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MEIO AMBIENTE

Semana Chico Mendes encerra com grandes debates sobre cuidados nas reservas e mudanças climáticas

Com objetivo mobilizar a sociedade e despertar o debate socioambiental, além de falar do legado de Chico Mendes

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Ocorreu na última semana a 34ª edição da Semana Chico Mendes, correspondendo as data de nascimento e assassinato do líder seringueiro. durante os dias de evento ocorreram debates, workshops e palestras sempre com a pauta ambiental. O tema de 2022, foi A Amazônia e Emergência Climática: reflorestando o pensamento a partir das vozes da Floresta é o tema principal.

A equipe do É Pop conversou com a filha de Chico Mendes, Angela Mendes, que faz parte do comitê de organização do evento. Ela disse que um dos grande temas dos debates foi o cuidado com as Reservas Extrativistas (RESEX) que são espaços territoriais protegidos cujo objetivo é a proteção dos meios de vida e a cultura de populações tradicionais, bem como assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da área.

“A semana Chico Mendes teve como objetivo mobilizar a sociedade e despertar o debate socioambiental, além de falar do legado de meu pai. Nosso grande objetivo é valorizar a sabedoria dos povos da floresta. Nossos debates esse ano foi sobre as reservas extrativistas, principalmente sobre a resex, Chico Mendes, que hoje vive uma situação lastimável, onde é a maior reserva extrativista, cujo a taxa de desmatamento todos os anos é colocada como recordista, além das invasões e vem sendo loteada e está sendo descaracterizada por pessoas que não tem o menor perfil para estar nela.” afirmou Mendes.

Ela também destacou que “Esse acúmulo de situações é culpa do governo que aí está, e que graças a Deus vai ficar somente até o próximo dia 31 de dezembro. Essa Resex é de extrema importância, não só porque leva o nome do meu pai, mas pelo fato de ter mais de 3 mil famílias morando no local, tem um papel importante na regulação do clima”, disse Angela, filha de Chico Mendes.

Ao falar das mudanças climáticas, Angela diz que os debates foram voltados para os povos originários, já que eles têm grandes estratégias para estas situações, além disso a sociedade civil que mora nas cidades devem discutir estes temas, pois a responsabilidade de cuidar da floresta não é apenas de quem vive nela.

“Um segundo grande ponto de debate que tivemos durante essa uma semana foi a defesa do clima, já que estamos com uma grave crise climática, os territórios e povos originários tem uma papel estratégico para a mitigação desta crise. Precisamos ainda discutir com a sociedade geral, que todos nós precisamos da floresta em pé, e esse não é um papel de quem mora nela”, finalizou.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou suas redes sociais na última quinta-feira (22) para prestar uma homenagem ao ambientalista e representante dos seringueiros de Xapuri, no Acre, Chico Mendes, morto nesta data há exatos 34 anos, na porta de casa com tiros de escopeta. Importante liderança e uma das primeiras vozes amazônicas a ecoar a necessidade da preservação do bioma para todo o mundo, sua morte causou lamentos e comoção dentro e fora do Brasil.

“Em dezembro de 1988, estive no velório de Chico Mendes, em Xapuri. Ao assassinarem o Chico, nessa data, há 34 anos, tentaram apagar sua luta em defesa da Amazônia e dos trabalhadores. Não conseguiram, e hoje suas ideias seguem vivas pelo Brasil e pelo mundo”, escreveu o presidente eleito como uma legenda de um inflamado discurso que proferiu durante o velório do ambientalista.

MEIO AMBIENTE

Vozes da floresta abrem o Seminário Internacional Txai Amazônia com lições de vida

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O Seminário Internacional Txai Amazônia começa na próxima quarta-feira, 25, em Rio Branco, no Acre, com um painel que coloca os povos indígenas no centro do debate sobre sociobiodiversidade e sociobioeconomia. A programação acontece no espaço eAmazônia, da Universidade Federal do Acre (Ufac), das 8h às 19h, e é gratuita.

