A organização ambiental ProPurus divulgou em suas redes sociais um alerta sobre a relação entre o avanço do narcotráfico, o desmatamento e a situação dos defensores ambientais na região de Ucayali, no Peru. A área faz fronteira com o estado do Acre, no Brasil, e os impactos do problema ultrapassam as fronteiras nacionais, afetando também o território brasileiro.
As publicações destacam dados do relatório “Situación de los Defensores 2024”, elaborado pela Organização Regional Aidesep Ucayali (ORAU), com apoio da ProPurus e da ONG DAR. O relatório revela a presença crescente de cultivos ilegais de coca em áreas como Sepahua, distrito de difícil acesso, localizado a mais de 20 horas de barco de Pucallpa. Essa região está próxima à fronteira com o Acre e permanece fora de controle e registro oficial do Estado peruano.
De acordo com o material divulgado, mais de 7.432 hectares de floresta foram desmatados em Ucayali por influência direta do narcotráfico. A área equivale a mais de 10 mil estádios nacionais. Imagens aéreas mostram pistas clandestinas e grandes clareiras na floresta, que indicam a presença de atividades ilegais relacionadas ao tráfico.
A expansão dos cultivos de coca e a presença de grupos ligados ao narcotráfico têm colocado em risco a vida de defensores indígenas e ambientais. A primeira edição do relatório, publicada em 2022, já havia alertado para a gravidade da situação. Em 2023, a UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) confirmou os dados em um relatório especial sobre Ucayali.
A proximidade de Ucayali com o Acre torna a questão uma preocupação também para o Brasil. Regiões de floresta contínua, com pouca presença estatal e de difícil fiscalização, facilitam o trânsito de pessoas, insumos e mercadorias ilegais entre os dois países. O avanço do narcotráfico e do desmatamento no lado peruano pode intensificar pressões ambientais e sociais do lado brasileiro da fronteira, especialmente em territórios indígenas e áreas protegidas.
A ProPurus informou que o relatório completo será publicado em breve, com mais detalhes sobre a situação dos defensores ambientais e os impactos transfronteiriços da crise ambiental e de segurança na região. A organização convida o público a acompanhar e compartilhar as informações, como forma de ampliar a visibilidade do tema.
O Sebrae orienta que pequenos empreendedores organizem o planejamento para a Black Friday, data de grande volume de vendas no varejo brasileiro. As recomendações foram apresentadas durante o Fórum E-Commerce Brasil, em São Paulo, em encontro sobre estratégias para aumentar resultados na data e melhorar a atuação digital das empresas .
Durante o evento, a especialista em Transformação Digital do Sebrae Nacional, Janaína Camilo, destacou que organização é o fator decisivo para aproveitar o potencial da data. “Os pequenos não precisam ter medo, este é o momento exato de organizar o planejamento para a Black Friday, que é o ápice das vendas. Só tem medo quem não tem planejamento”, afirmou .
Entre as orientações, o Sebrae reforça que a Black Friday não é uma data de compras por emergência, mas de busca por produtos com boa relação de custo-benefício, o que exige definição clara de preços e condições de venda. A instituição recomenda investir em marketing e em uma jornada de compra que favoreça a experiência do consumidor, com presença em diferentes canais, como redes sociais, marketplace e WhatsApp Business .
O Sebrae destaca que o custo de aquisição de clientes tende a aumentar durante o período, devido à concorrência no tráfego pago. Por isso, a orientação é diversificar estratégias e usar alternativas orgânicas de divulgação, como publicações frequentes nas redes sociais e construção de relacionamento com o público. A instituição também sugere que o empreendedor utilize todo o mês de novembro com ações progressivas, como cupons, brindes e ofertas semanais .
Outra recomendação é atenção à entrega e à embalagem, pois esses elementos influenciam a percepção do cliente sobre a compra. O Sebrae alerta que embalagens inadequadas podem desvalorizar o produto e orienta o uso da calculadora de marketplaces disponível no portal da instituição para comparar custos de plataformas antes de definir onde vender .
Para o Sebrae, a Black Friday é uma oportunidade para ampliar vendas e atrair novos clientes, desde que haja planejamento e estratégia de relacionamento ao longo do processo .
