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MEIO AMBIENTE

Desmatamento e mudanças climáticas agravam seca severa e aquecimento na Amazônia

Caso as condições de seca persistam ou se agravem, a Amazônia corre o risco de passar por transformações irreversíveis.

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Uma nova pesquisa destacada pelo MetSul e publicada na revista Science Advances aponta que a recente seca na Amazônia pode ser um indicativo de que a floresta tropical está se aproximando de um ponto crítico de não retorno. O estudo sugere que o desmatamento está atrasando o início das monções sul-americanas, resultando em redução das chuvas na região.

Entre 1979 e 2019, os pesquisadores observaram que o solo na Amazônia tornou-se progressivamente mais seco, e a duração da estação seca aumentou entre cinco e 15 dias. Isso indica uma perda de estabilidade no sistema monção-floresta nas últimas décadas, o que pode ser um sinal precoce de um ponto de inflexão iminente.

Os impactos do desmatamento na Amazônia não se limitam apenas à região, mas também afetam áreas distantes. Uma pesquisa liderada por Edward Butt, da Universidade de Leeds, mostrou que o desmatamento na Amazônia pode causar aquecimento em superfícies terrestres a até 100 quilômetros de distância. Este estudo usou dados de satélite sobre temperatura da superfície terrestre e perda de florestas no período de 2001 a 2020. Descobriu-se que locais com alto desmatamento local e regional experimentaram um aumento médio da temperatura de 4,4°C.

Além do desmatamento, as queimadas também têm papel no agravamento da situação. Com o aumento da temperatura e a seca, as queimadas se intensificam, agravando o problema. As queimadas emitem aerossóis que, sob condições normais, favorecem a formação de chuvas. No entanto, com o ar mais seco, essas partículas acabam suprimindo a formação de nuvens, contribuindo para a redução das precipitações.

Pesquisadores como Beatriz Schwantes Marimon e Ben Hur Marimon Jr observam que a combinação de desmatamento, queimadas e mudanças climáticas está levando a ondas cada vez mais extremas de secas e calor no Sul da Amazônia. Isso afeta não apenas a floresta, mas também a agricultura, com atrasos nas chuvas e altas temperaturas que prejudicam as plantações.

Fonte: https://metsul.com/seca-e-desmatamento-aproximam-amazonia-do-ponto-de-nao-retorno/

Foto: ALEX PAZUELLO/SECOM-AM

MEIO AMBIENTE

Uso da terra impacta sítios arqueológicos no Brasil, diz estudo do MAPBiomas e Iphan

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Uma colaboração entre o MAPBiomas, uma rede multi-institucional que mapeia as transformações no território brasileiro desde 1985, e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), revela dados importantes sobre a relação entre a ocupação humana e os sítios arqueológicos no Brasil. O MAPBiomas disponibiliza dados abertos sobre cobertura e uso da terra, permitindo análises detalhadas das mudanças ao longo do tempo.

A análise conjunta considerou informações do Iphan sobre os sítios arqueológicos existentes no país. O estudo focou nas alterações da cobertura vegetal e no avanço de atividades humanas, como agricultura, pastagem e urbanização, nas proximidades desses locais históricos.

O Brasil possui cerca de 28 mil sítios arqueológicos cadastrados, com uma concentração significativa na região amazônica. O levantamento demonstra uma redução da vegetação nativa e um crescimento da intervenção humana nas áreas próximas aos sítios no período de 1985 a 2023.

Em live nesta terça-feira, 29, eles explicam o processo de acesso aos dados dos sítios arqueológicos através da plataforma MAPBiomas. Especialistas presentes na apresentação discutem a relevância dessas informações para a compreensão dos efeitos do uso da terra sobre o patrimônio arqueológico brasileiro. Eles também abordam a urgência de modelos de desenvolvimento que considerem a preservação histórica e cultural.