O painel de abertura tem como tema “O olhar indígena para a construção dos conceitos de sociobiodiversidade e sociobioeconomia”, reunindo lideranças e especialistas indígenas para discutir como os conhecimentos tradicionais são fundamentais para a construção de modelos econômicos baseados no respeito à floresta e aos territórios.

Com mediação de Francisca Arara, Secretária de Estado dos Povos Indígenas do Acre, participam do debate Francisco Apurinã, mestre em Desenvolvimento Sustentável e doutor em Antropologia Social pela UnB; Mapu Huni Kuin, presidente do centro cultural Huwã Karu Yuxibu; e Francisco Piyãko, liderança do povo Ashaninka e coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj).

Os painelistas vão apresentar as visões e experiências dos povos indígenas sobre os conceitos de sociobiodiversidade e sociobioeconomia, destacando como a relação com a floresta, a proteção dos territórios e a valorização dos conhecimentos ancestrais são elementos centrais para qualquer proposta de desenvolvimento na Amazônia.

“Acredito que este painel inaugura o seminário não apenas com um tema, mas com um princípio orientador: ele se propõe como o eixo filosófico e ético de todo o Txai Amazônia, um marco transversal que inspira, nutre e fundamenta todos os demais debates, reafirmando que a verdadeira bioeconomia nasce da escuta, da ancestralidade e da harmonia com a floresta”, afirma Alexandre Nunes, coordenador de Programação do evento.

O debate também vai abordar os desafios enfrentados pelos povos indígenas no contexto da bioeconomia, os impactos das cadeias produtivas em seus territórios e a importância de garantir direitos, autonomia e proteção cultural.

O Seminário Internacional Txai Amazônia ocorre até o dia 27 de junho, reunindo lideranças indígenas, pesquisadores, organizações da sociedade civil e instituições públicas para discutir caminhos para uma bioeconomia que valorize a sociobiodiversidade e os modos de vida da Amazônia.

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MEIO AMBIENTE

Coletivo que organiza a comercialização do pirarucu no Amazonas apresenta case de sucesso no Seminário Internacional Txai Amazônia

Organização atua há seis anos promovendo o manejo sustentável e garante o debate sobre uma bioeconomia local

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Nascida no Amazonas, a marca coletiva Gosto da Amazônia, coordenada pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), será um dos mais de 20 cases de sucesso apresentados no Seminário Internacional Txai Amazônia, realizado de 25 a 28 de junho, no espaço eAmazônia da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco.

Com seis anos de atuação, a marca reúne diversas organizações da Amazônia envolvidas na cadeia de manejo sustentável do pirarucu. Criada para comercializar o peixe amazônico de forma coletiva e responsável, a iniciativa demonstra que é possível aliar geração de renda e valorização dos saberes tradicionais.

“É um privilégio fazer parte de uma organização de base e mostrar que temos resultados. Apesar dos desafios comerciais, gerenciais, logísticos e estruturais, conseguimos superar uma realidade bastante difícil e mostrar que temos atuado com resultados concretos. Buscamos parcerias para isso”, afirma Ana Alice Oliveira de Britto, coordenadora de comercialização da ASPROC.

A participação da marca no Txai Amazônia reforça a conexão entre o trabalho de base comunitária e os valores do evento, que busca promover soluções sustentáveis construídas a partir dos territórios e com protagonismo dos povos amazônicos. 

Durante o seminário, a coordenação da marca vai apresentar as conquistas e os aprendizados da trajetória, reforçando a importância de políticas públicas e investimentos para fortalecer experiências de bioeconomia nos territórios.

“Temos resultados que demonstram que é possível fazer bioeconomia com impactos diretos na vida do homem e da mulher da floresta”, destaca Britto.

A Gosto da Amazônia integra o Coletivo do Pirarucu, iniciativa que articula manejadores e manejadoras de pirarucu em unidades de conservação, terras indígenas e áreas com acordos de pesca, além de organizações de assessoria técnica e órgãos públicos. 

