Connect with us

Política

Reforma agrária no Acre avança com novos assentamentos, regularização fundiária e crédito rural

Published

on

A política de reforma agrária no Acre vem registrando avanços expressivos nos últimos anos, com a criação de novos assentamentos, ampliação da regularização fundiária e liberação de crédito para famílias assentadas. Os dados foram apresentados pelo superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Márcio Alécio, durante a Expoacre 2025, em entrevista concedida ao portal ac24agro.

Segundo o superintendente, desde o início da atual gestão já foram criados sete projetos de assentamento no estado, com previsão de mais três ainda este ano, totalizando dez novos assentamentos em menos de três anos. Esse número contrasta com o cenário anterior, que passou oito anos sem nenhuma criação de área de reforma agrária no Acre.

Na regularização fundiária, o Incra já garantiu documentação de posse para aproximadamente 6 mil famílias. Esse processo inclui a concessão de uso e, posteriormente, o título definitivo de propriedade, o que permite acesso a crédito, segurança jurídica e garantia de sucessão familiar.

Outro destaque da política agrária é a retomada do crédito de instalação. Foram liberados cerca de R$ 40 milhões para mais de 3 mil famílias assentadas, com subsídios que chegam a 90% do valor financiado. O recurso tem sido utilizado para fomentar a produção rural e melhorar a renda das famílias, com reflexos diretos na economia local, especialmente nas feiras e mercados de bairros.

Márcio também ressaltou a importância da adoção de práticas sustentáveis nos projetos implantados. Segundo ele, a orientação técnica do Incra tem sido voltada ao uso de adubação orgânica e ao plantio direto, como estratégias para enfrentar os desafios do solo amazônico, marcado por baixa retenção de nutrientes.

Além do trabalho nos assentamentos rurais, o Incra também tem atuado na regularização de áreas urbanas. Em Rio Branco, cerca de 300 hectares no bairro Benfica estão sendo destinados à regularização fundiária, com expectativa de beneficiar aproximadamente 5 mil famílias. A retomada dessa frente se deu com a reativação da Câmara Técnica de Destinação de Terras, extinta em administrações anteriores.

O superintendente defendeu a integração de políticas públicas para garantir condições adequadas às famílias no campo, com investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Ele reforçou a necessidade de parcerias com parlamentares e gestores locais, especialmente para destinação de recursos por meio de emendas.

A utilização de tecnologia tem sido outro pilar da atuação do Incra no estado. A Plataforma de Governança Territorial (PGT) permite que os cidadãos acessem serviços como emissão de certidões e declaração de propriedades de forma digital, contribuindo para mais agilidade nos processos e transparência na gestão fundiária.

A agenda da reforma agrária também inclui ações de valorização da agricultura familiar. Em setembro, o Incra realizará a segunda edição da Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar, no pátio da instituição em Rio Branco, com o objetivo de aproximar os produtores da sociedade e ampliar a comercialização dos alimentos produzidos nos assentamentos.

Política

Chapa “Vem quem tem coragem” vence eleições do DCE da Ufac com 1.507 votos

Published

on

A Chapa “Vem quem tem coragem” foi eleita para a nova gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Acre (Ufac), após obter 1.507 votos em eleição realizada na terça-feira (11), no campus-sede em Rio Branco. O grupo superou a concorrente “Conexão Estudantil” em uma disputa que mobilizou a comunidade acadêmica durante todo o dia.

A votação ocorreu de forma presencial, com 13 urnas distribuídas pelos blocos da universidade, permitindo ampla participação dos estudantes. O processo foi acompanhado por uma comissão eleitoral independente, composta por alunos que supervisionaram as etapas de votação e apuração.

Após a divulgação do resultado, os integrantes da chapa comemoraram dentro do campus e, em nota publicada nas redes sociais, agradeceram os estudantes da Ufac pela confiança. “Essa vitória é de cada estudante que acreditou em um DCE construído com união, diálogo e representatividade”, registrou o grupo. A publicação também destacou o compromisso com a construção de uma gestão participativa: “Seguimos juntos, por um DCE de todos e para todos”.

O DCE é a principal instância de representação estudantil da universidade e tem como função atuar na defesa das pautas acadêmicas, no diálogo com a administração superior e na promoção de atividades culturais e políticas no ambiente universitário. A nova gestão assume com a responsabilidade de fortalecer a organização estudantil e ampliar a participação dos discentes nos processos decisórios da Ufac.

Continue Reading

Política

Câmara de Rio Branco quer elevar orçamento para R$ 71 milhões em 2026

Published

on

O presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, vereador Joabe Lira (União Brasil), afirmou nesta quarta-feira, 12 de novembro, que o Legislativo pretende ampliar seu orçamento para o exercício de 2026, passando dos atuais R$ 63 milhões para cerca de R$ 71 milhões. O objetivo, segundo ele, é garantir o funcionamento da Casa diante da nova composição de 21 vereadores e da mudança para a nova sede.

