A Central de Slam (campeonato Acreano de poesia falada) marca presença na edição de 2023 da Flup RJ, a Festa Literária das Periferias, um evento internacional que se destaca por ocorrer em locais historicamente marginalizados pela programação literária, na cidade do Rio de Janeiro. A Flup é antecedida por um processo formativo que busca promover a literatura em comunidades tradicionalmente excluídas em várias regiões do país. Nesta edição, o Slam Acre será representado por dois talentosos poetas, Zé Henrique e Medusa AK.
Zé Henrique, poeta marginal, cantor e estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Acre (Ufac), foi finalista do Slam Acre de 2022 e 2023 e campeão da região Norte no Slam de Cria-Flup de 2023, e participará da final do Slam de Cria.
Zé Henrique Começou sua jornada na poesia aos 16 anos por meio de uma formação em Escrita Criativa promovida pelo coletivo Poetas Vivos no Projeto Juventudes, apoiado pela Open Society Foundations em 2021.
A grande final do Slam de Cria na Flup 2023 ocorrerá no dia 22 de outubro, no coração da primeira favela do Brasil, o Morro da Providência. Neste processo, 240 jovens de 18 a 29 anos de todo o Brasil foram selecionados após competições de poesia falada em formato digital. Eles passaram por um processo formativo que incluiu aulas, encontros online de teoria e prática, acompanhamento na criação poética e cursos de escrita criativa.
Cada região do Brasil, juntamente com o estado do Rio de Janeiro, que é o anfitrião do evento, possui um vencedor que representará sua região na final do Slam de Cria. Os seis finalistas estão recebendo mentoria individual para se preparar para a batalha final nos palcos da Flup23. A Arte educadora e poeta acreana Natielly Castro, a Natidepoesia, também estará presente na Flup, como mediadora do Zé Henrique.
Zé Henrique expressa seu desejo de levar a identidade amazônica nortista aos palcos do Rio de Janeiro. “Encontrei na poesia uma forma de expressar meus sentimentos de maneira comunicativa e artística. Meu principal objetivo é fazer minha voz ecoar por todo o Brasil, trazendo os encantos do extremo norte do país para os palcos do Rio de Janeiro”, afirma.
Slam das Minas BR
Medusa AK, por sua vez, representa o Slam das Minas Acre no Slam das Minas BR, campeonato brasileiro de poesia falada com recorte de gênero, que também faz parte da Flup RJ 2023.
Ela é poeta marginal, slammer, escritora, estudante de Pedagogia na Ufac, campeã estadual em 2022 e finalista do Slam Acre de 2023.
Medusa AK iniciou sua jornada poética aos 15 anos por meio do Slam das Minas Acre, um campeonato de poesia falada dedicado a mulheres e à comunidade LGBTQIA+. Sua poesia é uma forma de expressão que a faz sentir-se viva e que deseja compartilhar com os outros. “Quando vi o Slam pela primeira vez, decidi que seria aquela a forma que eu iria me expressar para o mundo. A poesia se tornou o meu escape, minha casa e meu ponto de partida de todo e qualquer lugar. Me sinto viva e, através da minha arte, quero que outras pessoas se mantenham assim, vive”, declara.
No dia 19 de outubro, o Morro da Providência será palco do Slam Flup das Minas BR, um evento que promove a poesia falada e destaca a diversidade de vozes femininas e LGBTQIA+ na cena do slam. Este slam, originado em 2017 no contexto do feminismo, é uma iniciativa que mistura arte, corpo, voz, performance e literatura, proporcionando um espaço para que as mulheres (cis e trans) mostrem sua potência artística.
