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Cultura

Com Assembleia da OPIRJ, movimento indígena ganha força e unidade no Vale do Juruá

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A 9ª Assembleia Geral Ordinária da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) começou nesta terça-feira, 6, no Centro Diocesano de Treinamento. O evento, que se estende até o dia 8, reúne lideranças e membros de 13 terras indígenas, representando uma população de mais de 12.000 habitantes em uma área de mais de 700 mil hectares no Vale do Juruá, Acre.

A agenda da assembleia foca no fortalecimento da gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas, incluindo temas como o resgate histórico da OPIRJ, a proteção dos territórios e a defesa dos direitos. Destacam-se também as apresentações dos projetos Gestão Territorial e Juruá Sustentável, que são iniciativas da organização para promover a sustentabilidade na região.

Francisco Piyãko, coordenador da OPIRJ, enfatizou a importância do encontro como um momento de participação e reflexão profunda para o movimento indígena na região. “Ninguém sairia de casa, para vir para cá, se não fosse com esse compromisso. Então esse espaço é puramente nosso”, afirmou Francisco, destacando a necessidade de um diálogo aberto e a inclusão de lideranças de diferentes áreas, como o Parque Nacional da Serra do Divisor e as Reservas Extrativistas, para enriquecer o debate sobre a gestão territorial e a proteção dos direitos indígenas.

Ele também destacou a importância de uma abordagem regionalizada para o manejo e proteção dos territórios indígenas, enfatizando a necessidade de compreender e atender às demandas específicas de cada território. “Quando eu estou falando desses nossos territórios e essa retomada, é num olhar que a gente tem que pensar região nesse sentido de um movimento. Cada um desses territórios tem um nome e a gente precisa, nessa programação de três dias, alinhar bem essas demandas para que a gente consiga, através desse movimento, organizar agendas que possam ser debatidas nas instâncias que forem necessárias.”

Durante o primeiro dia, representantes de diversas instituições estaduais e federais, como COIAB, DSEI/SESAI, Exército, Ministério Público Federal, ICMBio, IBAMA, Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Acre e Funai, apresentaram suas agendas e ouviram algumas demandas. “Hoje, foi o momento de ouvirmos diversas instituições do Estado, nos âmbitos federal e estadual. É preciso firmar parcerias para que as políticas cheguem nas comunidades, tanto em questão de educação, saúde, produção e proteção dos povos”, disse Francisco. Ele reforçou a importância da visibilidade das demandas indígenas para garantir o apoio necessário das instituições.

O evento é apoiado pelo projeto Gestão Territorial OPIRJ, financiado pelo Fundo Amazônia do BNDES. Este projeto visa a gestão territorial e ambiental sustentável das Terras Indígenas, sendo um elemento chave para a preservação da Floresta Amazônica e o bem-estar das comunidades indígenas da região.

Fotos: Isaka Huni Kui

Assessoria

RIOS AMAZÔNICOS inspiram artistas que lançam documentário e clipe munsical

Curta-metragem Catador de Sons e o clipe musical Barranco serão lançados na quinta-feira (13), com entrada gratuita

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Duas obras cinematográficas serão lançadas na próxima quinta-feira (13) na capital Porto Velho. O curta-metragem experimental Catador de Sons e o clipe musical Barranco apresentam um fragmento da pesquisa sonora desenvolvida ao longo de anos por Bira Lourenço, com participação de Jussara Assmann e Catatau Batera. O resultado será exibido ao público, com uma roda de conversa após a sessão.

Catador de Sons é um documentário que revela a incessante busca pelas sonoridades do cotidiano amazônico, em uma viagem sonora pelas memórias do artista Bira Lourenço e pelos múltiplos sons que ecoam pela cidade de Porto Velho.

O filme se propõe a discutir o cotidiano amazônico, por meio da observação constante, em pesquisas dos artistas Bira e Jussara Assmann, que destacam a capacidade polifônica de Porto Velho e seu entorno.

Para Bira Lourenço o filme é uma maneira de se conectar com a criança interior e o futuro. “Catador de Sons é o eterno menino curioso que se permitiu acreditar que no simples podemos encontrar a grandeza e magia do universo”, comenta o artista.

O filme conta com direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Val Barbosa, direção de fotografia de Avener Prado, som direto de Hugo Borges e coordenação geral de Jussara Assmann.

Já o clipe musical Barranco propõe ao público uma viagem sensorial pelas beiras de
rios amazônicos. A música executada por Bira Lourenço e Catatau Batera faz parte do
álbum Sons de Beira. Kaline Leigue, artista rondoniense, interpreta a música em uma
performance por entre o barro, o rio Madeira e o amanhecer em Porto Velho.

Jussara Assmann, produtora executiva do clipe, reflete como o cotidiano das beiras dos rios representam a identidade de um povo. “Nossa identidade brota dos barrancos do rio, desliza pelas águas e invade o imaginário amazônida. É de extrema importância fazer soar a dramaturgia de um lugar para se sentir pertencente, como busca pelo que nos identifica e representa”, finaliza.

O clipe musical tem direção e roteiro de Juraci Júnior, produção executiva de Jussara Assmann, direção de fotografia de Jordan Cruz e música de Bira Lourenço e Catatau Batera.

O documentário Catador de Sons e o clipe Barranco foram realizados graças a aprovação no Edital 01/2024 – SEJUCEL – Audiovisual – bolsas para Artes em Vídeo, com recursos da Lei Paulo Gustavo.

