Com o avanço dos casos de sarampo na Bolívia, país vizinho, o governador do Acre, Gladson Cameli, fez um apelo direto à população para que procure os postos de saúde e atualize a vacinação. A declaração ocorreu após a publicação do decreto estadual que estabelece situação de emergência em saúde pública por 90 dias, como forma de prevenir a circulação do vírus no estado.
“Estamos vendo uma crise ali do outro lado da fronteira. Já decretamos emergência e estamos fazendo nossa parte, mas precisamos que cada pessoa também faça a sua. Vá até a unidade de saúde e tome a vacina”, declarou o governador.
A medida do governo tem como base alertas da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que apontam risco de reintrodução do sarampo no estado, agravado por baixa cobertura vacinal e abandono de esquemas de imunização. O Acre não registra casos da doença desde o ano 2000, mas a reativação do vírus em regiões próximas reacende o alerta.
Cameli enfatizou que a vacina está disponível em todos os municípios e é o principal instrumento para evitar o retorno da doença. “Estamos preocupados, mas agindo. O governo tem responsabilidade, mas a prevenção depende também de cada cidadão”, reforçou.
A Sesacre informou que quatro casos suspeitos estão em investigação, embora nenhum tenha sido confirmado até o momento. A pasta vai coordenar ações integradas com o Ministério da Saúde e os municípios, visando intensificar a vacinação e a vigilância epidemiológica.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, explicou que o decreto permite medidas administrativas urgentes e reforça o monitoramento em todo o território estadual. Segundo ele, a situação ainda está sob controle, mas exige atenção permanente.
O Ministério da Saúde destacou que, somente nos primeiros seis meses de 2025, mais de 7 mil casos de sarampo foram registrados nas Américas, e o Brasil, embora ainda livre da circulação interna do vírus, corre risco nas áreas de fronteira.
A vacina contra o sarampo está disponível gratuitamente nas unidades básicas de saúde. Crianças, adolescentes e jovens adultos com histórico vacinal incompleto são os mais vulneráveis.