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Cultura

Ailton Krenak é eleito para a Academia Brasileira de Letras; conheça suas conexões com o Acre e Chico Mendes

Uma voz inspiradora para a preservação ambiental e os direitos indígenas

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O renomado escritor e ambientalista Ailton Krenak conquistou um marco histórico ao ser eleito como membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua eleição representa um momento significativo, pois ele se tornou o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL.

A trajetória de Ailton Krenak está intimamente ligada ao Acre e ao icônico ambientalista Chico Mendes, com quem ele compartilhou a Aliança dos Povos da Floresta. Krenak e Mendes trabalharam juntos para promover a preservação da floresta e defender os direitos das comunidades indígenas e seringueiros da região.

A relevância dessa parceria e da Aliança dos Povos da Floresta é destacada pelas palavras de Ailton Krenak em seu depoimento para o livro “Vozes da Floresta” (Editora Xapuri, 1a Edição, 2008), que foi produzido coletivamente em homenagem a Chico Mendes: “Eu hoje fico pensando como a agenda da Aliança tinha um apelo tão forte e tão mobilizador. Eu acho que esse apelo tinha a ver um pouco com a novidade da nova Constituição. Foi nesse ambiente que o Chico Mendes projetou mais do que ideias, ele projetou uma utopia.”

Krenak descreve Chico Mendes como uma figura que irradiava esperança e promovia o diálogo e a paz, mesmo diante das injustiças e desafios que enfrentavam. A Aliança dos Povos da Floresta foi um marco na mobilização de diversos grupos, incluindo índios, seringueiros e ribeirinhos, em prol da preservação da floresta e da justiça social.

“Foi com essa energia empreendedora que consolidamos na região do Alto Juruá uma iniciativa como a dos Ashaninka, que levantaram a sua organização Apiwtxa e o Centro Yorenka Ãtame, de onde o Benki [Ashaninka] e seus companheiros mostram para o mundo uma alternativa que extrapola os limites da Terra Indígena Ashaninka e da Reserva Extrativista do Alto Juruá.

Ali, nas curvas do Rio Juruá, descortina-se essa nova experiência envolvente dos Ashaninka, não só com o seu próprio povo, mas também com as vilas e comunidades do seu entorno, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de uma economia apoiada na riqueza de nossas florestas e nas práticas apoiadas no conhecimento tradicional. Uma associação entre o conhecimento tradicional e as novas tecnologias que a meu ver expressa a síntese do legado que o Chico nos deixou”, diz Krenak.

A mensagem de Chico Mendes e da Aliança dos Povos da Floresta permanece viva, e Ailton Krenak está comprometido em levar adiante esse legado. Sua eleição para a Academia Brasileira de Letras é mais um capítulo em sua jornada de defesa da cultura indígena, dos direitos humanos e da preservação ambiental.

“Eu me sinto orgulhoso de ter participado de tudo isso com uma turma tão comprometida com o entendimento de que a floresta é uma lugar sagrado onde a vida se realiza de maneira plena. Durante toda essa jornada, a presença do Chico foi sempre muito viva e muito importante. Até hoje a presença dele é tão forte e tão inspiradora que muitas vezes sinto que está bem aqui junto com a gente”, declara.

Ailton Krenak, é um líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia Krenak. Sua trajetória é marcada por uma profunda dedicação à defesa dos direitos dos povos indígenas e à preservação do meio ambiente.

Ativismo e Liderança: Aos dezessete anos, mudou-se com sua família para o estado do Paraná, onde se alfabetizou e se tornou produtor gráfico e jornalista. Na década de 1980, passou a dedicar-se exclusivamente ao movimento indígena. Fundou a organização não governamental Núcleo de Cultura Indígena, que visa a promover a cultura indígena. Participou da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição Brasileira de 1988, onde protagonizou uma das cenas mais marcantes: em discurso na tribuna, pintou o rosto com a tinta preta do jenipapo, segundo o tradicional costume indígena brasileiro, para protestar contra o que considerava um retrocesso na luta pelos direitos dos povos indígenas brasileiros.

