia”.
A participação do empreendimento no Txai Amazônia será na sexta-feira, 27, às 10h30, no eAmazônia (Ufac). Para participar, os interessados devem efetivar a sua inscrição por meio do site do Txai Amazônia. O link também está disponível nas redes sociais do @txai.amazonia.
Consolidação e desafios
A marca nasceu em 2018 (Foto: Arquivo Pessoal)
A marca iniciou a comercialização de produtos como sabonetes, shampoos, óleos essenciais, águas aromáticas, pomadas, desodorantes e outros fitocosméticos em 2018. Todos são elaborados com plantas nativas ou cultivadas na Chapada Diamantina. A proposta sempre foi oferecer produtos 100% naturais, voltados tanto para uso familiar quanto para a comunidade e visitantes.
Com o tempo, eles construíram um laboratório no Campo Redondo, comunidade rural de Ibicoara, o que permitiu ampliar a produção e elevar a qualidade dos produtos, consolidando assim a marca. Em cinco anos de atuação, produziu óleos essenciais de 30 espécies de plantas brasileiras, incluindo oito espécies nativas da região.
“A gente despertou ainda mais esse querer de estar junto com a comunidade, de fortalecer tudo isso. O que eu vejo são esses fatores: da gente não só fazer parte diretamente da comunidade, mas também inseri-la dentro do nosso projeto”, declara Paulinho.
Contudo, a Essências da Chapada também enfrenta desafios, como a falta de investimento. Mesmo com uma forte rede de apoio, o retorno financeiro segue sendo um desafio, assim como a ausência de iniciativas do poder público para o fortalecimento de marcas populares como esta.
“O que a gente sonha mesmo é com a estabilização, que ela possa gerar renda pra gente conseguir viver bem, em harmonia com o Campo Redondo, com nossos quereres. Imaginando que essas comunidades têm até mais potencial do que a gente, porque já vivenciam mesmo, de fato, esse conhecimento popular. A Essências da Chapada só tende a somar”, finaliza o entrevistado.
E esse é um dos pontos de retorno do Txai Amazônia, impulsionar o fomento de possíveis investidores nos empreendimentos que atuam na área de bioeconomia e sociodiversidade do país, em especial, da Região Amazônica.
Sobre o TXAI Amazônia
Estreando no Acre, o seminário reunirá líderes dos nove estados da Amazônia Legal, além de Bolívia e Peru, para promover a bioeconomia e a valorização da sociobiodiversidade como base para o desenvolvimento econômico da região.
O seminário é organizado pelo Instituto SAPIEN, uma instituição científica, tecnológica e de inovação dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional, em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, suas secretarias e 25 instituições locais.
Durante quatro dias, o TXAI Amazônia abordará sete temas em 15 painéis, apresentando 20 casos de sucesso da bioeconomia regional e uma Mostra Artística que integrará povos tradicionais, comunidade acadêmica e autoridades. O evento tem expectativa de 2 mil participantes presenciais e é totalmente gratuito.
Rondônia enfrentará uma grande perda de recursos destinados à cultura nos próximos 12 meses. O estado não conseguirá cumprir a exigência da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), o que resultará na perda de R$ 15 milhões previstos para o ciclo seguinte. A razão para a não execução desses recursos é a falta de suplementação orçamentária necessária para abrir créditos e viabilizar os editais estaduais.
A PNAB foi criada pela Lei 14.399, de 8 de julho de 2022, e regulamentada pelo Decreto 11.740/2023, com o objetivo de garantir repasses permanentes da União aos estados e municípios, fortalecendo o Sistema Nacional de Cultura. O decreto estipula que cada estado deve empenhar ou utilizar no mínimo 60% dos valores recebidos até 30 de junho para garantir a continuidade dos repasses federais no ciclo seguinte. Rondônia, no entanto, não atingirá esse índice, o que impedirá o estado de receber novos repasses federais, prejudicando o fluxo de recursos para a cultura no futuro.
A Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (SEJUCEL) comunicou ao Conselho Estadual de Política Cultural (CEPC-RO) que não será possível aplicar os recursos a tempo, resultando na perda definitiva dos R$ 15 milhões. Esses valores não poderão ser reaplicados, e o estado ficará sem os repasses previstos para o próximo ciclo da PNAB.
Durante a 3ª reunião ordinária do CEPC-RO, realizada no dia 3 de junho, o conselheiro Édier William expressou preocupação com o cenário e criticou a gestão estadual. “O governo de Rondônia está dando um sinal claro de que não se importa com a cultura; às vésperas de uma eleição, perder recurso da cultura é um recado direto”, afirmou. Ele destacou ainda que a cultura no estado tem sido tratada como uma prioridade apenas em grandes eventos, em detrimento de políticas de manutenção contínua. “O problema é que o governo usa os festejos como vitrine e não como política de manutenção anual. Lutamos para que as manifestações patrimonializadas recebam apoio continuado, via orçamento, e não só holofotes e emendas”, acrescentou.
A presidente do conselho, Valdete Sousa, também apontou que a equipe da SEJUCEL tem ficado sobrecarregada com a organização de grandes eventos de visibilidade, como o Rondônia Rural Show e feiras de artesanato. “O ano inteiro a equipe sai para eventos de grande visibilidade e a cultura fica em segundo plano”, observou. A conselheira Selma Pavanelli questionou a falta de ação para a execução dos recursos federais, lembrando que esses valores não são do estado, mas sim repassados pela União.
Outro ponto levantado foi a quantidade de servidores destacados para fiscalizar eventos de pequeno porte. Édier William criticou a presença excessiva de fiscais em eventos com orçamentos menores, como o Festejo do Divino, enquanto outros projetos culturais aguardam apoio. “Não é legítimo que haja cinco servidores da SEJUCEL hoje fiscalizando R$ 150.000,00 de emenda, um valor ínfimo para o tamanho do Festejo do Divino, mas que não requer tantos fiscais”, afirmou.
A reunião também abordou a solicitação de uma audiência pública sobre cultura na Assembleia Legislativa, o pedido de uma reunião com o governador para discutir a política cultural e a cobrança pela conclusão dos planos setoriais e do Plano Estadual de Cultura. Além disso, foi reforçado o pedido para incluir dotações específicas para a cultura na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026.
O CEPC-RO destacou a urgência de o governo de Rondônia definir se realmente pretende implementar uma política cultural estruturada ou se a cultura continuará sendo negligenciada, dependendo de eventos pontuais e de calendários eleitorais. “O setor não pode ficar refém de calendário eleitoral nem de eventos pontuais”, concluiu Édier William, ressaltando a necessidade de investimentos contínuos na área cultural do estado.
Com informações da Assessoria – Porto Velho, 3 de junho de 2025 – Foto: Leandro Morais – Festival de Nazaré
O projeto “Manutenção e Expansão da Oficina Permanente de Iniciação Teatral – Arte na Comunidade” está com inscrições abertas para novas turmas de teatro voltadas a crianças e adolescentes a partir de 7 anos. As aulas são gratuitas e acontecem no bairro Calafate, em Rio Branco (AC).
A iniciativa é realizada pelo grupo cultural Arte na Comunidade e conta com apoio da Fundação Elias Mansour (FEM), por meio do Edital de Formação Cultural nº 07/2024, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), do Governo Federal.
As oficinas acontecem na Rua Copaíba, nº 299, com duas modalidades: a turma de iniciação teatral – com foco em jogos dramáticos – funciona às segundas, quartas e sextas, das 14h às 17h; já a turma avançada, voltada à montagem de espetáculos, ocorre aos sábados, das 9h às 12h.
As vagas são limitadas. Interessados podem obter mais informações pelo telefone (68) 99603-9098 (Núbia), no Instagram (@nubiaalvesproducao ou @arte_nacomunidade) ou no site www.artenacomunidade.art.br.