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Cultura

Pesquisa de ambientação para roteiro sobre seringueiros é tema de conversa com Arquilau de Melo

Arison Jardim e a pesquisa para o roteiro de “Amazônia: Uma história de amor” encontram inspiração na vida e nas histórias de Arquilau de Melo

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O projeto “Amazônia: Uma história de amor”, aprovado para financiamento pela Lei Paulo Gustavo e administrado pela Fundação Elias Mansour, no Acre, está em desenvolvimento e conta com a participação de diversos profissionais. O projeto, liderado por Maria Meirelles, tem roteiro escrito pelo jornalista Arison Jardim e é inspirado na vida dos seringueiros da Amazônia. Nesta terça-feira, 18, Arison Jardim conduziu uma conversa com o ex-desembargador Arquilau de Melo para coletar informações e ambientar a narrativa do filme.

O projeto, intitulado “Amazônia: Uma história de amor”, narra a vida de Raimundo Nonato e sua família, focando no cotidiano dos seringueiros e na complexidade das relações sociais na região. A história aborda temas como o extrativismo, a conservação ambiental e as desigualdades sociais, destacando-se por sua relevância cultural e social.

Arquilau de Melo, que nasceu em um seringal, no Alto do Rio Juruá Mirim, na região do Juruá, compartilhou suas experiências desde a infância no seringal até sua trajetória como advogado, juiz e, posteriormente, desembargador. Ele relembrou sua infância no seringal e a mudança para a cidade aos sete anos para estudar.

Após formar-se em direito, atuou como advogado em defesa dos seringueiros e trabalhadores rurais. Sua atuação como juiz e desembargador foi marcada pela busca por justiça e pela valorização da história e cultura do Acre. Atualmente, é curador do espaço Casa Museu, um ponto de cultura que está sempre aberto para receber escolas e grupos, sem qualquer cobrança financeira, promovendo um ambiente de diálogo e aprendizado.

Arison Jardim busca retratar a realidade da Amazônia, destacando a importância da preservação ambiental e a luta por justiça social na região. Foto: Alexandre N Nobre

Durante a conversa, Arquilau detalhou aspectos importantes da vida dos seringueiros, como as dificuldades enfrentadas no trabalho e as relações sociais na região. Ele mencionou a prática de “correrias” contra os indígenas, a exploração dos trabalhadores e a complexa dinâmica entre seringueiros e seringalistas. Além disso, discutiu a influência de figuras históricas e as mudanças econômicas e sociais na Amazônia ao longo do tempo.

A conversa forneceu material valioso para o roteiro de “Amazônia: Uma história de amor”, contribuindo para uma representação autêntica e detalhada do cotidiano dos seringueiros. A produção busca retratar a realidade da Amazônia, destacando a importância da preservação ambiental e a luta por justiça social na região. “Nós temos uma história fantástica, bonita, de luta, de guerra, na Amazônia. É fundamental que a gente mantenha viva a memória dessa história”, afirma.

“Amazônia: Uma história de amor” é um projeto selecionado por sua capacidade de abordar questões essenciais para a compreensão da história e cultura da Amazônia. “Contar as histórias, escrever sobre aquilo que o pessoal viveu é uma maneira de manter viva essa história”, declarou Arquilau.

Sobre o Casa Museu

A conversa foi realizada no espaço Casa Museu, construído por Arquilau e sua família em sua casa e que promove o reconhecimento e a valorização da identidade acreana e amazônica, destacando a importância de conhecer e preservar a própria história. Este esforço ajuda a combater preconceitos e a valorizar as contribuições dos trabalhadores locais, como os seringueiros.

Casa Museu: Um refúgio de memória e cultura acreana, criado por Arquilau de Melo e sua família, para preservar e valorizar a história dos seringueiros e a identidade amazônica – Foto Jean Andrade

Apesar dos desafios financeiros e logísticos, Arquilau de Melo investiu seus próprios recursos na criação do espaço atual da Casa Museu. Ele acredita que a gestão do museu deve estar nas mãos da sociedade civil, garantindo a perenidade e a continuidade do projeto independente das variações na administração pública.

