Em meio à controvérsia envolvendo o Senador Márcio Bittar e a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ), uma nova voz se junta ao coro de repúdio contra os ataques do senador. O Povo Nukini, localizado em Mâncio Lima, Acre, emitiu uma nota expressando sua posição sobre as atitudes do senador, que persiste em construir ataques desrespeitosos aos povos originários e ameaçar os territórios indígenas do estado do Acre.
O Povo Nukini inicia sua nota ressaltando sua resistência histórica, enfrentando todas as formas de tentativas de extermínio por mais de 1522 anos. A família Inū Vakevu não poupa palavras ao repudiar os atos de preconceito e ódio perpetrados pelo Senador Márcio Bittar contra os povos indígenas do Acre. A nota destaca o impacto negativo dessas ações e reforça a posição de repúdio à postura do senador.
Diferenciando-se do senador, o Povo Nukini enfatiza que os povos indígenas lutam respeitando as leis. Suas associações e organizações estão comprometidas com o desenvolvimento da educação e saúde dentro de seu território. A crítica à bancada política é clara, acusando-os de manterem o preconceito e incentivarem o genocídio dos povos originários.
O Povo Nukini faz parte da Opirj e é um dos contemplados dentro do projeto Gestão Territorial, da Opirj, em parceria com o Fundo Amazônia.
Confira a nota completa:
A família Inū Vakevu, filhos de onça pintada do Povo Nukini, vem por meio das lideranças das Terra Indígenas Nukini, formadas por sete Aldeias, emitir nota de repúdio aos ataques do senador Márcio Bittar. O senador persiste construindo ataques desrespeitosos aos povos originários e ameaçando os territórios indígenas do estado do Acre. Resistimos a todos tipos de tentativa de extermínio há mais de 1522 anos e vamos continuando resistindo.
A família Inū Vakevu repudia todos os atos de preconceito e ódio do senador Márcio Bittar contra os povos indígenas do Acre. Diferentemente do senador, nós, povos indígenas, lutamos respeitando as leis. Nossas associações e organizações lutam pela vida e o desenvolvimento da educação e saúde dentro do nosso território, enquanto essa bancada de ternos e gravatas não fazem nada além de manter o preconceito e incentivo ao genocídio dos povos originários.
Afirmamos que nossas associações e organizações recebem seus recursos dentro das leis brasileiras e só recebem os recursos dos contratos assinados em nome dos Povos Indígenas do Brasil.
E caso o senador Márcio Bittar não esteja de acordo com as leis brasileiras, é só ele se mudar de país. Porque o Brasil é Terra Indígena e nós, povos originários, vamos ocupar nossos espaços.