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MEIO AMBIENTE

Acre ultrapassa 1,7 mil focos de queimadas em agosto

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O estado do Acre ultrapassou 1.700 focos de queimadas no mês de agosto, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento por satélite registrou 1.767 focos entre o dia 1º e o dia 29, o que representa um aumento de 27% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A situação levou o governo do estado a decretar, no dia 20 de agosto, uma situação de emergência em saúde pública, resultado da combinação entre a intensificação da seca e o aumento do número de incêndios. A medida visa fortalecer as ações de combate e prevenção.

O município de Feijó, com população estimada em 32 mil pessoas, lidera o ranking das queimadas no estado. Até o dia 29, foram registrados 444 focos de incêndio no município, o que equivale a cerca de 25% do total estadual. Entre os dias 29 e 30 de agosto, Feijó também liderou no número de novos focos, com 59 registros.

A Operação Sine Ignis (Sem Fogo) foi lançada no dia 29 de agosto como parte das ações para reduzir os focos de incêndio e o desmatamento. A operação é coordenada pela Casa Civil, Defesa Civil e Secretaria do Meio Ambiente, com a participação de outros órgãos estaduais e federais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Batalhão de Policiamento Ambiental.

Dados históricos indicam que o ano de 2022 foi o segundo com maior área queimada no Acre desde 2005. De acordo com o projeto Acre Queimadas, foram registrados mais de 322 mil hectares queimados em 2022, sendo 51% dessa área em terras desmatadas antes de 2021, muitas vezes associadas ao manejo agropecuário.

A qualidade do ar em Rio Branco tem sido uma das piores entre as capitais do país, como resultado do aumento das queimadas. Autoridades alertam que as penalidades para quem for responsabilizado pelas queimadas serão rigorosas, especialmente para reincidentes.

Foto: Sérgio Vale

MEIO AMBIENTE

Proposta da NDC indígena leva à COP 30 estratégia de redução de emissões baseada em territórios

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A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) apresentou, em agosto de 2025, uma proposta própria de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC indígena), documento que orienta metas e ações de enfrentamento à mudança do clima no âmbito do Acordo de Paris. A iniciativa ocorre às vésperas da COP 30, que será realizada no Brasil e marca o ciclo de atualização das metas climáticas dos países, previsto pelo acordo firmado em 2015 Como a proposta da NDC indígena.

O texto explica que as NDCs são o mecanismo que reúne os compromissos de cada país para reduzir emissões de gases de efeito estufa, com a meta de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2°C e, preferencialmente, não ultrapassar 1,5°C. Essa atualização acontece a cada cinco anos, e a rodada de 2025 é considerada decisiva porque projeções indicam que manter o atual nível de emissões pode resultar em aumento médio da temperatura de até 3,1°C Como a proposta da NDC indígena.

Segundo o documento, cerca de 75% das emissões brasileiras não são provenientes da indústria nem da geração de energia, mas do desmatamento, da degradação e da agropecuária Como a proposta da NDC indígena…. Por isso, os povos indígenas afirmam que o eixo central da NDC indígena é o reconhecimento formal de seus territórios. A proposta cita estudo produzido pela APIB e pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) indicando que Terras Indígenas demarcadas têm taxas de desmatamento menores do que áreas não regularizadas Como a proposta da NDC indígena.

Apesar da elaboração de NDCs ser uma atribuição dos países, o documento registra que indígenas decidiram apresentar uma versão própria. A autora do texto, Martha Fellows, afirma que, “enquanto representantes de países têm apresentado suas NDC, indígenas brasileiros lançaram sua própria versão de um documento com orientações diretas e concretas” Como a proposta da NDC indígena.

O documento também enfatiza que, mesmo se todas as emissões fossem interrompidas hoje, os efeitos da mudança do clima continuariam a ocorrer, pois os gases permanecem na atmosfera por longos períodos. Por essa razão, a proposta defende que o financiamento para ações de adaptação seja direto, sem intermediários, permitindo que povos indígenas proponham e executem soluções conforme suas práticas e culturas Como a proposta da NDC indígena.

O texto conclui que povos indígenas convivem com os territórios há milhares de anos e enfrentam impactos climáticos provocados por decisões tomadas fora dessas áreas. A proposta argumenta que ouvir esses povos é parte da resposta à crise climática e que a proteção dos territórios é condição para manter florestas em pé e reduzir emissões Como a proposta da NDC indígena.

Com base em artigode Martha Fellows, pesquisadora do IPAM, JOTA, 30/10/2025

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MEIO AMBIENTE

Fundo Amazônia impulsiona retomada de projetos florestais e leva BNDES ao maior volume de investimentos da série

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Desde a reativação do Fundo Amazônia, em 2023, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mobilizou R$ 3,4 bilhões para financiar ações de conservação, recuperação e manejo de florestas no país . O volume representa o maior nível de investimentos já aplicado pelo banco nesse tipo de iniciativa e ocorre no contexto da estratégia brasileira de enfrentamento à mudança do clima e cumprimento das metas assumidas no Acordo de Paris. Segundo o banco, os recursos já garantiram o plantio de 70 milhões de árvores e geraram 23,5 mil empregos na economia florestal.

A retomada do Fundo Amazônia reorganizou o fluxo de financiamento para projetos de restauração e combate ao desmatamento, interrompido por quatro anos. O BNDES passou a apostar na bioeconomia como vetor de desenvolvimento e renda, conectando a agenda ambiental ao crescimento econômico. Para a diretora socioambiental do banco, Tereza Campello, a agenda florestal integra investimentos e atração de novos parceiros do setor privado. Em suas palavras, a atuação busca “criar confiança no país e atrair novos atores e investimentos”.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima afirma que o financiamento climático é decisivo para que o Brasil reduza entre 59% e 67% das emissões de gases causadores de efeito estufa até 2035, em comparação ao ano de 2005, meta prevista na Contribuição Nacionalmente Determinada. O secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, afirma que o país só conseguirá atingir esse compromisso se avançar em duas frentes simultâneas: redução do desmatamento e ampliação de ações de restauração florestal.

Uma das linhas de atuação é o financiamento. Neste mês, o banco aprovou R$ 250 milhões para um projeto de restauração ecológica que prevê recuperar 24.304 hectares em áreas de proteção e reserva legal nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. O projeto vai contribuir para regularizar mais de mil imóveis rurais em seis estados.

Outro mecanismo é o modelo de concessões florestais. O BNDES coordena 38 projetos, dos quais 24 já em execução . Nessas concessões, investidores assumem a recuperação de áreas e são remunerados pela venda de créditos de carbono. O diretor Nelson Barbosa explica que o objetivo é atrair investidores privados e ampliar a escala da restauração. Segundo ele, o modelo “tem potencial de proporcionar a escala necessária para a recuperação da Bacia Amazônica”. Um dos exemplos é a Floresta Nacional do Bom Futuro, que deve restaurar 12 mil hectares e proteger outros 78 mil hectares ao longo de 40 anos, com expectativa de receita de R$ 886 milhões.

O banco também opera com recursos não reembolsáveis, destinados mediante contrapartida. Em outubro, lançou nova chamada do programa Floresta Viva, que vai financiar projetos de restauração em 61 terras indígenas nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, com investimento previsto de R$ 10 milhões . As ações incluem apoio a sistemas agroflorestais e prevenção de incêndios.

Para dar transparência aos projetos, o banco lançou o site BNDES Florestas, que reúne informações sobre crédito, editais, concessões e programas de inovação com foco na restauração e na economia florestal.

As ações reforçam a estratégia de posicionar o país como referência em recuperação ambiental e bioeconomia e indicam que o Fundo Amazônia voltou a ser um instrumento de financiamento para metas climáticas e geração de renda baseada na floresta.

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Seca derruba produção de mel e expõe impacto das mudanças climáticas na Amazônia

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A queda abrupta da produção de mel na comunidade de Anã, na reserva extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará, durante a estiagem entre 2023 e 2024, revelou um alerta para os efeitos das mudanças climáticas e para a vulnerabilidade das populações ribeirinhas da Amazônia. O mel produzido pelas abelhas-sem-ferrão é uma das principais fontes de renda local e um atrativo para o turismo. No período de seca, a produção caiu cerca de 50%, o que reduziu o fluxo de visitantes e comprometeu o sustento das famílias .

Aldair Godinho, meliponicultor da comunidade, relata que a estiagem prolongada impediu as abelhas de produzir mel. Ele afirma que a produção depende diretamente do clima e da capacidade das plantas de secretarem néctar. “Se eu não tiver mel, não posso fazer propaganda disso, não posso trazer meus turistas para conhecer. Então, preciso que tudo esteja funcionando”, disse . A cooperativa local precisou fornecer alimentos às famílias, e benefícios federais ajudaram os moradores a atravessar o período de seca .

O engenheiro-agrônomo Rogério Alves explica que temperatura, umidade e precipitação interferem na secreção de néctar pelas plantas e no comportamento das abelhas. “Com a temperatura alta, há também pouca umidade do solo e pouca água na planta. Então, para não perder água, ela não secreta néctar”, afirmou . As altas temperaturas também afetaram outras atividades produtivas da comunidade, como a piscicultura, que registrou perdas de peixes devido ao aquecimento da água .

A seca que atingiu a Amazônia foi resultado da combinação entre o fenômeno El Niño, o aquecimento anômalo do Atlântico Tropical Norte e o agravamento das mudanças climáticas. Segundo a pesquisadora Regina Rodrigues, da UFSC, o estudo World Weather Attribution apontou que as mudanças climáticas tornaram a falta de precipitação dez vezes mais intensa e prolongaram os efeitos da estiagem. “Se antes a seca do El Niño era moderada, agora é excepcional”, afirmou . Em alguns trechos da bacia amazônica, foram registrados até 20 meses com chuvas muito abaixo da média .

Mesmo com a recuperação parcial da produção neste ano, o cenário ainda exige atenção. Para o pesquisador do Inpa Renato Senna, os efeitos da seca atingem diretamente a vida das populações ribeirinhas. “Seca na região amazônica significa um caos absoluto para as populações ribeirinhas. Traz fome, sede, falta de acesso à educação, a medicamentos. É isolamento”, afirmou . Ele destaca que a manutenção da floresta em pé é um elemento de proteção, pois garante umidade no solo e reduz o risco de incêndios .

As abelhas exercem papel estratégico na preservação da Amazônia. Elas são responsáveis pela polinização de grande parte das espécies nativas. Estudo citado na reportagem mostra que abelhas nativas são responsáveis por 90% da polinização do açaí, atividade essencial para o equilíbrio do ecossistema e para a economia da região . Para os pesquisadores, manter a floresta preservada e fortalecer políticas públicas voltadas para adaptação climática são medidas necessárias para garantir a permanência das comunidades na região e a continuidade de suas atividades produtivas.

Aldair observa que, com a volta da chuva e a rebrota das flores, há expectativa de aumento da produção de mel. “Nós, meliponicultores, estamos com uma expectativa de que agora vamos ter bastante mel”, disse . A recuperação, no entanto, não elimina o alerta emitido pelos pesquisadores, que defendem ações de mitigação das mudanças climáticas, redução de emissões de carbono e planejamento para proteger comunidades vulneráveis durante períodos de estiagem prolongada .

Fonte: UOL

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