Cyberbulling, fake news, descontrole por likes e seguidores, busca pelo corpo perfeito. Estes são apenas alguns dos assuntos que serão explorados no espetáculo Usuários, da Fluxo Cia de Dança. O grupo está nos preparativos finais para as apresentações, que ocorrem nos dias 4, 5, 11 e 12 de novembro, no Teatro de Arena do Sesc, às 19 horas. Os ingressos já estão disponíveis e podem ser adquiridos por meio do perfil no Instagram @fluxociadedanca.
Este é o terceiro projeto da companhia, que une dança e teatro, e aborda seis personagens vivendo em uma sociedade no pós-pandemia da Covid-19, com os reflexos do uso excessivo de celulares e redes sociais. A ideia é mostrar como este tipo de prática influencia a vida deles dentro e fora dos aplicativos.
De acordo com o diretor da Cia Fluxo de Dança, Dheyvison Bruno, o projeto tem como finalidade trazer consciência aos espectadores, principalmente no que diz respeito ao uso desregulado das redes sociais e os malefícios – que vão desde a questões comportamentais a conflitos de interação com outros indivíduos num contexto social.
“É um experimento que fará o público refletir e repensar quanto às suas próprias ações no mundo virtual. Estamos ensaiando desde maio deste ano, após a conclusão do espetáculo Eros – que marcou nosso retorno aos palcos”, afirma Dheyvison Bruno.
Inovação no formato
Segundo o diretor, quando comparado aos outros projetos, Usuários possui um formato diferente. “Continuo utilizando a temática de unir a dança e o teatro, buscando realizar projetos que façam o público se questionar e refletir; porém, desta vez, o desafio foi dado ao elenco do projeto. Todos foram desafiados a criarem suas próprias coreografias e se expressarem de acordo com a função que cada personagem tem no espetáculo”, explicou, acrescentando que os bailarinos deixaram de ser somente reprodutores das ideias. “Eles [os bailarinos] tornaram-se intérpretes-criadores.” disse.
O bailarino Thiago Silva, que interpreta o usuário Max, explicou que trabalhar com o diretor foi uma experiência incrível. “Ele [Dheyvison Bruno] nos desafiou a explorar novas camadas de atuação, que, para mim, foi um desafio constante: encontrar o equilíbrio da dança e da encenação, necessária para transmitir a história desse espetáculo”, reforçou.
Além de meses de pesquisa até a conclusão do roteiro, a companhia se preocupou em utilizar adereços cênicos feitos com sucata tecnológica, envolvendo uma combinação de tecnologia e sustentabilidade. “A utilização de peças de computador e outros recursos reciclados não apenas acrescenta elementos visuais únicos, mas também demonstra um compromisso com o meio ambiente”, reiterou Geovane, produtor e aderecista do espetáculo. “Esta abordagem artística reflete a interseção entre a inovação digital e a consciência ambiental, ampliando a mensagem do espetáculo para uma reflexão mais profunda sobre o nosso relacionamento com a tecnologia e o planeta”.
Ficha técnica – Usuários
Direção Geral: Dheyvison Bruno. Produção Executiva: Geovane Matos. Elenco: Débora Brilhante, Dheyvison Bruno, Elias Silva, Gyselle Moraes, Thiago Silva, Vitor Cruz. Fotografia: Heder Carlos. Operador de som: Enrico Túlio e Luanne Lima. Músico: Deivid de Menezes Iluminação: Marina Luckner. Arte Gráfica: Larissa Evelin Figurinos: Maria José. Aderecista: Geovane Matos. Cenário: Ulisses Sanchez. Cenografia: Larissa Evelin e Ariel Souza
A cultura e os saberes ancestrais do povo Ashaninka do Acre, situado na Aldeia Apiwtxa, Terra Indígena do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, foi destaque na Exposição-Feira Arte dos Mestres, realizada em São Paulo, entre 28 de agosto de 1 de setembro.
Da Aldeia Apiwtxa, no Acre, cinco lideranças estiveram presentes no evento: Wewito Piyãko, Dora Piyãko, Moisés Piyãko, Alzelina Luiza e Piyãko.