“O nosso objetivo é unir diversas iniciativas de manejo sustentável, fortalecendo essa cadeia de valor e contribuindo para a conservação da biodiversidade”, conclui a coordenadora.

A apresentação da Gosto da Amazônia acontece no terceiro dia de seminário, na sexta-feira, 27, a partir das 16h. Para assistir o debate, os interessados devem se inscrever na plataforma do sympla, com link disponível no txaiamazonia.com.br, onde também é possível conferir toda a programação.

Sobre o TXAI Amazônia

O seminário reunirá líderes dos nove estados da Amazônia Legal, além de Bolívia e Peru, para promover a bioeconomia e a valorização da sociobiodiversidade como base para o desenvolvimento econômico da região.

Durante quatro dias, o TXAI Amazônia abordará sete temas em 15 painéis, apresentando 20 casos de sucesso da bioeconomia regional e uma Mostra Artística que integrará povos tradicionais, comunidade acadêmica e autoridades.

O seminário é organizado pelo Instituto SAPIEN, uma instituição científica, tecnológica e de inovação dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional, em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, suas secretarias e 25 instituições locais.

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Cultura

Txai Amazônia traz ao Acre marca de moda sustentável que cria biomateriais a partir da borracha nativa do Pará

Tainah Fagundes, cofundadora da Da Tribu, fala sobre atuar no fortalecimento de comunidades extrativistas

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O que acontece quando juntamos ancestralidade e inovação? Essa pode ser a pergunta que guia a história da ‘Da Tribu’, uma marca de moda paraense que cria biomateriais utilizando a borracha como matéria-prima.

O empreendimento é um dos casos de sucesso que estarão no Txai Amazônia, evento que acontece no espaço eAmazônia, na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco.

Com apresentação marcada para 25 de junho, às 14h, no seminário, Tainah Fagundes, uma das fundadoras da ‘Da Tribu’, conta que o interesse pela ancestralidade começa muito antes do que se imagina:

 “Começa a partir da trajetória de vida da minha mãe, Cátia Fagundes. Ela não concluiu os estudos, terminou apenas o ensino médio e não fez graduação. Teve filhos muito jovem e enfrentou muitas dificuldades para se manter. Fez de tudo um pouco. Há cerca de 15 anos, quando ainda não existiam maquininhas de cartão, acumulou 20 mil reais em dívidas com clientes que não pagavam. Isso dificultou o acesso ao crédito. Com as roupas novas que sobraram das vendas, começou a criar os primeiros acessórios”, relembra.

Assim nasceu a Da Tribu: com mais de 20 mil reais em dívidas, reaproveitando resíduos têxteis para transformar em suas primeiras peças. Desde o início, o conceito de moda sustentável esteve presente. Nada foi comprado inicialmente; tudo foi aproveitado a partir do que já existia. Usaram diversos materiais e técnicas antigas, crochê, papel, papel machê, vinil, fitas magnéticas de fita cassete, que se tornaram base para a moda sustentável que Tainah e sua mãe acreditam. Mesmo sem recursos ou investimento financeiro planejado, começaram com o que tinham.

Para a Da Tribu, trabalhar com a borracha nativa é uma reconexão e um reconhecimento da força dos povos da floresta, especialmente indígenas. Elas utilizam sementes e fibras da floresta, buscando apresentar um novo olhar sobre a moda sustentável.

Depois de 15 anos experimentando vários materiais, há 10 anos começaram a fortalecer o uso da borracha nativa. Foi em uma feira de tecnologia social que se reconectaram com esse insumo, entendendo que era possível ressignificar o ciclo da borracha por meio da união entre tecnologia social e inovação da economia criativa. A partir disso, passaram a aplicar um design mais contemporâneo, sem renunciar à identidade e inclusão, bases da bioeconomia.