A Prefeitura de Rio Branco firmou nesta quinta-feira (30) uma parceria com o Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (CIMVI), de Santa Catarina, para implantar um novo sistema de gestão de resíduos sólidos. O acordo prevê o uso de tecnologias capazes de transformar o lixo em produtos reutilizáveis e em energia para veículos e equipamentos públicos .
Durante a visita do coordenador do consórcio, Fernando Tomaselli, o prefeito Tião Bocalom afirmou que o município buscava alternativas para reduzir o descarte em aterros e dar destino econômico aos resíduos. “Nós criamos um consórcio para discutir soluções para a destinação final do lixo e encontramos uma alternativa que gera renda e sustentabilidade. Esses tijolinhos e até o banco em que estamos sentados foram feitos 100% de lixo”, disse .
De acordo com levantamento apresentado pelo CIMVI, cerca de 50% do lixo produzido em Rio Branco é orgânico e pode ser convertido em energia e biometano por biodigestão. A estimativa é que 25% do material seja reciclável, com potencial de fortalecer cooperativas locais. “O trabalho está sendo desenvolvido de forma técnica e estratégica, com apoio do Senai”, afirmou Tomaselli .
O projeto inclui ainda o uso de resíduos para fabricar estacas que podem substituir madeira na zona rural. “Essas estacas podem durar até 50 anos”, disse o prefeito . A prefeitura informou que seguirá com estudos de implantação.
A Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) está sendo discutida em Rio Branco, onde ocorre, de 29 a 31 de outubro, a 3ª Oficina de Governança Regional no Centro de Formação Indígena. O evento reúne lideranças indígenas do Acre, representantes de 33 das 36 terras indígenas do estado, além do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Acre (Sepi), Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/Acre), Funai e Ibama, com o objetivo de orientar a implementação da política e definir compromissos e formas de financiamento para os territórios .
A PNGATI foi instituída por decreto em 2013 e estabelece diretrizes para que o Estado brasileiro e os povos indígenas definam formas de gestão, proteção e uso sustentável dos territórios. Segundo Ceiça Pitaguary, secretária nacional do MPI, a política é conduzida com articulação entre ministérios e governos estaduais. Ela destacou que o Acre já possui secretaria indígena estruturada e que a gestão territorial, sob a perspectiva dos próprios povos, pode contribuir para a manutenção das florestas e para a produção de alimentos em um cenário de mudanças climáticas .
Vera Olinda, coordenadora executiva da CPI/Acre, afirmou que o foco da oficina é garantir que a implementação da política tenha financiamento e metas concretas. Ao justificar a necessidade de recursos para que a política avance, ela destacou: “nenhuma política pública se implementa e se sustenta sem financiamento”. Olinda também explicou que a execução da PNGATI deve considerar a escuta das lideranças, já que somente elas têm legitimidade para definir prioridades nos territórios .
Oficina da PNGATI no Acre reúne lideranças e gestores para fortalecer os PGTAs e garantir recursos para ações nos territórios indígenas. Foto: Sérgio Vale
A gestora da Sepi, Francisca Arara, informou que 29 terras indígenas do Acre já possuem Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs) e que outros estão em elaboração. Ela também registrou que mais de 1.600 famílias indígenas estão cadastradas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e que o estado mantém agentes agroflorestais com bolsa de incentivo. Francisca afirmou que a implementação envolve ações como segurança alimentar, formação, vigilância territorial e acesso à água .
Durante a oficina, indígenas relataram diferentes situações vividas em seus territórios. Maria Júlia Yawanawa Kanamani, da Terra Indígena Rio Gregório, disse que o encontro permite conhecer realidades distintas, desde territórios sob ameaça até comunidades que já desenvolvem projetos sem apoio público. Para ela, o objetivo é construir caminhos para que políticas públicas cheguem a todas as terras indígenas .
O encontro também contou com a presença de indígenas de recente contato do povo Yura, convidados pela Funai, que participaram das atividades com apoio de intérprete .
A oficina encerra um ciclo de discussões que busca consolidar o protagonismo indígena na condução de ações de gestão das terras e reforça o alinhamento entre governo federal, estado e organizações indígenas para execução da PNGATI no Acre.