MEIO AMBIENTE

Territórios indígenas e extrativistas do Acre articulam plano integrado de gestão ambiental

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Um Plano de Gestão Integrada entre as Terras Indígenas Kaxinawá do Rio Jordão, Kaxinawá do Baixo Rio Jordão e Seringal Independência, no Acre, e a Reserva Extrativista Alto Tarauacá está em elaboração por meio da articulação entre povos indígenas Huni Kuĩ e moradores das comunidades extrativistas da região. A iniciativa tem como meta a conservação de mais de 280 mil hectares de áreas protegidas.

O processo é conduzido com apoio da Comissão Pró-Indígenas do Acre (CPI-Acre), por meio do Projeto Aliança entre Indígenas e Extrativistas pela Floresta do Acre. A proposta envolve oficinas, encontros e formações voltadas à gestão territorial, segurança alimentar, adaptação às mudanças climáticas e fortalecimento da governança local. O plano busca atender uma população de cerca de 11 mil pessoas.

Entre janeiro e fevereiro, uma oficina realizada na aldeia São Joaquim, na Terra Indígena Kaxinawá do Baixo Rio Jordão, reuniu representantes das comunidades indígenas e extrativistas para discutir estratégias de uso sustentável do território e uso de geotecnologias para monitoramento de sistemas agroflorestais. Durante o evento, foram avaliados os impactos das mudanças climáticas e propostas ações de adaptação, como o deslocamento de roçados para áreas mais altas e o uso de tecnologias para captação e distribuição de água.

O plano também prevê a criação de um Conselho de Gestão Integrada entre as terras indígenas e a reserva extrativista, com o objetivo de ampliar a representatividade das comunidades nas decisões sobre o território. Lideranças locais relataram perdas decorrentes de enchentes e estiagens nos últimos anos, e defenderam maior planejamento frente às novas condições climáticas.

Desde 2018, a região dos rios Jordão e Tarauacá recebe ações voltadas à gestão integrada, que incluem cursos sobre políticas públicas, práticas sustentáveis e fortalecimento da participação social. O projeto conta com a participação da CPI-Acre, SOS Amazônia e Instituto Catitu, com financiamento da Rainforest Foundation Norway.

O plano deve ser finalizado em outubro, com nova oficina de validação nas comunidades envolvidas.

Fonte: CPI-Acre – https://cpiacre.org.br/

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