Joabe explicou que o valor será definido a partir de uma análise detalhada da arrecadação do município, respeitando os limites constitucionais de repasse. “Estamos analisando item por item da arrecadação para chegar a um valor legal e suficiente. Nossa meta é alcançar pelo menos R$ 71 milhões”, afirmou. O vereador destacou que o orçamento atual não comporta o aumento de estrutura provocado pela ampliação do número de parlamentares e pelos custos administrativos adicionais.

A Câmara deve revisar as previsões de arrecadação e concluir a tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA) até a segunda semana de dezembro. Joabe informou que, após ajustes técnicos e votação dos vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os vereadores se dedicarão à análise e votação final da LOA de 2026. “O prazo legal é até o dia 22 de dezembro, mas queremos antecipar. A meta é concluir as votações até a segunda semana de dezembro, incluindo todas as matérias urgentes”, disse.

De acordo com o parlamentar, o acréscimo orçamentário será necessário para garantir o pagamento regular dos servidores e o funcionamento administrativo da instituição. Ele afirmou que a intenção é evitar dificuldades financeiras enfrentadas neste ano, quando a ampliação do número de cadeiras resultou em limitações nas despesas e atrasos salariais.

A proposta de aumento no orçamento da Câmara ocorre em paralelo à tramitação da LOA 2026, que prevê orçamento geral de R$ 2,4 bilhões para o município de Rio Branco.

Continue Reading

Política

Na política, o Acre é um país próprio 

Published

on

A filiação do senador Alan Rick ao Republicanos e o lançamento oficial de sua pré-candidatura ao governo do Acre marcam um momento relevante da política estadual. Mas, mais do que um ritual partidário, o evento expôs dinâmicas, tensões e fragilidades de um campo político que ainda busca compreender qual é, de fato, a sua identidade e a sua força no Acre contemporâneo.

Nos últimos anos, o estado viveu uma contradição curiosa: foi um dos que entregou algumas das maiores votações do país ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo em que permanece entre os maiores beneficiários de investimentos federais do governo Lula. Essa combinação revela algo profundo: as identidades políticas tradicionais, “esquerda” e “direita”, no sentido clássico, dificilmente explicam sozinhas o comportamento eleitoral ou a dinâmica do poder no Aquiri.

É nesse contexto que a filiação de Alan Rick assume uma dimensão mais complexa. O discurso pode até se estruturar sob a bandeira conservadora, mas o que se vê é a tentativa de construir uma narrativa nacionalizada para um estado cuja política é essencialmente local. E foi justamente essa distância entre a retórica e a realidade acreana que ficou mais evidente no grande evento repleto de “celebridades” da política nacional, apresentado como o maior ato político da última semana.

A presença e o protagonismo de figuras externas ao Acre, como a senadora Damares Alves, ilustram bem essa desconexão. Poucos dias antes da filiação, Damares esteve no estado em agendas articuladas com o senador Márcio Bittar, um movimento que, mais do que apoio, sinaliza rearranjos internos de influência.

Até aí, política nacional e estadual sempre conviveram. O problema surge quando essa presença externa tenta ocupar o centro do palco, quase como porta-voz da consciência política do Acre.

Articulação nacional é uma coisa, e faz parte do jogo. Mas política real se materializa no território: na leitura sensível das dinâmicas sociais, no contato com as comunidades, no diálogo contínuo com lideranças locais e na construção paciente de confiança. Sem isso, o discurso vira espuma. A tentativa de inflar protagonismos nacionais como forma de legitimar uma candidatura local apenas evidencia a falta de diálogo com as forças políticas do próprio estado.

Por isso, apesar do clima festivo e da tentativa de produzir a imagem de uma candidatura com “vitória antecipada” pelas pesquisas, muitos observadores comentam justamente o contrário: que “ainda falta ao senador Alan Rick aquilo que nenhuma pesquisa entrega, articulação política consistente”” Sem enraizamento, o risco é confundir viabilidade eleitoral com ilusão de superfície.

O Acre vive um momento em que a população, segue mais pragmática do que ideológica. Quem dialogar com isso, com a realidade concreta da gestão pública, com a necessidade de alianças amplas e maduras, terá mais chances de se sustentar. Quem insistir em operar apenas por narrativas externas, bordões nacionais ou imposições de “lideranças de fora” tende a tropeçar no terreno.

A política acreana já mostrou ser capaz de surpreender e corrigir rotas. Entre esquerda e direita, entre Bolsonaro e Lula, entre igrejas e partidos, entre narrativas nacionais e práticas locais, o que mais pesa, e continuará pesando, é a capacidade de compreender a realidade do Acre, com suas dores, urgências e especificidades.

A pré-candidatura de Alan Rick ainda tem muito a mostrar. Mas os movimentos iniciais indicam que recorrer a figuras nacionais para suprir lacunas locais não substitui o que realmente constrói vitória: conexão com o território, clareza de projeto e articulação política real. No Acre, como sempre, é o chão, não o palco, que define os rumos.

Foto: Sérgio Vale

Continue Reading

Tendência