Obra Literária: Além de sua atuação como líder indígena e ambientalista, Ailton Krenak é também um escritor prolífico. Algumas de suas obras incluem:

  • Ideias Para Adiar o Fim do Mundo
  • O Amanhã Não Está à Venda
  • A Vida Não é Útil

Reconhecimento Internacional: Ailton Krenak é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro e possui reconhecimento internacional. Ele recebeu o título de doutor honoris causa pelas Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG) e Juiz de Fora (UFJF).

Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real

Cultura

Conheça as diretoras e os filmes que serão exibidos na Mostra Norte Delas de Cinema

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A produção da 1° Mostra Norte Delas de Cinema divulgou a lista dos filmes selecionados e de suas respectivas diretoras. As cineastas Rose Farias e Lorena Ortiz assinam a curadoria do evento que vai exibir 24 produções de realizadoras dos sete estados da região Norte do país, dentre 47 inscritos.

Emergindo como um tributo à luta feminista e à cultura das mulheres da região Norte brasileira, a mostra será promovida entre os dias 1 e 5 de abril, no Cine Teatro Recreio, em Rio Branco, no Acre.

Com programação gratuita, a ser conferida nas redes sociais da @mostranortedelasdecinema e @seivacolab, a iniciativa pretende fomentar, disseminar, evidenciar e valorizar a cultura das mulheridades que permeia corpos, mentes, potências, histórias, trajetórias, afetos e amazônias criativas.

A I Mostra Norte Delas de Cinema é um projeto aprovado em edital da Lei Paulo Gustavo (LPG), por intermédio da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil (FGB). A produção é assinada pela Palmácea Filmes – produtora de cinema e arte que integra a Seiva  Colab Amazônica. A Seiva Colab Amazônica – coletivo de mulheres produtoras que visa difundir conteúdos, debates e estéticas do audiovisual no Acre e região Amazônica – responde pela coprodução do evento.

Veja a lista dos filmes e diretoras:

Curtas-metragens:

As Revoltosas, direção Cristiane Martins

Ficção/Colorido/HD/ 6´48”/PA

Vida A Flux, direção Adrianna Oliveira

Ficção/Colorido/ super-8mm, 6´28”/ PA

Solitude, direção Tami Martins e Co-direção de Aron Miranda

Ficção animação/Colorido & PB/13’32”/AP

Bebé Isadora, direção Isadora Lis

Ficção/Colorido/3´12”/PA

Bárbara, direção Joyce Cursino

Ficção/Colorido/18´47”/PA

Cabana, direção Adriana De Faria

Ficção/Colorido/13´39”/PA

A memória que ficou, direção Kaline Leigue

Documentário/Colorido/ 6´21”/RO

Velande, direção Letícia Mamed

Documentário/Colorido/ 21’17”/AC

Alexandrina – Um relâmpago, direção Keila Sankofa

Ficção/Colorido/11´31”/PA

Mercado de Histórias, direção Alcinethe Damasceno

Documentário/Colorido/ 19’50”/AC

Ventre afluente, direção Laryssa Gaynett

Documentário/Colorido/ 13’01”/AM

Vou rezando e vou cantando, direção Katiúscia Miranda

Documentário/Colorido/ 11´15”/AC

Cabeça de cabaça, direção Keila Sankofa

Vide Arte/Colorido/ 6″/PA

Osmarina, direção Juliana Machado

Documentário/Colorido/ 18’38’’/AC

Veriana, direção Juliana Machado

Documentário/Colorido/ 25’00’’/AC

O Nome, direção Rose Farias

Documentário/Colorido/ 20’00’’/AC

Maués: A Garça, direção Isabele Amsterdam

Documentário/Colorido/ 27’00’’/AC

Sementes, direção Isabele Amsterdam

Animação/Colorido/ 7’00’’/AC

*Médias-metragens:*

Rami Rami Kirani, direção Mawapãi Huni Kuin e Luciana Huni Kuin

Documentário/Colorido/ 33’16″/AC

*Longas-metragens:*

Peregrina, direção Juliana Machado

Documentário/Colorido/ 79’/AC

O Barulho da Noite, direção Eva Pereira

Ficção/Colorido/HD/ 97’23”/TO

Aqui em La Frontera, direção Marcela Ulhoa

Documentário/Colorido/1:25’48″/RR

Não Haverá Mais História Sem Nós, direção Priscilla Brasil

Documentário/Colorido/ 75’47”/PA

Enquanto o Céu Não Me Espera, direção Christiane Garcia

Ficção/Colorido/ 79’07”/AM

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Cultura

Iphan reconhece grafismos do povo Huni Kuĩ como patrimônio cultural

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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente o Kene Kuĩ, conjunto de saberes e técnicas dos grafismos do povo Huni Kuĩ, como patrimônio cultural do Brasil. A decisão foi tomada durante a 107ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, realizada em 25 de março de 2025, em Brasília.

A solicitação de registro foi apresentada ao Iphan em 2006, com apoio de 127 representantes de comunidades e organizações indígenas Huni Kuĩ, entre elas a Associação dos Produtores Kaxinawá da Aldeia Paroá (APROKAP), a Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira (OPIRE) e a Federação do Povo Huni Kuĩ do Acre (FEPHAC).

O presidente da FEPHAC, Cacique Ninawa Huni Kuĩ, destacou o reconhecimento como resultado de um esforço coletivo iniciado há anos. A conselheira do Iphan e relatora do processo, Naine Terena de Jesus, ressaltou o histórico de violência enfrentado pelos Huni Kuĩ e a importância da escuta ativa no processo de registro.

O Kene Kuĩ abrange práticas ligadas à tecelagem, cestaria, pintura corporal, cerâmica, produção de redes e objetos com miçangas. Os grafismos representam uma linguagem visual que transmite conhecimentos sobre a cosmologia, práticas sociais e rituais dos Huni Kuĩ. A produção é tradicionalmente realizada por mulheres, chamadas de aïbu keneya (mestras do desenho), que transmitem os saberes por meio de rituais, cantos e observação da natureza.

Com o reconhecimento, o Iphan e as comunidades indígenas irão elaborar políticas públicas para a preservação e continuidade do Kene Kuĩ. As ações incluirão oficinas, pesquisas de campo e consultas públicas para fortalecer os mecanismos de transmissão do patrimônio.

O povo Huni Kuĩ vive na região da Amazônia Ocidental, entre o Brasil e o Peru, com presença no estado do Acre e sul do Amazonas. O reconhecimento oficial do Kene Kuĩ marca o primeiro registro de patrimônio imaterial considerado genuinamente acreano pelo Iphan.

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Cultura

A Cidade do Acre que Brilha nos Mapas do Brasil

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Efeito Alice Springs destaca Cruzeiro do Sul em meio ao isolamento

Cruzeiro do Sul, AC – Em um país vasto e diverso como o Brasil, nem sempre as cidades mais populosas são as que ganham destaque nos mapas. Um fenômeno curioso, conhecido como “Efeito Alice Springs”, faz com que municípios menos populosos, mas com localização estratégica, se sobressaiam nas representações cartográficas.

Um exemplo notável desse efeito é Cruzeiro do Sul, no Acre. Com menos de 100 mil habitantes, a cidade se destaca em meio ao isolamento geográfico da região. Localizada no oeste do estado, a 8 horas de viagem da capital Rio Branco, Cruzeiro do Sul se torna referência em uma área cercada por municípios menores.

Efeito Baltimore: O oposto do destaque

O “Efeito Alice Springs” tem um contraponto: o “Efeito Baltimore”. Esse fenômeno ocorre quando cidades grandes e populosas perdem destaque nos mapas devido à proximidade com centros urbanos ainda maiores. No Brasil, um exemplo claro é Guarulhos (SP), que, apesar de ter mais de 1 milhão de habitantes, raramente aparece em mapas que abrangem a região metropolitana de São Paulo.

O Acre nos Mapas

A localização estratégica de Cruzeiro do Sul garante que a cidade seja presença constante em mapas que mostram mais de um município do Acre. A cidade também serve como referência para outras cidades da região, como Mâncio Lima, onde está localizado o ponto extremo oeste do Brasil.

O vídeo original, do canal Esclave, explora em detalhes os efeitos Baltimore e Alice Springs, revelando como a geografia e a demografia moldam a forma como representamos o Brasil nos mapas.

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