O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) que adote medidas para localizar e preservar o acervo cultural do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes, desaparecido desde 2019. A coleção, composta por documentos e materiais de valor histórico relacionados à trajetória de Mendes, estava sob a guarda da Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, e sumiu após o fechamento do espaço para reforma e manutenção. Em 2022, um incêndio também atingiu parte do prédio, agravando a situação.
Na representação encaminhada ao MPAC, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, destacou que a ausência de informações sobre a localização e as condições do acervo configura uma lacuna na memória coletiva e um prejuízo concreto à sociedade. O documento ressalta a importância inestimável da coleção para a preservação da memória histórica e da identidade cultural do Acre, marcada pela luta ambiental e social de Chico Mendes, assassinado em 1988 e reconhecido internacionalmente como símbolo da defesa da Amazônia e dos povos da floresta.
O caso agora depende da análise do MPAC, responsável por definir as providências cabíveis para assegurar que o acervo seja devidamente preservado. A preocupação das instituições reflete o impacto que a perda desses registros pode representar para a história do Acre e para a valorização da luta dos seringueiros, que ganharam projeção mundial por meio da atuação de Chico Mendes.