O aumento da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de 13,25% para 14,25% ao ano, tem impacto direto sobre o custo de crédito para empresas de menor porte. O Sebrae recomenda que empreendedores adotem medidas de adaptação às novas condições.
A instituição destaca a necessidade de revisão dos planejamentos financeiros. Para o Sebrae, é importante que os empresários analisem oportunidades de reestruturação e adaptação ao cenário, com atenção à oferta de produtos e serviços de acordo com a demanda da população.
Segundo Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, a busca por alternativas ao crédito bancário pode incluir o uso de plataformas de financiamento coletivo, o apoio de investidores-anjo, o uso de cooperativas de crédito ou o acesso a recursos por meio de agências de fomento.
A organização também recomenda que os negócios diversifiquem suas fontes de receita e mantenham acompanhamento constante das mudanças econômicas. A gestão de riscos e o acesso à informação são apontados como pontos importantes para a tomada de decisões.
Dados do Sebrae, com base em informações do Banco Central, mostram que as taxas de juros para microempreendedores individuais (MEI) superam a média da Selic. Em algumas regiões, como o Nordeste, os juros cobrados dos MEI passam de 51% ao ano.
Para ampliar o acesso ao crédito, o Sebrae participa do Programa Acredita, do governo federal. A iniciativa prevê operações com o uso do Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), que pode garantir R$ 30 bilhões em crédito nos próximos três anos, por meio de cerca de 30 instituições financeiras.
O Sebrae também reforça a importância da educação financeira como ferramenta de apoio aos empresários. Segundo Beviláqua, o conhecimento sobre o funcionamento da economia contribui para decisões técnicas e maior autonomia na condução dos negócios.