Nesta segunda-feira (10), a Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) sediou o encontro da Agenda de Fortalecimento do Corredor Interoceânico da Amazônia Ocidental no Plenário “Lúcia Tereza Rodrigues dos Santos”. O evento reuniu parlamentares, representantes governamentais e empresários dos estados do Acre e Rondônia, com o objetivo de discutir o futuro desses estados que são atravessados pela BR 364, abordando temas relacionados ao desenvolvimento e à economia regional.
Durante o encontro parlamentar, foi proposta a criação de um comitê composto por membros das Assembleias Legislativas, governos, secretários e três representantes do setor produtivo de cada estado. O comitê teria a finalidade de buscar soluções para viabilizar a estrada que ligará o Brasil aos portos do Peru, através do Oceano Pacífico. Além disso, também foi apresentada a ideia de promover os corredores rumo ao Pacífico, solucionar os obstáculos existentes e estabelecer um voo regional que possa integrar os estados do Acre, Amazonas e Rondônia com o Peru.
O deputado estadual Ribeiro do Sinpol (Patriota), representando o presidente da Alero, deputado estadual Marcelo Cruz, destacou a união do grupo na busca por uma solução para o acesso ao Pacífico. Ele ressaltou a importância de criar essa alternativa que reduzirá custos e viabilizará o desenvolvimento regional.
O secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict/AC), Assurbanipal Mesquita, destacou que essa é uma oportunidade que contribuirá para o desenvolvimento dos estados do Acre e Rondônia, através da criação de uma Zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS). Ele enfatizou que essa possibilidade encurtará distâncias em direção à Ásia, criando alternativas logísticas para o setor produtivo e atraindo investimentos para a região.
Durante o evento, o vice-governador e secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec), Sergio Gonçalves, apresentou uma palestra sobre as potencialidades e a balança comercial de Rondônia, destacando o desenvolvimento econômico do estado desde 2019. Ele ressaltou que essa estrada abrirá acesso a novos mercados e oportunidades de exportação, reduzindo distâncias e custos. Ele expressou a intenção de buscar apoio contínuo do governo federal para alcançar os objetivos propostos.
O deputado estadual Alex Redano (Republicanos) ressaltou a importância do corredor interoceânico para o desenvolvimento regional e afirmou que o acesso aos portos do Peru trará benefícios significativos para a economia, oferecendo oportunidades para os estados envolvidos. Ele se colocou à disposição para contribuir com a pauta.
A deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil) enfatizou a relevância do debate na Assembleia Legislativa de Rondônia e parabenizou a iniciativa. Ela mencionou seu envolvimento na Frente Parlamentar em defesa da BR 364 e ressaltou sua atuação em questões relacionadas à BR 319 e à construção da ponte binacional entre Brasil e Bolívia. Ela expressou comprometimento e desejo de obter resultados concretos.
Ieda Chaves sugeriu a criação de um comitê para impulsionar o trabalho da frente parlamentar, visando atrair mais empresas e indústrias por meio de uma logística mais eficiente. Ela ressaltou a necessidade de resolver problemas em conjunto com as bancadas federal e estadual.
O superintendente da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), Gilberto Batista, destacou a necessidade de resolver dois gargalos para que o intercâmbio entre os países possa fluir economicamente. Ele mencionou a importância de criar uma cota para o transporte de produtos entre os países e a presença contínua de um fiscal agropecuário em Assis Brasil (AC). Ele expressou a intenção de formar um grupo e resolver essas questões, a fim de dobrar as exportações.
O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Luiz Gonzaga (PSDB), ressaltou a importância desse debate para o fortalecimento e desenvolvimento econômico. Ele agradeceu ao presidente da Assembleia de Rondônia, deputado Marcelo Cruz, por oferecer espaço para essa discussão. Ele enfatizou que ao chegar aos portos do Peru, os estados estarão próximos dos países asiáticos. Ele destacou a união das Assembleias e o crescimento dos estados, mencionando o ingresso no agronegócio, e expressou o compromisso de caminhar juntos para o desenvolvimento desses dois estados.
Ao final do evento, os parlamentares foram convidados a participar de uma visita técnica à cidade de Chancay (PER) nos próximos dias.
Em meio a um aumento de notificações de casos de arboviroses, como a dengue, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou na quinta-feira (23) a decretação de estado de emergência no município. A medida, com validade inicial de três meses, busca acelerar ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, e permitir contratações emergenciais de pessoal e serviços.