“O convite para a gente se deu devido ao trabalho de divulgação das redes sociais. O pessoal acompanha a gente no Instagram e viram um pouco do nosso trabalho, da arte, da cultura nossa e entraram em contato com a gente. E nós decidimos trazer mais as peças em tecido de algo, confeccionados manualmente na aldeia, com tingimento natural e as pinturas. Também trouxemos instrumentos, o urucum, cachimbos e a cesta”, explica o presidente da associação Apiwtxa, Wewito Piyãko.
A exposição reuniu mais de 15 grandes artistas/coletivos de artesãos de oito estados brasileiros. A atividade, idealizada pelo Artesol, reconhece, celebra e divulga os maiores talentos do universo artesanal, conectando-os diretamente com o público e com o circuito de arte mais importante do Brasil.
“Tivemos um destaque muito importante durante o evento. Muitas pessoas passaram por aqui, adquiriram nossas peças e outras vieram prestigiar, além de que foi um espaço para divulgarmos a nossa arte ashaninka e fechar negócios. Recebemos encomendas e expandindo o nosso mercado”, destacou Wewito.
Além de prestigiar cerca de 250 obras de arte popular brasileira, com uma sofisticada expografia, o público pôde conhecer, interagir e prestigiar a roda de conversa com os próprios mestres, além de adquirir com eles suas peças.
O Acre deu um passo importante para o fortalecimento de sua cultura com o lançamento de dez editais da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), um investimento inédito de R$ 16,7 milhões. O evento, ocorrido no Museu dos Povos Acreanos, foi marcado por celebrações que ressaltaram a importância da cultura para a identidade do estado.
Os editais abrangem diversas áreas culturais, como o fortalecimento dos povos originários, a premiação de mestres da cultura, bolsas de intercâmbio, formação, ações continuadas, arte e patrimônio, e apoio a espaços culturais. Este investimento histórico não só promove a inclusão e a diversidade, mas também visa garantir a sustentabilidade das ações culturais no Acre até 2028.
O governador Gladson Cameli destacou o impacto positivo do investimento na democratização do acesso à cultura e no apoio aos artistas locais. Minoru Kinpara, presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), sublinhou que este é o maior investimento já visto na história cultural do Acre, beneficiando diretamente a economia criativa e a comunidade.
Além disso, o programa Cultura Viva será implementado no estado para fortalecer os pontos de cultura, ampliando o acesso à arte e conectando comunidades em todo o Acre. O lançamento dos editais representa um marco no reconhecimento e valorização das tradições e saberes locais, assegurando a continuidade da vibrante expressão cultural acreana.
Conheça todos os editais
Edital de fortalecimento dos povos originários – R$ 1,2 milhão Edital de premiação para mestres da cultura – R$ 900 mil Edital de bolsa e intercâmbio nacional e internacional – R$ 696 mil Edital de formação – R$ 900 mil Edital de ações continuadas – R$ 2,5 milhões Edital de arte e patrimônio – R$ 4,1 milhões Edital de Iniciantes – R$ 200 mil Edital de subsídio e manutenção de espaços e organizações culturais – R$ 1,098 milhão Política Nacional Cultura Viva (Pontos e pontões) – R$ 2.090.345,48
O Governo do Estado do Acre, em parceria com o Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec) e a Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), está oferecendo 100 vagas em cursos livres na Usina de Arte João Donato. Esses cursos são gratuitos e voltados para a população de Rio Branco e região, com inscrições abertas de 19 a 30 de agosto.
As capacitações disponíveis são em quatro áreas: figurino teatral, iniciação à linguagem teatral, aprofundamento à linguagem teatral e gravura. Cada curso possui 25 vagas, e as aulas ocorrerão no período vespertino, com dias específicos para cada modalidade:
Figurino Teatral: Segundas e quartas-feiras
Gravura: Segundas e terças-feiras
Iniciação Teatral: Segundas e quintas-feiras
Aprofundamento Teatral: Terças e sextas-feiras
Os interessados devem ter pelo menos 15 anos. Para o curso de aprofundamento teatral, é necessário já ter concluído o curso de iniciação ou possuir experiência anterior em teatro. Não é permitido se inscrever em mais de um curso.
As inscrições podem ser feitas online, acessando o site usinadeolhares.wordpress.com, ou presencialmente em três locais: Usina de Arte João Donato, sede do Ieptec, ou FEM. Os cursos têm duração de três meses e estão programados para começar entre 2 e 6 de setembro, dependendo da capacitação escolhida.