A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgou nesta segunda-feira (28) os resultados da Sondagem Indústria da Construção referentes ao segundo trimestre de 2025. A pesquisa mostra que as taxas de juros elevadas seguem como o principal obstáculo enfrentado pelas empresas do setor, com 37,7% dos empresários apontando esse fator como o mais crítico, número superior ao registrado no trimestre anterior (35,3%).
De acordo com Isabella Bianchi, analista da CNI, o impacto das taxas de juros incide tanto sobre os empresários quanto sobre os consumidores. “A elevação dos juros aumenta o custo do crédito para investir e também dificulta o acesso dos clientes aos produtos do setor”, afirmou.
Outro fator que ganhou relevância foi a carga tributária, mencionada por 30,5% dos entrevistados, frente aos 27,8% do trimestre anterior. A falta ou o alto custo de mão de obra qualificada aparece em terceiro lugar na lista de preocupações, citada por 24,6% dos empresários.
Além das dificuldades relacionadas ao ambiente de negócios, a sondagem revelou piora nas condições financeiras das empresas. O índice de satisfação com a situação financeira caiu para 45 pontos, abaixo da linha dos 50, que marca a neutralidade. Indicadores como lucro operacional (42,5 pontos) e acesso ao crédito (35,5 pontos) também registraram recuo.
O levantamento indica ainda redução na utilização da capacidade operacional (UCO), que passou de 67% para 66%, e queda no número de empregados em junho, com índice de 48,3 pontos — inferior ao mesmo mês de 2024 e 2023. Apesar da desaceleração em preços de insumos, a atividade do setor manteve desempenho abaixo do esperado, com 48,8 pontos em junho.
A percepção negativa refletiu na confiança do setor. O Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção recuou para 47,1 pontos em julho. Já a intenção de investimento também diminuiu, caindo para 40,4 pontos.
Por outro lado, as expectativas para o segundo semestre se mantêm acima da linha de 50 pontos, indicando otimismo moderado. Os empresários projetam aumento na contratação de pessoal (52,9 pontos) e nas compras de insumos (52,2 pontos). A previsão de novos empreendimentos e serviços caiu levemente, para 50,5 pontos.
A pesquisa abrangeu 305 empresas, entre pequenas, médias e grandes, consultadas entre 1º e 10 de julho de 2025.