O decreto ocorre em um contexto de grande número e preocupantes: só na última semana, mais de 400 notificações de casos de dengue foram registradas, somando cerca de 800 em 15 dias, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Embora as confirmações dependam de exames laboratoriais, o cenário já foi considerado grave o suficiente para justificar a decisão da prefeitura. “Ainda não temos os dados consolidados, mas já temos um indicativo claro da situação alarmante”, afirmou Rennan Biths, secretário municipal de Saúde.
Bocalom alertou para os riscos que a cidade enfrenta e relembrou a crise sanitária de 2021, quando a dengue contribuiu para óbitos na capital em meio à pandemia de covid-19. “Naquele momento, vivemos uma situação muito delicada. Agora, estamos de novo diante de um desafio grande e precisamos da colaboração de todos”, disse o prefeito, durante a coletiva de imprensa.
Terrenos baldios sob nova política de controle
Uma das principais preocupações da gestão municipal é o grande número de terrenos baldios na cidade, estimados em mais de 20 mil. Esses espaços, frequentemente abandonados e tomados por lixo e vegetação alta, são apontados como criadouros ideais para o mosquito transmissor. Bocalom apelou diretamente aos proprietários para que cuidem de suas propriedades.
“Não é só um problema de saúde pública, mas também de responsabilidade individual. Estamos implementando uma nova política de controle para terrenos baldios, porque não dá mais para esperar”, afirmou. Segundo ele, a prefeitura pretende intensificar as fiscalizações nesses espaços, especialmente durante o período chuvoso, quando a proliferação do mosquito se agrava.
Estratégia emergencial e desafio coletivo
O decreto permite maior agilidade nas ações de combate, mas evidencia a complexidade de uma crise que não se resolve apenas com medidas de curto prazo. A prefeitura terá que lidar com a escassez de recursos, a necessidade de conscientização popular e a dificuldade de consolidar dados enquanto o número de notificações aumenta semanalmente.
O secretário de Saúde reforçou o pedido de apoio da população. “A colaboração dos moradores e donos de terrenos baldios é essencial neste momento. É uma luta coletiva”, disse Biths, destacando que o esforço precisa ir além das ações governamentais.
Programa Imóvel da Gente garante área para construção de novo campus do Instituto Federal do Acre
Área destinada em Feijó, no Acre, tem Cessão da área de 25.000m² integra ações do Programa Imóvel da Gente, iniciativa que promove a utilização de imóveis da União em políticas públicas prioritárias. A instalação do novo campus também compõe iniciativa de expansão de mais 100 campi de Institutos Federais no país até 2026 25.000 m² de extensão. Foto: SPU/MGI
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), por meio da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), destinou uma área de aproximadamente 25 mil metros quadrados no município de Feijó (AC), conhecido como a Terra do Açaí, onde será implantado um novo campus do Instituto Federal do Acre (IFAC). O extrato do Contrato de Cessão Gratuita foi publicado na última quinta-feira (16/1), no Diário Oficial da União. A cessão integra as ações do Programa Imóvel da Gente, iniciativa do Governo Federal para promover a utilização de imóveis de propriedade da União na implementação de políticas públicas prioritárias. A instalação do novo campus também faz parte dainiciativa de expansão de mais 100 campi deInstitutos Federais no país até 2026, meta integrante do Novo PAC, desenvolvida pelo Ministério da Educação.
O superintendente do Patrimônio da União no Acre, Tiago Mourão, destaca a importância da destinação do imóvel para o desenvolvimento de um projeto na área da Educação. “É muito importante a articulação da gestão do patrimônio da União com outras políticas públicas de outras, como é o caso da educação e, mais particularmente, a educação voltada para a população indígena”, ressaltou. “Tenho a certeza de que esse novo campus do IFAC irá beneficiar muitas pessoas, como as populações indígenas, ribeirinhas e rurais do nosso estado, sendo a educação um instrumento de relevância social e tendo um grande impacto nas comunidades, promovendo inclusão e transformando realidades”, pontuou.