“Quando falamos em moda sustentável na Amazônia, não estamos falando de um polo têxtil, porque isso aqui não existe como no Sul ou Sudeste, nem como no Nordeste, que é produtor de algodão orgânico e jeans. Aqui, a força está nos bioativos. Falamos de identidade, pertencimento, território. De envolver pessoas no processo extrativista, junto com suas famílias. Assim, conseguimos inovar em fios e tecidos para o setor têxtil, começando pelas nossas joias orgânicas”, declara Tainah sobre a trajetória da marca.

Amazônia em foco

As mulheres por trás da Da Tribu contam a história do novo ciclo da borracha nativa na Amazônia a partir do protagonismo de extrativistas e mulheres que participam do processo, demonstrando autonomia nas práticas, no fazer e na valorização dos saberes. Fagundes reflete sobre os desafios desta missão:

“Não é fácil, porque precisamos sensibilizar e educar um mercado que vem de uma lógica muito industrializada, onde as percepções de valor ainda são bastante nichadas. Acreditamos que essa moda da floresta precisa ser cada vez mais democrática. Não vemos o mercado de luxo como caminho para nossa sustentabilidade. Quanto mais pessoas souberem e tiverem acesso aos nossos produtos, seja pelas joias orgânicas ou pelos biomateriais, frutos de uma pesquisa que desenvolvemos ao longo dos anos, mais cumpriremos nosso papel”, diz.

A empreendedora também fala sobre a alegria de vir ao Acre, terra de Chico Mendes. Sua vinda é viabilizada pelo Txai Amazônia e, para além dos debates e da importância de discutir sociobioeconomia em espaços plurais e de negócios, algo que o seminário tem em seu cerne, Tainah destaca o significado pessoal de estar nesse espaço:

“Milton Nascimento lançou um álbum chamado ‘Txai’ na minha infância, que considero um dos mais bonitos da história do Brasil. É nesse lugar que nos reconhecemos como parentes. Os indígenas descobriram o potencial da borracha, e hoje temos o dever de manter essa floresta de pé e valorizar processos tão genuínos e potentes para a vida na floresta”, afirma.

A Da Tribu torna esses materiais acessíveis para que marcas e designers possam adquiri-los. Poder mostrar e ser convidada para contar essa história que não é só dela e de sua mãe, mas também de todos os amazônidas, muitos dos quais ainda se sentem desconectados da identidade amazônica e da relação com a borracha, “é uma grande alegria” para Tainah.

“Estar aqui, no Acre, no território de Chico Mendes, é muito significativo para a gente. Respeitamos essa família e todos os povos que lutam dia após dia por essa floresta. Nós, que viemos do Pará, estamos trabalhando no aperfeiçoamento dessa história. Acho que essa relação de conexão, de afetos, é o que realmente precisamos fortalecer”, finaliza a entrevistada.

Uma das missões do Txai Amazônia é promover uma sociobioeconomia que vai além dos modelos industriais ou do capital financeiro, valorizando os elos de afeto, amizade e relações horizontais entre pessoas e comunidades. 

Sobre o TXAI Amazônia

Com estreia no Acre, o seminário reunirá líderes dos nove estados da Amazônia Legal, entre os dias 25 e 28 de junho de 2025, além de Bolívia e Peru, para promover a bioeconomia e a valorização da sociobiodiversidade como base para o desenvolvimento econômico da região.

Durante quatro dias, o TXAI Amazônia abordará sete temas em 15 painéis, apresentando 20 casos de sucesso da bioeconomia regional e uma Mostra Artística que integrará povos tradicionais, comunidade acadêmica e autoridades.

O seminário é organizado pelo Instituto SAPIEN, uma instituição científica, tecnológica e de inovação dedicada à pesquisa e gestão para o desenvolvimento regional, em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), o Governo do Estado do Acre, suas secretarias e 25 instituições locais.

Acesse o site do Txai Amazônia e se inscreva gratuitamente. O link também está disponível nas redes sociais do @txai.amazonia.

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