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MEIO AMBIENTE

Comunidades indígenas alertam sobre impactos da seca em territórios do Acre

Seca extrema na Amazônia em 2023 afeta comunidades indígenas, desencadeando fome, doenças e preocupações ambientais urgentes

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A Amazônia enfrenta a maior seca da sua história em 2023, um ano marcado pelo recorde de calor no mundo inteiro. A combinação do fenômeno El Niño com o aquecimento do Atlântico Norte reduziu drasticamente as chuvas na região, afetando a vida de milhares de pessoas que dependem dos rios para sobreviver.

Além da falta de água, as comunidades indígenas, ribeirinhas e tradicionais sofrem com a fome, as doenças e o isolamento causados pela estiagem e pelas queimadas. A Comissão Pró-Índio do Acre denunciou em suas redes sociais a situação crítica nas terras indígenas do estado e pediu apoio para as populações atingidas.

As lideranças das comunidades afetadas alertam sobre a gravidade da situação. Vanusia Nukini, da aldeia Maloquinha na Terra Indígena Nukini, relatou que a redução drástica do nível de água em poços levou à necessidade de encurtar o horário de funcionamento da escola local.

Da mesma forma, Hulicio Moises Kaxinawa, liderança da Terra Indígena Alto Purus, explicou como a seca extrema afetou a produção de alimentos e a saúde da comunidade, com a contaminação da água devido à queda de folhas secas nas fontes de água restantes.

Além disso, os rios da região têm enfrentado problemas graves, com mortes em massa de peixes devido ao superaquecimento da água. A situação é tão crítica que até mesmo o rio Breu, na fronteira entre o Brasil e o Peru, está enfrentando esse cenário desolador.

Nesta semana, a seca no rio Iaco também tem gerado transtornos nas comunidades da Terra Indígena Mamoadate, com relatos de esgotamento das cacimbas.

Lucas Manchineri, uma liderança da Terra Indígena Mamoadate, aldeia Extrema, destacou: “Aqui no Mamoadate estamos sentindo muita quentura, o rio com a água bastante quente. Aqui na aldeia Jatobá as cacimbas estão quase secas. Está muito seco, muita fumaça, só não morreu peixe, mas nos anos anteriores sim.”

As lideranças e comunidades afetadas enfatizam que a situação é de emergência, exigindo ação imediata para enfrentar os impactos dessas condições climáticas extremas. Além disso, eles ressaltam a importância de ações a longo prazo, como o controle do desmatamento e investimentos na conservação e gestão da floresta, para enfrentar de maneira eficaz os desafios que a seca na Amazônia está apresentando.

Assessoria

Comissão Transfronteiriça reforça pedido de paralisação de obra na rodovia UC-105, no Peru

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Em uma reunião de trabalho, a Comissão Transfronteiriça Alto Yuruá/Juruá/Alto Tamaya solicitou que o Governo Regional de Ucayali (GOREU) interrompa imediatamente a construção da rodovia UC-105, próxima a fronteira do Acre com o Peru. A comissão abordou diferentes agendas durante o encontro, destacando a posição contrária ao projeto da rodovia, que, segundo eles, está em andamento de forma ilegal e sem os devidos processos de consulta prévia.

Participaram da reunião líderes de diversas organizações, incluindo ACONADIYSH, ACCY, AACAPPY, ORAU e AIDESEP, do Peru, Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ) e Apiwtxa, do povo Ashaninka, ambas do Brasil, além de especialistas da Upper Amazon Conservancy. O objetivo principal foi exigir a paralisação da construção da rodovia, argumentando que a obra viola os direitos dos povos indígenas estabelecidos pela Lei de Consulta Prévia nº 29785 e pelo Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A rodovia UC-105 está prevista para passar pela comunidade de Nueva Italia (Tahuania) até Puerto Breu, no Peru. No entanto, conforme relatado pela comissão, o projeto não possui estudos técnicos ou processos de consulta que avaliem os impactos para as comunidades locais. A construção da rodovia beneficiaria atividades como extração de madeira, mineração ilegal e cultivo de folha de coca, ligadas ao narcotráfico, conforme descrito em um documento da Organização Regional AIDESEP Ucayali (ORAU).