De acordo com Carmem Paola Torres Alvarez, pró-reitora de Ensino do IFAC, o novo campus irá trazer oportunidades e desenvolvimento para Feijó e toda a microrregião Tarauacá-Envira, que possui aproximadamente 35 mil habitantes. “Com a instalação do novo campus, os estudantes da região não vão mais precisar se deslocar para a capital Rio Branco ou outras cidades para dar seguimento a seus estudos. Além disso, a presença de um Instituto Federal contribui para o desenvolvimento socioeconômico das localidades onde estão inseridos, especialmente em municípios pequenos como Feijó”, disse.
Quando estiver em pleno funcionamento, a estimativa é de que sejam ofertadas 1.400 vagas nos níveis médio, técnico e superior. Os cursos ofertados serão discutidos com a comunidade local, mas devem atender dois eixos tecnológicos: 1) Gestão e Negócios e 2) Recursos Naturais. O novo campus está projetado para contar com 70 professores e 46 técnicos administrativos.
Uma das particularidades do novo campus do IFAC é o foco no atendimento às populações indígenas localizadas na região. “São estimados cerca de 5 mil indígenas vivendo em comunidades de Feijó e entorno. Esse novo campus terá esse perfil, de atender de uma forma especial essa população que muitas vezes é esquecida nas políticas públicas”, enfatizou a pró-reitora Carmem Alvarez. Além dos povos indígenas, a nova unidade pretende atender ribeirinhos, comunidades rurais e residentes nas áreas urbanas de Feijó e cidades vizinhas.
Foto do projeto do campus
Projeção do novo campus do IFAC na área destinada através do programa Imóvel da Gente. Imagem: SPU/MGI
Imóvel da Gente
O imóvel da Gente, Programa de Democratização de Imóveis da União, direciona imóveis sem uso ou ociosos para políticas públicas como educação, habitação, saúde, assistência social, cultura, esporte. O programa, coordenado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, é um marco na gestão do patrimônio da União ao fomentar políticas públicas, promover habitação de interesse social em áreas bem localizadas, regularização fundiária em territórios vulneráveis e contribuir para o cumprimento da função socioambiental dos imóveis públicos, em benefício da população.
Por meio do Imóvel da Gente, foram destinados, em 2023, para uso social (moradia, posto de saúde, escola, espaço para cultura, entre outros) 294 imóveis. Em 2024, até outubro, foram destinados outros 331 imóveis, o que indica a aceleração do programa. Mais de 400 mil famílias já foram beneficiadas pelo programa, pois um imóvel (terreno ou prédio) pode ser ocupado por diversas famílias. O programa democratiza o acesso ao patrimônio público, valoriza os imóveis da União, e transforma a vida da população brasileira.
O Governo Federal, por meio dos Fóruns Estaduais do Programa, está em diálogo com estados, municípiose sociedade civil, estimulando uma abordagem colaborativa na busca por soluções inovadoras para os desafios habitacionais do país
Bocalom e Cameli: aliança estratégica pode reescrever o futuro de Rio Branco
Prefeito e governador se unem com promessa de ampliar a transformação da cidade, com o PP ganhando mais espaço na gestão municipal; agora, a população espera resultados concretos e melhorias.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e o governador Gladson Cameli se reuniram nesta quarta-feira (22) em um encontro que vai além da gestão pública. Em tempos de crise financeira no Estado, a parceria entre ambos se configura como uma aliança política estratégica, com o PP de Cameli buscando ampliar sua influência na Prefeitura.
Bocalom foi direto ao ponto ao afirmar que a colaboração com o governador não é algo passageiro, mas uma continuidade das promessas feitas durante a eleição. “Essa parceria não é só de palavras, é uma união para enfrentar as dificuldades que todos sabemos que existem”, afirmou o prefeito.
Cameli, ressaltou que o foco está na melhoria da vida da população, com ações concretas e mais investimentos para a cidade. “Essa união não é só para a política, é para resolver os problemas reais das pessoas”, declarou o governador.
Entre os temas discutidos, o Carnaval de 2025 ganhou destaque, com a promessa de um evento maior, mais estruturado e acessível para as famílias acreanas. Mas, no fundo, o que realmente se desenha nesse encontro é uma articulação política mais profunda, com o PP tentando se consolidar e ganhando espaço na gestão da Prefeitura de Rio Branco.
Essa parceria mudou o jogo na campanha e pode mudar o jogo agora na gestão. Porém, ainda é preciso ver se, além dos discursos alinhados, as ações realmente se traduzirão em mudanças visíveis para a população, que espera ser impactada por resultados concretos e uma melhoria na qualidade de vida.