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MEIO AMBIENTE

ONU reforça luta dos povos indígenas da Amazônia contra ameaças a direitos

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A 24ª sessão do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Questões Indígenas destacou a defesa dos direitos dos povos indígenas, com ênfase nas ameaças representadas pelo Marco Temporal e pela exploração de minérios em territórios indígenas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que os direitos individuais e coletivos dos povos indígenas são “inegociáveis”. A declaração foi alinhada à mobilização histórica do movimento indígena brasileiro, especialmente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), que atua pela proteção dos territórios e modos de vida tradicionais.

A Coiab participou como amicus curiae no julgamento do Recurso Extraordinário 1.017.365, que resultou na declaração de inconstitucionalidade da tese do Marco Temporal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023. Apesar da decisão, o Congresso Nacional aprovou a Lei 14.701/2023, recriando o Marco Temporal, o que levou a Coiab a atuar novamente em ações diretas de inconstitucionalidade.

A criação de uma câmara de conciliação pelo ministro do STF Gilmar Mendes, em 2024, foi criticada por organizações indígenas, que denunciaram a falta de representatividade e o risco de negociação de direitos. A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) retirou-se do processo. A comissão permanece ativa, com sucessivas prorrogações.

Relatorias Especiais da ONU também manifestaram preocupação com o Marco Temporal e com a falta de participação indígena nas discussões.

Durante o Fórum, Guterres alertou sobre a ameaça crescente da mineração em terras indígenas. O secretário-geral destacou os impactos da contaminação por mercúrio, a exclusão social e os riscos à saúde das comunidades. Em paralelo, o Senado Federal anunciou a formação de um grupo de trabalho para propor uma regulamentação da mineração em terras indígenas, o que gerou novas críticas por parte da Coiab e outras lideranças.

Alessandra Munduruku denunciou na ONU a contaminação por mercúrio em mulheres indígenas grávidas na Amazônia, com base em estudos da Fiocruz.

Guterres também reconheceu o papel dos povos indígenas no combate à crise climática, ressaltando seus conhecimentos tradicionais como fundamentais para a conservação ambiental. A Coiab reforçou a importância da participação indígena nas negociações climáticas e lançou a campanha “A Resposta Somos Nós” no contexto da COP30, que ocorrerá na Amazônia em 2025.

As demandas indígenas incluem o reconhecimento da autoridade das lideranças indígenas em espaços de decisão e a criação de mecanismos de financiamento direto para os povos indígenas.

Segundo o coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri, a luta pelos direitos indígenas é parte de uma agenda global que conecta a proteção da Amazônia à estabilidade climática mundial.

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MEIO AMBIENTE

Desmatamento na Amazônia Legal cresce e Acre tem três unidades de conservação entre as mais afetadas

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O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 35% em março de 2025, conforme levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A região registrou 167 quilômetros quadrados de área desmatada, frente aos 124 km² no mesmo mês de 2024.

O maior volume de desmatamento foi identificado no Mato Grosso, responsável por 39% do total, seguido por Amazonas (23%), Pará (17%), Roraima (15%), Rondônia (4%), Acre (1%) e Maranhão (1%).

No Acre, três unidades de conservação foram listadas entre as dez mais desmatadas da Amazônia Legal. A Área de Proteção Ambiental (APA) do Igarapé São Francisco ocupou a quinta posição no ranking, a Floresta Estadual (FES) Afluente do Complexo do Seringal Jurupari ficou em sexto lugar, e a Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes em nono.

O estado registrou 2 quilômetros quadrados de desmatamento em março de 2025, uma redução de 33% em relação ao mesmo mês do ano anterior, que teve 3 km². No acumulado entre agosto de 2024 e março de 2025, o Acre somou 282 km² de áreas desmatadas, 38% a mais que no período anterior.

O levantamento também apontou que a degradação florestal na Amazônia Legal teve queda de 90% em março de 2025, com 206 km² de áreas degradadas.

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