Um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), divulgado nesta terça-feira (8), aponta que a rivalidade entre facções criminosas na Amazônia Legal elevou as taxas de homicídio na região. Em 2021, enquanto a média nacional foi de 21 homicídios por 100 mil habitantes, a média nos municípios da Amazônia Legal se aproximou de 30.
Segundo o relatório, a presença de grupos criminosos está associada a diferentes atividades ilegais, como tráfico de drogas, desmatamento e mineração. Um dos destaques é a prática do chamado “narco-desmatamento”, em que o lucro obtido com o tráfico é direcionado à especulação fundiária e ao investimento em setores como agropecuária.
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O documento revela ainda que parte da madeira extraída de forma ilegal é inserida no mercado formal por meio de licenças irregulares ou corrupção de agentes públicos, dificultando a fiscalização.
Entre 2011 e 2021, a mineração em terras indígenas aumentou 625%, segundo a ONU. O levantamento indica que o desmatamento nessas áreas chega a ser até três vezes maior do que em territórios indígenas sem atividade mineradora.
Apesar do cenário, o relatório registra uma redução do desmatamento na Amazônia Legal nos últimos três anos. A análise considera que o combate ao crime ambiental exige ações coordenadas entre países e instituições.
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O Brasil, por concentrar cerca de 60% da Floresta Amazônica, é um dos mais afetados pela atuação das organizações criminosas na região.