A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (25) que a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente será um espaço para avançar no debate sobre justiça climática. O evento ocorrerá de 6 a 9 de maio, em Brasília.
Durante a apresentação das diretrizes da conferência, Marina afirmou que a justiça climática é um dos principais temas do encontro. “É um princípio basilar da conferência, tratar da ideia de justiça climática, onde possamos ter um processo de transição que seja justo, sobretudo para aqueles que são mais vulnerabilizados, as mulheres, as comunidades periféricas, as pessoas pretas, as pessoas LGBTQIA+, os povos indígenas, as populações tradicionais”, disse.
A ministra destacou a mobilização de estados, municípios e sociedade civil nas etapas preparatórias do evento. “A gente colocou em jogo a capacidade de acreditar, criando e viabilizando as articulações com estados, municípios e a sociedade, com diferentes segmentos, para que a gente tivesse essa quantidade de municípios envolvidos”, afirmou.
Marina alertou para o contexto atual das mudanças climáticas. “Estamos vivendo uma situação de emergência climática no planeta com o agravante de fenômenos e de problemas que sequer temos condições de mensurar neste momento”, declarou. Ela defendeu que a resposta passe por ações de adaptação, mitigação e educação ambiental.
Sobre a necessidade de transformação ecológica, a ministra apontou que o país precisa buscar soluções baseadas na natureza. “O desafio da transformação ecológica é também criar um novo ciclo de prosperidade, que seja compatível com o desafio que a humanidade está vivendo, sobretudo buscando soluções baseadas na natureza, produtos e materiais baseados na natureza”, explicou. Segundo Marina, essa mudança exige rever práticas sociais e econômicas. “É preciso mudar nossa maneira de ser”, afirmou.
A ministra defendeu a transição energética e o fim do uso de combustíveis fósseis. “Temos o desafio de fazer a transição justa e planejada para o fim dos combustíveis fósseis”, declarou.
Em relação à 30ª Conferência das Partes (COP30), que será realizada em Belém, Marina destacou a importância de implementar compromissos climáticos firmados em anos anteriores. “Que a COP30 seja a COP para implementar aquilo que já foi decidido nos últimos 30 anos, quando decidimos que não vamos ultrapassar 1,5 ºC de temperatura da terra”, disse.
Marina também comentou os desafios do combate ao desmatamento. “Estamos fazendo um esforço muito grande [para reduzir o desmatamento]. Você tem uma largada em que você consegue uma diminuição mais potente, depois fica mais difícil você manter o processo de desmatamento”, observou.
A ministra criticou ações internacionais que dificultam a cooperação climática. “A guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não favorece o financiamento climático, a cooperação e a solidariedade”, afirmou.