Projeto: Desenvolvimento do roteiro e longa-metragem de ficção intitulado “Amazônia: Uma História de Amor”
Proponente: Maria Meirelles
Financiamento através de recursos da Lei Paulo Gustavo.
Edital Lei Paulo Gustavo Acre – Edital de Audiovisual Nº 006/2023
FUNDAÇÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO ELIAS MANSOUR – FEM

Assessoria: Maria Mariah Fotos: Alexandre Nunes e Jean Andrade

Assessoria

RIOS AMAZÔNICOS inspiram artistas que lançam documentário e clipe munsical

Curta-metragem Catador de Sons e o clipe musical Barranco serão lançados na quinta-feira (13), com entrada gratuita

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Duas obras cinematográficas serão lançadas na próxima quinta-feira (13) na capital Porto Velho. O curta-metragem experimental Catador de Sons e o clipe musical Barranco apresentam um fragmento da pesquisa sonora desenvolvida ao longo de anos por Bira Lourenço, com participação de Jussara Assmann e Catatau Batera. O resultado será exibido ao público, com uma roda de conversa após a sessão.

Catador de Sons é um documentário que revela a incessante busca pelas sonoridades do cotidiano amazônico, em uma viagem sonora pelas memórias do artista Bira Lourenço e pelos múltiplos sons que ecoam pela cidade de Porto Velho.

O filme se propõe a discutir o cotidiano amazônico, por meio da observação constante, em pesquisas dos artistas Bira e Jussara Assmann, que destacam a capacidade polifônica de Porto Velho e seu entorno.

Para Bira Lourenço o filme é uma maneira de se conectar com a criança interior e o futuro. “Catador de Sons é o eterno menino curioso que se permitiu acreditar que no simples podemos encontrar a grandeza e magia do universo”, comenta o artista.

O filme conta com direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Val Barbosa, direção de fotografia de Avener Prado, som direto de Hugo Borges e coordenação geral de Jussara Assmann.

Já o clipe musical Barranco propõe ao público uma viagem sensorial pelas beiras de
rios amazônicos. A música executada por Bira Lourenço e Catatau Batera faz parte do
álbum Sons de Beira. Kaline Leigue, artista rondoniense, interpreta a música em uma
performance por entre o barro, o rio Madeira e o amanhecer em Porto Velho.

Jussara Assmann, produtora executiva do clipe, reflete como o cotidiano das beiras dos rios representam a identidade de um povo. “Nossa identidade brota dos barrancos do rio, desliza pelas águas e invade o imaginário amazônida. É de extrema importância fazer soar a dramaturgia de um lugar para se sentir pertencente, como busca pelo que nos identifica e representa”, finaliza.

O clipe musical tem direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Jussara Assmann, direção de fotografia de Jordan Cruz e música de Bira Lourenço e Catatau Batera.

O documentário Catador de Sons e o clipe Barranco foram realizados graças a aprovação no Edital 01/2024 – SEJUCEL – Audiovisual – bolsas para Artes em Vídeo, com recursos da Lei Paulo Gustavo.

Assessoria

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Cultura

Cartazes do movimento negro serão digitalizados e apresentados ao público

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Uma parceria firmada entre o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) vai digitalizar e expor mais de 250 cartazes usados em mobilizações do movimento negro, com início das atividades previsto para 17 de novembro, no Rio de Janeiro. A iniciativa ocorre no âmbito do Biênio Abdias Nascimento e busca ampliar o acesso público ao material histórico, preservando documentos produzidos ao longo de décadas por diferentes organizações negras.

O acervo reúne peças gráficas utilizadas em atos, campanhas e eventos organizados por entidades negras desde meados do século XX. A digitalização será realizada pelo Mast como parte do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre as instituições, que definiram a abertura da exposição Memória Negra em Cartaz(es) no próprio museu, em São Cristóvão. O público poderá acessar parte da coleção original e acompanhar debates sobre ausências e silenciamentos de pesquisadores negros no campo científico, tema da mesa Evocação dos Ausentes.

Segundo Clícea Maria Miranda, diretora de Preservação e Gestão do Acervo do Ipeafro, o trabalho conjunto reafirma o compromisso das instituições com a memória do movimento negro. Ela afirma que “a parceria com o Mast, uma instituição pública da área da ciência e tecnologia, revela o reconhecimento da atuação dos povos negros na construção da cultura, da história e das ciências no Brasil e no mundo” . Já Everaldo Pereira Frade, chefe do Serviço de Arquivo de História da Ciência do Mast, destaca que a preservação do acervo de Abdias Nascimento fortalece a atuação do museu e o posiciona como referência no tratamento de arquivos pessoais de cientistas negros. Para ele, Abdias é “um símbolo das lutas pela igualdade” e sua obra amplia o entendimento sobre a participação negra na produção científica.

A iniciativa integra o calendário oficial do Biênio Abdias Nascimento 2024-2025, organizado pelo Ipeafro. O período marca três datas centrais: os 110 anos de nascimento do ativista, os 80 anos do Teatro Experimental do Negro e os 75 anos do 1º Congresso do Negro Brasileiro. Abdias construiu trajetória que articula arte, política, formação intelectual e mobilização social, tendo criado o Teatro Experimental do Negro, o Museu de Arte Negra e o próprio Ipeafro, que hoje preserva seu acervo documental e iconográfico.

A digitalização e a abertura da exposição ampliam o acesso público a documentos que registram momentos fundamentais da organização do movimento negro, oferecendo base para pesquisas, ações educativas e iniciativas culturais. O Mast passa a incluir em seu acervo histórico um conjunto relevante de materiais produzidos por entidades e militantes negros, fortalecendo a preservação da memória social em arquivos públicos. A expectativa é que a iniciativa contribua para ampliar o debate sobre a presença negra nas ciências, artes e políticas públicas, estimulando pesquisas e novas formas de circulação do acervo.

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Cultura

Flup homenageia Conceição Evaristo em vida pela primeira vez na história do festival

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A escritora Conceição Evaristo será homenageada na 15ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup), que ocorre em novembro, no Rio de Janeiro. É a primeira vez que o festival presta homenagem em vida a uma personalidade, decisão anunciada pela organização do evento.

A Flup já destacou em anos anteriores nomes como Beatriz Nascimento, Machado de Assis, Mãe Beata de Iemanjá, Pixinguinha, Aldir Blanc, Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus. Este ano, a organização afirma que a trajetória de Conceição Evaristo se conecta com a própria história do festival e com o público que acompanha a programação. Segundo o idealizador e diretor da Flup, Julio Ludemir, ao homenagear a autora, o festival “reconhece a escrevivência como um gesto político e poético, capaz de reencantar o mundo a partir das vozes negras e periféricas”. Ele afirma que a visibilidade de Evaristo acompanha o crescimento da Flup e que “a cada segundo aparece um novo leitor da Conceição Evaristo”.

Ludemir explica que a escolha também simboliza o reconhecimento a um Brasil que passou a ocupar espaços de produção intelectual e artística por meio de ações afirmativas e políticas públicas. Para ele, “homenagear Conceição Evaristo é homenagear a obra dela, a militância dela, a biografia”, ressaltando a relação da escritora com leitores que se reconhecem em sua trajetória.

A programação da edição de 2025 será realizada no Viaduto de Madureira, na Central Única das Favelas (CUFA), e no espaço Zê Êne. O festival terá mesas, oficinas, mostra audiovisual e o Campeonato Brasileiro de Slam Poetry. Entre os convidados estão artistas e pensadores do Brasil, Caribe, África, Europa e América do Norte. Estão previstas presenças de Achille Mbembe, Ana Maria Gonçalves, Mireille Fanon Mendès-France, Eliana Alves Cruz e Steve McQueen, além de shows de Sandra Sá, Mano Brown, Luedji Luna, Jonathan Ferr e Majur.

A curadoria internacional é assinada pela pesquisadora franco-senegalesa Mame-Fatou Niang, dentro da temporada cultural França-Brasil. Segundo ela, compreender a presença negra na cultura brasileira é um desafio, afirmando: “eu cresci assistindo novelas e amando o Carnaval, mas eu não sabia que o Brasil era um país negro”.

Ludemir destaca que a parceria com a França acompanha a Flup desde sua criação e que o projeto conquistou reconhecimento internacional antes mesmo de ser amplamente valorizado no Brasil. Ele diz que, em momentos sem Ministério ou Secretaria de Cultura, o festival manteve edições graças ao apoio internacional.

A Flup ocorrerá entre 19 e 23 e 27 e 30 de novembro, com participação de Conceição Evaristo em todos os dias do evento.

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