A comissão enfatizou a urgência de uma resposta das autoridades competentes para interromper o avanço da rodovia e evitar maiores impactos socioambientais na região, afetando diretamente os direitos dos povos indígenas e o equilíbrio ambiental.

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MEIO AMBIENTE

Prefeitura de Rio Branco investe para modernizar sistema de água em meio à crise hídrica e reforça importância do uso consciente

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Diante dos desafios impostos pela crise hídrica e os extremos climáticos que têm afetado o abastecimento em diversas regiões do país, a Prefeitura de Rio Branco tem intensificado os investimentos no sistema de distribuição de água, buscando garantir qualidade e eficiência no serviço. Com um investimento de R$ 4 milhões em novos equipamentos e a promessa de mais R$ 4,6 milhões em recursos vindos do Governo Federal, a gestão atual reforça o compromisso em assegurar água 24 horas por dia à população.

O prefeito Tião Bocalom destacou a importância da modernização das infraestruturas, que inclui a troca de tubulações antigas e a instalação de novos hidrômetros, além da perfuração de poços artesianos e a construção de lagoas para armazenar água durante o verão. No entanto, ele lembrou que a eficiência do sistema depende também da colaboração de todos.

Além de enfrentarem desperdícios na rede, muitas áreas da cidade sofrem com a baixa pressão da água, que deverá ser resolvida com os novos conjuntos de motores e bombas adquiridos pela prefeitura. Contudo, o desperdício de água e o uso indevido ainda são fatores que impactam diretamente o serviço. Assim, a prefeitura pede que a população use a água de maneira consciente e que todos regularizem o pagamento do consumo, fundamental para manter o sistema sustentável e permitir novos investimentos.

O diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, reforçou que o atual momento exige responsabilidade compartilhada. “Estamos em um cenário em que a água se torna um bem cada vez mais precioso. Cada um de nós tem o dever de usar com sabedoria, evitando desperdícios e colaborando para que esse recurso vital esteja disponível a todos, de forma justa e eficiente”.

Foto: Evandro Derze/Assecom

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MEIO AMBIENTE

Impacto das queimadas no Acre compromete produção de açaí, buriti e madeira

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As queimadas que atingem o Acre em 2024 estão gerando preocupações sobre a redução na oferta de recursos como açaí, buriti e madeira, fundamentais para a economia local. A professora doutora Sonaira Silva, especialista em queimadas e florestas, da Universidade Federal do Acre (Ufac), alerta que mais de 100 mil hectares já foram consumidos pelo fogo, incluindo aproximadamente 5 mil hectares de floresta nativa.

De acordo com Sonaira, as áreas atingidas pelo fogo podem demorar décadas para se recuperar, e mesmo após 20 anos, muitas delas não conseguem voltar ao seu estado original em termos de número de árvores, biomassa e diversidade de espécies. Esse processo lento de regeneração compromete a sustentabilidade de atividades econômicas que dependem diretamente da floresta.

A professora destaca que áreas de grande importância ecológica, como Pentecoste, Campinarana e a Serra do Divisor, também foram afetadas. Segundo ela, é crucial impedir a entrada do fogo nessas áreas florestais, pois além de prejudicar o meio ambiente, as queimadas também afetam a produção de açaí, buriti e madeira, recursos que sustentam muitas comunidades no estado.

Além dos danos ambientais, as queimadas agravam a qualidade do ar nas áreas urbanas, já que a fumaça é levada pelo vento para dentro das cidades, aumentando os riscos à saúde da população. Sonaira reforça a necessidade de evitar o uso de fogo em atividades de limpeza de terrenos e roçados, uma vez que, mesmo pequenas queimadas, podem se espalhar rapidamente e sair de controle.

Com a economia do Acre fortemente dependente dos recursos florestais, a perda de vegetação nativa representa um desafio significativo. A recuperação dessas áreas será lenta, exigindo a participação ativa de diversos setores, incluindo as comunidades locais, para garantir a proteção e o uso sustentável das florestas.

Foto: Pedro Devanir

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