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O mês de outubro ficará ainda mais colorido e musical com a circulação do espetáculo cênico-musical “Sinira e Chuvisco In Concert”, que levará arte, música e palhaçaria a três escolas da rede pública de ensino de Rio Branco (AC). A ação integra o projeto “Circulação do Espetáculo Cênico/Musical Sinira e Chuvisco In Concert”, financiado pelo Governo Federal/Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) por meio do Edital de Fomento e Incentivo à Cultura – Arte e Patrimônio nº 06/2024, do Governo do Estado do Acre/ Fundação de Cultura Elias Mansour.
Com foco no público infantil e infantojuvenil, o espetáculo une teatro, música e palhaçaria para explorar a diversidade musical brasileira, valorizando ritmos de diferentes regiões do país e promovendo o respeito e a inclusão por meio da arte. A dramaturgia, escrita por Carol Di Deus, e a atuação das artistas Carol Di Deus e Sandra Buh dão vida aos palhaços Sinira e Chuvisco, que embarcam em uma divertida jornada para salvar o circo da falência — e, no caminho, descobrem sons, danças e histórias do Brasil.
Entre as músicas que compõem o repertório estão clássicos como “Carimbó do Macaco” (Pinduca), “Lambada do Amapá” (Jorge Cardoso), “Sebastiana” (Rosil Cavalcanti), “Feirinha da Pavuna” (Jovelina Pérola Negra) e “O Circo” (Sidney Miller), além de paródias e composições que misturam humor e cultura popular.
A circulação acontecerá nas seguintes escolas: 📍 13/10 – Escola Roberto Sanches Mubarak 📍 15/10 – Escola Maria Angélica de Castro 📍 17/10 – Escola Madre Hildebranda da Prá
Todas as apresentações contarão com interpretação em Libras, garantindo acessibilidade e inclusão ao público escolar.
Além do espetáculo, serão realizadas rodas de conversa com os alunos e professores após cada sessão, onde a equipe artística compartilhará detalhes sobre o processo criativo, figurino, cenário e escolha dos ritmos brasileiros. A proposta é ampliar a compreensão do público sobre o fazer teatral e musical, despertando o interesse das crianças pelas artes e pela cultura brasileira.
“Investir na formação cultural das crianças é investir no futuro. Nosso desejo é que esse encontro com a arte desperte nelas a curiosidade e o respeito pela diversidade cultural do Brasil”, destaca Carol Di Deus, idealizadora e dramaturga do espetáculo.
A ação é uma produção da Acreativa Produções.
FICHA TÉCNICA
Atrizes | Cantoras: Carol Di Deus e Sandra Buh Concepção do Projeto e Dramaturgia Cênico-Musical: Carol Di Deus Colaborações Textuais e Cênicas: Sandra Buh e Narjara Saab Direção, Figurino e Cenário: Carol Di Deus e Sandra Buh Sonoplasta: Narjara Saab Apoio Técnico: Ivan de Castela Voz em Off – Bisu Abelardo: Lenine Alencar Direção Musical: James Fernandes Músicos Trilha Sonora: James Fernandes (violão), João Gabriel Brito (percussão e bateria), Nilton Castro (acordeon) Gravação e Mixagem da trilha sonora: RB Studio
SERVIÇO Espetáculo: Sinira e Chuvisco In Concert Quando: 13, 15 e 17 de outubro de 2025 Onde: Escolas da rede pública de Rio Branco/AC Acesso: Gratuito Financiamento: Governo Federal/Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) por meio do Edital de Fomento e Incentivo à Cultura – Arte e Patrimônio nº 06/2024, do Governo do Estado do Acre/ Fundação de Cultura Elias Mansour Produção: Acreativa Produções
A exposição “Expedição – Desvelando o Passado Profundo” foi inaugurada nesta sexta-feira (10) no Museu da Amazônia (Musa), em Manaus, e reúne fotografias aéreas de geoglifos escavados há mais de dois mil anos por povos originários. As imagens, registradas por Diogo Gurgel, Hudson Ferreira e Valter Calheiros, mostram as grandes figuras geométricas presentes no Acre, no sul do Amazonas e em Rondônia, revelando estruturas que continuam despertando o interesse da arqueologia.