Assessoria

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Cultura

Cartazes do movimento negro serão digitalizados e apresentados ao público

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Uma parceria firmada entre o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) vai digitalizar e expor mais de 250 cartazes usados em mobilizações do movimento negro, com início das atividades previsto para 17 de novembro, no Rio de Janeiro. A iniciativa ocorre no âmbito do Biênio Abdias Nascimento e busca ampliar o acesso público ao material histórico, preservando documentos produzidos ao longo de décadas por diferentes organizações negras.

O acervo reúne peças gráficas utilizadas em atos, campanhas e eventos organizados por entidades negras desde meados do século XX. A digitalização será realizada pelo Mast como parte do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre as instituições, que definiram a abertura da exposição Memória Negra em Cartaz(es) no próprio museu, em São Cristóvão. O público poderá acessar parte da coleção original e acompanhar debates sobre ausências e silenciamentos de pesquisadores negros no campo científico, tema da mesa Evocação dos Ausentes.

Segundo Clícea Maria Miranda, diretora de Preservação e Gestão do Acervo do Ipeafro, o trabalho conjunto reafirma o compromisso das instituições com a memória do movimento negro. Ela afirma que “a parceria com o Mast, uma instituição pública da área da ciência e tecnologia, revela o reconhecimento da atuação dos povos negros na construção da cultura, da história e das ciências no Brasil e no mundo” . Já Everaldo Pereira Frade, chefe do Serviço de Arquivo de História da Ciência do Mast, destaca que a preservação do acervo de Abdias Nascimento fortalece a atuação do museu e o posiciona como referência no tratamento de arquivos pessoais de cientistas negros. Para ele, Abdias é “um símbolo das lutas pela igualdade” e sua obra amplia o entendimento sobre a participação negra na produção científica.

A iniciativa integra o calendário oficial do Biênio Abdias Nascimento 2024-2025, organizado pelo Ipeafro. O período marca três datas centrais: os 110 anos de nascimento do ativista, os 80 anos do Teatro Experimental do Negro e os 75 anos do 1º Congresso do Negro Brasileiro. Abdias construiu trajetória que articula arte, política, formação intelectual e mobilização social, tendo criado o Teatro Experimental do Negro, o Museu de Arte Negra e o próprio Ipeafro, que hoje preserva seu acervo documental e iconográfico.

A digitalização e a abertura da exposição ampliam o acesso público a documentos que registram momentos fundamentais da organização do movimento negro, oferecendo base para pesquisas, ações educativas e iniciativas culturais. O Mast passa a incluir em seu acervo histórico um conjunto relevante de materiais produzidos por entidades e militantes negros, fortalecendo a preservação da memória social em arquivos públicos. A expectativa é que a iniciativa contribua para ampliar o debate sobre a presença negra nas ciências, artes e políticas públicas, estimulando pesquisas e novas formas de circulação do acervo.

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Cultura

Flup homenageia Conceição Evaristo em vida pela primeira vez na história do festival

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A escritora Conceição Evaristo será homenageada na 15ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup), que ocorre em novembro, no Rio de Janeiro. É a primeira vez que o festival presta homenagem em vida a uma personalidade, decisão anunciada pela organização do evento.

A Flup já destacou em anos anteriores nomes como Beatriz Nascimento, Machado de Assis, Mãe Beata de Iemanjá, Pixinguinha, Aldir Blanc, Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus. Este ano, a organização afirma que a trajetória de Conceição Evaristo se conecta com a própria história do festival e com o público que acompanha a programação. Segundo o idealizador e diretor da Flup, Julio Ludemir, ao homenagear a autora, o festival “reconhece a escrevivência como um gesto político e poético, capaz de reencantar o mundo a partir das vozes negras e periféricas”. Ele afirma que a visibilidade de Evaristo acompanha o crescimento da Flup e que “a cada segundo aparece um novo leitor da Conceição Evaristo”.

Ludemir explica que a escolha também simboliza o reconhecimento a um Brasil que passou a ocupar espaços de produção intelectual e artística por meio de ações afirmativas e políticas públicas. Para ele, “homenagear Conceição Evaristo é homenagear a obra dela, a militância dela, a biografia”, ressaltando a relação da escritora com leitores que se reconhecem em sua trajetória.

A programação da edição de 2025 será realizada no Viaduto de Madureira, na Central Única das Favelas (CUFA), e no espaço Zê Êne. O festival terá mesas, oficinas, mostra audiovisual e o Campeonato Brasileiro de Slam Poetry. Entre os convidados estão artistas e pensadores do Brasil, Caribe, África, Europa e América do Norte. Estão previstas presenças de Achille Mbembe, Ana Maria Gonçalves, Mireille Fanon Mendès-France, Eliana Alves Cruz e Steve McQueen, além de shows de Sandra Sá, Mano Brown, Luedji Luna, Jonathan Ferr e Majur.

A curadoria internacional é assinada pela pesquisadora franco-senegalesa Mame-Fatou Niang, dentro da temporada cultural França-Brasil. Segundo ela, compreender a presença negra na cultura brasileira é um desafio, afirmando: “eu cresci assistindo novelas e amando o Carnaval, mas eu não sabia que o Brasil era um país negro”.

Ludemir destaca que a parceria com a França acompanha a Flup desde sua criação e que o projeto conquistou reconhecimento internacional antes mesmo de ser amplamente valorizado no Brasil. Ele diz que, em momentos sem Ministério ou Secretaria de Cultura, o festival manteve edições graças ao apoio internacional.

A Flup ocorrerá entre 19 e 23 e 27 e 30 de novembro, com participação de Conceição Evaristo em todos os dias do evento.

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