Connect with us

Cultura

Artista acreano, Hélio Melo conquista novos colecionadores e ganha exposição

Published

on

Hélio Holanda Melo (1926-2001), artista natural do Acre, está recebendo um merecido reconhecimento crítico anos após sua morte. Com a exposição dedicada ao artista pela galeria Almeida & Dale, que vai até 20 de maio, um fenômeno recoloca seu trabalho em outro patamar: Melo virou nome disputado entre colecionadores, dispostos a pagar a partir de R$ 130 mil por uma pintura sua (e 90% das obras da exposição atual não estão à venda).

O jornal Estadão traz uma extensa matéria sobre a obra do acreano. Com curadoria do crítico Jacopo Crivelli Visconti, a mostra retrospectiva reúne mais de 60 obras de acervos institucionais e coleções particulares. Ela resume uma trajetória que começou quando Melo deixou o seringal, aos 33 anos, para se estabelecer em Rio Branco e seguir a carreira de pintor, tendo, antes, trabalhado como catraieiro.

Esse percurso coincide com as transformações do território amazônico e da Região Norte do Brasil durante o regime militar. Crítico a respeito das mudanças impostas pelo espírito desenvolvimentista dos anos 1970, que afetou a vida dos seringueiros, expulsos de suas terras pelos criadores de gado, Melo retratou essa realidade.

O uso de metáforas em suas obras não enfraquece a denúncia política. O curador Jacopo Crivelli Visconti observa que a arte de Melo “é ao mesmo tempo um retrato da violência promovida durante a ditadura sem abdicar da beleza da floresta, de seu mistério profundo”. Religioso, o pintor seringueiro, em 1990, chegou mesmo a incorporar o seringueiro numa releitura contemporânea da via-sacra que, um pouco à maneira de Guignard, confere à experiência do homem comum certa vocação transcendental.

A floresta retratada por Melo é, ao mesmo tempo, ancestral, mítica e fabulosa, mas também extremamente atual, reflete o curador. “Essa floresta é um universo vivo e reativo em que tudo está intimamente ligado”, explica, referindo-se aos mitos indígenas amazônicos que marcaram o pintor.

Confira a matéria completa no Estadão: https://www.estadao.com.br/alias/o-pintor-seringueiro-helio-melo-conquista-novos-colecionadores-e-ganha-exposicao/ 

Cultura

Poetas do Acre representam a Região Norte no IX Torneio Nacional dos Slams

Published

on

A Central de Slam do Acre terá três representantes na edição 2025 do Torneio Nacional dos Slams, que acontece nos dias 30 e 31 de agosto, a partir das 14h, no Instituto Moreira Salles (IMS), na Avenida Paulista, em São Paulo. Os artistas acreanos Natidepoesia, Medusa e MB compõem a equipe que defenderá a Região Norte na competição, que reúne coletivos de poesia falada de todas as regiões do Brasil.

O evento integra a programação do Encontro Estéticas das Periferias 2025, organizado pela Ação Educativa com curadoria de Emerson Alcalde, do Slam da Guilhermina. O campeonato é realizado em equipes e se diferencia por valorizar a diversidade da produção poética das periferias, reunindo grupos urbanos e também do interior.

Central de Slam do Acre

A Central de Slam é um coletivo de produção independente que atua com foco na poesia marginal e na literatura falada. Além de organizar o campeonato estadual de poesia no Acre, promove atividades como oficinas, saraus, produção de livros e conteúdos digitais, ampliando o alcance da arte periférica.

De acordo com os organizadores, a presença de Natidepoesia, Medusa e MB no torneio nacional marca um momento histórico para a cena poética acreana. A participação no evento nacional fortalece a visibilidade da produção cultural da região e abre espaço para novas trocas com outras comunidades do país.

Estrutura do torneio

As disputas serão organizadas em fases eliminatórias no sábado (30), divididas em duas chaves, às 14h e às 16h. A grande final, que contará com seis equipes classificadas, será realizada no domingo (31), também às 14h, no mesmo espaço.

Impacto cultural

Para os artistas, o torneio é mais do que uma competição. “A Central de Slam é a voz do povo. O Acre existe sim, e os poetas não estão mortos”, declarou o coletivo em publicação nas redes sociais, reforçando a ideia de que a poesia falada é um instrumento de afirmação cultural e resistência política.

Continue Reading

Cultura

Samba de Mariá promove celebração cultural em Rio Branco no mês de setembro

Published

on

No dia 6 de setembro, Rio Branco receberá o evento Samba de Mariá, iniciativa do grupo cultural Alagbe Okan que reunirá música, tradições afro-brasileiras e manifestações de ancestralidade. A atividade acontecerá a partir das 20h, no estacionamento do Casarão, no centro da capital, com expectativa de público em torno de 500 pessoas.

A programação terá como destaque a apresentação do cantor Bruno Damasceno, que levará ao palco um repertório de samba durante três horas. Já na virada para a meia-noite, o grupo anfitrião apresentará pontos de Umbanda, exaltando referências espirituais de matriz africana. O encontro também contará com barracas de comidas típicas, artesanato e um espaço voltado à valorização da cultura afro-brasileira no Acre.

Segundo os organizadores, a proposta é reafirmar o papel das expressões culturais como instrumentos de resistência e de fortalecimento comunitário. “O Samba de Mariá é um espaço de encontro entre fé, música e identidade. Queremos mostrar que nossas tradições seguem vivas e têm muito a contribuir para a construção de respeito à diversidade”, destacou a coordenação do grupo Alagbe Okan.

A homenagem a entidades femininas, como Maria Padilha, reforça a centralidade da espiritualidade no evento. Para o grupo, a iniciativa é uma forma de aproximar a sociedade das manifestações que estruturam a herança africana no Brasil. O público poderá acompanhar detalhes da programação pelo perfil oficial do coletivo no Instagram (@alagbeokan).

Continue Reading

Cultura

Povo Ashaninka do Acre ganha destaque em exposição internacional na França

Published

on

A exposição Amazônias, em cartaz no Museu das Confluências, em Lyon, até fevereiro de 2026, reúne objetos, registros audiovisuais e experiências produzidas em parceria com povos da floresta. Entre eles estão os Ashaninka, do Acre, que participaram ativamente da construção da mostra e trouxeram suas narrativas e memórias para o espaço cultural europeu.

A curadora Marie-Paule Imberti, responsável pelas coleções das Américas do museu, iniciou o trabalho em 2018 com expedições de campo que resultaram na aquisição de cerca de 500 peças, das quais 220 estão expostas. Em 2019, a equipe esteve na comunidade Ashaninka, na fronteira do Acre com o Peru, em missão acompanhada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Durante a programação, lideranças indígenas destacaram a importância de romper estereótipos e garantir que a floresta fosse mostrada de forma dinâmica. Shatsi Piyãko, representante Ashaninka, afirmou: “No começo, temi que a exposição se transformasse em um cemitério do nosso povo, mas encontrei um olhar vivo no trabalho do museu”.

A iniciativa integra a Temporada França-Brasil 2025 e promove também debates sobre ecologia, apresentações culturais e atividades educativas. Além dos Ashaninka, a mostra foi construída em parceria com os Mebêngôkre (Kayapó), os Wayana e os Aparai. O objetivo central é apresentar a diversidade cultural da Amazônia sob a perspectiva de seus povos, evidenciando que essas comunidades mantêm vivas suas tradições ao mesmo tempo em que dialogam com desafios contemporâneos, reafirmando sua voz em questões de identidade, território e meio ambiente

Fonte: RFI – Rendez-vous Cultural

Continue Reading

Tendência