Os registros foram feitos em diferentes períodos da Amazônia Ocidental e compõem um acervo permanente no Jardim Botânico de Manaus. A mostra é coordenada pelo paleontólogo e professor aposentado da Universidade Federal do Acre (Ufac), Alceu Ranzi, que há quase cinco décadas se dedica ao estudo dos geoglifos desde que integrou uma expedição liderada pelo arqueólogo Ondemar Dias. Ranzi também é fundador do Instituto Geoglifos da Amazônia, entidade que atua na divulgação e defesa dos sítios arqueológicos. “Os construtores de geoglifos detinham o saber sobre a paisagem e conheciam a geomorfologia para escolher locais elevados e planos, com nascentes de água potável”, explicou o pesquisador.
Estima-se que existam mais de mil sítios arqueológicos identificados nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. As estruturas, em sua maioria geométricas, permanecem próximas a cursos d’água e variam em tamanho e forma. Ranzi afirma que as pesquisas ainda buscam compreender a extensão e a função dos geoglifos. “Apesar do já longo tempo que se tem conhecimento deles, temos mais perguntas do que respostas”, disse.
Para Hudson Ferreira, do Instituto Geoglifos da Amazônia, as imagens revelam a complexidade do passado e contribuem para o entendimento da ocupação humana na floresta. “Os geoglifos desafiam mitos sobre o vazio verde e inspiram novas práticas no presente. São fontes de pesquisa científica, recursos para a educação e pilares para o turismo sustentável”, afirmou. Já Valter Calheiros, que realizou registros em maio deste ano, destacou a experiência de fotografar as estruturas a partir de um pequeno avião. “A cada amanhecer na floresta, sentia a responsabilidade de fazer registros que nos levem a agir e despertar para a proteção da natureza amazônica”, contou.
Os estudos apontam que os povos do sul do Amazonas iniciaram a construção dos geoglifos ao menos mil anos antes de Cristo e que essa civilização perdurou por cerca de dois mil anos. A floresta, segundo Ranzi, regenerou-se após o fim das construções, cobrindo por séculos os desenhos sob a vegetação. O pesquisador alerta, entretanto, para os riscos impostos pelo avanço do desmatamento e de grandes empreendimentos agrícolas na região de Lábrea e Boca do Acre. “Os geoglifos conhecidos estão em terras particulares. É urgente um trabalho de conscientização sobre a importância desses sítios como patrimônio do Amazonas e do Brasil”, disse.
Ranzi observa que foi justamente o desmatamento que possibilitou a redescoberta das estruturas, ao remover a cobertura florestal que as ocultava. Para ele, o desafio atual é garantir políticas públicas de proteção e incentivo à pesquisa. “Sem essas medidas, muitos geoglifos correm o risco de desaparecer antes mesmo de serem estudados”, concluiu.
O projeto Feminina Voz do Samba na Estrada chega a Rio Branco com programação na Usina de Arte João Donato entre os dias 7 e 11 de outubro de 2025. A iniciativa, realizada pelo Ministério da Cultura e Caixa, promove a presença feminina no samba com uma série de atividades culturais gratuitas e acessíveis ao público.
A abertura acontece no dia 7 de outubro, às 10h, com a palestra “De onde vem o samba e onde estavam as mulheres?”, que propõe uma reflexão sobre o papel das mulheres na formação e evolução do gênero musical. Nos dias 10 e 11 de outubro, às 19h30, o palco do Teatro da Usina recebe o show Feminina Voz do Samba, com o grupo Moças do Samba e participações especiais das artistas Camile Castro e Bell Paixão.
O evento conta com recursos de acessibilidade, incluindo tradução em Libras, audiodescrição, material em braille e estrutura adaptada para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Todas as atividades têm classificação livre e entrada gratuita.
O projeto tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura, patrocínio da Caixa, Banco da Amazônia e Correios, e realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal.