A deputada Michelle Melo (PDT), falou na sessão desta terça-feira (5) sobre sua saída da liderança do governo na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). A parlamentar, que assumiu o cargo de líder de governo no início deste ano, tornou-se a primeira mulher a ocupar essa posição em 61 anos de história da Aleac.
Em seu discurso, Michelle Melo compartilhou detalhes de sua trajetória como líder do governo, destacando que recebeu o convite do governador Gladson Cameli com base em sua autenticidade e carisma. “Durante uma entrevista, o próprio governador disse que eu não fui convidada para “bater palmas”, mas sim para desempenhar um papel fundamental na fiscalização das ações do executivo em prol da população acreana. E foi dessa forma que desempenhei essa função nesta Casa de Leis”, disse.
A pedetista frisou ainda que durante sua liderança, ela e sua base parlamentar alcançaram um feito notável ao conseguir 100% de sucesso na aprovação de projetos de lei enviados pelo executivo. Ela expressou satisfação em cumprir sua missão, destacando o compromisso de honrar o governador e enfatizando seu alinhamento com os objetivos do governo.
No entanto, a deputada também apontou desafios na articulação do governo em relação ao diálogo e alinhamento. Ela enfatizou sua lealdade ao cargo e ao governador, assegurando que nunca serviu a dois senhores. Michelle Melo também agradeceu àqueles que a acolheram e reconheceu o trabalho incansável de sua base parlamentar na construção de um Acre melhor nos últimos meses.
“A sensação é de dever cumprido. Jamais seria uma líder negligente. No mais, esse é um novo momento para mim, para essa mulher na política, o meu muito obrigada a todos vocês”, finalizou.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), e o presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Nicolau Júnior (PP), vêm demonstrando uma aproximação cada vez mais intensa nos últimos meses. Com trocas de visitas institucionais, elogios públicos e compromissos de parceria entre Executivo e Legislativo, os dois líderes políticos sinalizam a formação de uma aliança estratégica em um ano pré-eleitoral.
Em março, Nicolau Júnior iniciou sua agenda de visitas institucionais aos prefeitos do estado e escolheu Bocalom como o primeiro da lista. Durante o encontro na Prefeitura de Rio Branco, o presidente da Aleac enalteceu o trabalho do gestor da capital e afirmou que “fazemos parte do mesmo time”.
Dias depois, foi a vez de Bocalom retribuir a visita e comparecer à sede da Assembleia Legislativa, onde voltou a reforçar os laços políticos com Nicolau. “É muito importante quando se estabelece uma boa relação entre o legislativo e o executivo”, declarou o prefeito. Ele também elogiou a atuação do deputado: “Tua liderança é incontestável”.
A parceria também se manifestou em ações práticas. Na visita de Nicolau ao abrigo de famílias atingidas pela cheia do Rio Acre, instalado no Parque de Exposições, Bocalom fez questão de apresentar pessoalmente as ações da prefeitura, destacando o atendimento humanitário no local. Nicolau reconheceu o esforço da gestão municipal e afirmou que “as famílias encontram aqui o apoio necessário para enfrentar esse período”.
No âmbito legislativo, o presidente da Aleac anunciou o projeto Gabinete dos Vereadores e a criação de um Centro de Apoio Legislativo, voltado ao suporte de parlamentares do interior em agendas na capital. A iniciativa foi elogiada por Bocalom, que reforçou a importância da união institucional.
A movimentação entre os dois políticos, ambos aliados do governador Gladson Cameli (PP), sugere mais do que cordialidade institucional. Em um momento em que articulações políticas ganham força, a aliança entre Bocalom e Nicolau pode sinalizar composições futuras com vistas às eleições de 2026.
Embora ainda não haja anúncio oficial sobre projetos eleitorais conjuntos, o discurso de unidade, os gestos de apoio e a crescente presença pública de ambos em agendas mútuas indicam que a relação entre Bocalom e Nicolau extrapola a esfera administrativa e caminha para consolidar uma frente política comum.
Na sessão desta terça-feira, 25 de março, os vereadores da Câmara Municipal de Rio Branco apresentaram reivindicações e posicionamentos relacionados a infraestrutura urbana, transporte público, direitos de comunidades e manifestações políticas.
O vereador Samir Bestene (PP) cobrou da Prefeitura de Rio Branco melhorias de infraestrutura na feira do Conjunto Manoel Julião. Ele relatou que os feirantes enfrentam problemas como esgoto a céu aberto, lixo acumulado, falta de banheiros e ausência de organização no espaço. O parlamentar afirmou que já levou a demanda ao Executivo municipal e reforçou o pedido à Secretaria de Infraestrutura da Capital (Seinfra) para que sejam tomadas providências.
Na mesma sessão, o vereador Rutênio Sá (UB), líder do prefeito na Câmara, defendeu os repasses públicos à empresa de transporte coletivo Ricco Transportes. Segundo ele, sem os subsídios da Prefeitura, a passagem de ônibus em Rio Branco poderia chegar a R$ 7. Rutênio afirmou que os valores repassados são fiscalizados e que a política de subsídio foi aprovada pela Câmara. O parlamentar respondeu a críticas da oposição, alegando que parte dos questionamentos têm motivação eleitoral.
O vereador Neném Almeida (Podemos) cobrou da Prefeitura de Rio Branco uma indenização para os moradores do bairro Cadeia Velha, afetados pela desapropriação da sede da associação de moradores da comunidade. Ele afirmou que as melhorias no bairro foram realizadas pela própria população e que a desapropriação exige compensações para as famílias atingidas, que vivem em área de risco à beira do Rio Acre.
O vereador André Kamai (PT) solicitou que a Câmara de Rio Branco publique uma nota de solidariedade à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de repúdio à fala do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que declarou ter sido difícil suportar Marina “sem enforcá-la” durante audiência da CPI das ONGs. Kamai destacou a trajetória política da ministra, que começou como vereadora em Rio Branco, e alertou para o impacto de discursos que, segundo ele, naturalizam a violência contra mulheres.
Ainda nesta terça-feira, os vereadores receberam a visita do secretário da Representação do Governo do Acre em Brasília (Repac), Fábio Rueda. O encontro teve como objetivo fortalecer a relação entre o governo estadual e a Câmara Municipal. Rueda afirmou que a intenção é articular com os parlamentares para identificar demandas e viabilizar recursos federais. O vereador Rutênio Sá destacou a importância da atuação da Repac na intermediação com o governo federal.
O início desta semana foi marcado por intensas movimentações no cenário político acreano, com articulações e encontros que apontam para possíveis realinhamentos visando as eleições de 2026.
Na segunda-feira (24), um gesto simbólico chamou atenção durante uma agenda oficial: o governador Gladson Cameli (PP) e o ex-prefeito de Rio Branco Marcus Alexandre (MDB) se encontraram publicamente e trocaram cumprimentos afetuosos durante a sanção da lei que muda o nome da Fundhacre para Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo. Apesar de não terem revelado o conteúdo da conversa, o encontro gerou especulações sobre reaproximação política, especialmente num momento em que o MDB tem sido cortejado tanto pelo Progressistas, partido de Gladson, quanto pelo União Brasil, liderado no estado pelo senador Alan Rick.
Ainda na segunda, após o episódio com Gladson, Marcus Alexandre participou de uma reunião reservada com os chamados “Cabeças Pretas” do MDB – grupo composto por jovens lideranças da legenda, como os vereadores Éber Machado, Neném Almeida, Fábio Araújo, o deputado estadual Tanísio Sá, entre outros. O encontro teve como pauta as disputas internas pela presidência estadual do partido e os caminhos que a sigla deve seguir nas próximas eleições. Entre as discussões, esteve a possibilidade de o MDB integrar a base do atual governo estadual, com apoio à possível candidatura da vice-governadora Mailza Assis ao Palácio Rio Branco.
O nome de Marcus também teria surgido como possível candidato à presidência do MDB, em oposição à permanência de Vagner Sales no comando da sigla.
Já nesta terça-feira (25), foi a vez do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), entrar na pauta política. Em visita de cortesia ao presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Nicolau Júnior (PP), Bocalom declarou à imprensa que sempre teve a intenção de disputar o governo do estado. “Todo mundo sabe que fui candidato ao governo três vezes. Então é evidente que essa intenção sempre existiu”, afirmou. Apesar de garantir que deseja concluir seu atual mandato, o prefeito não descartou a possibilidade de entrar novamente na disputa pelo Executivo estadual. Ele ainda reconheceu as pretensões da vice-governadora Mailza Assis, considerando-as “justas”.
As movimentações sugerem que as articulações rumo a 2026 estão em pleno andamento, com lideranças políticas se reposicionando e testando alianças.