No dia 16 de agosto de 2024, o governo do Acre, através da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), apresentou suas políticas públicas ambientais durante o Encontro de Dirigentes de Cooperativas, realizado na sede da Organização das Cooperativas Brasileira (OCB) em Rio Branco. A secretária de Estado do Meio Ambiente, Julie Messias, e o diretor de Meio Ambiente da Sema, André Pellicciotti, discutiram temas como a política de regularização ambiental, sistemas agroflorestais (SAFs), manejo florestal e licenciamento ambiental.
Julie Messias destacou a possibilidade de conciliar proteção ambiental com produção agrícola e enfatizou a importância do licenciamento ambiental para garantir a conservação e a recuperação de áreas degradadas. A secretária também apresentou programas do Estado voltados ao setor cooperativista, incluindo um catálogo de 12 modelos de SAFs para recuperação de áreas de passivos ambientais e geração de renda para os produtores.
O superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Cesário Braga, ressaltou a importância do alinhamento entre os governos federal e estadual para apoiar os produtores e gerar renda. O presidente do Sistema OCB, Valdemiro Rocha, destacou a importância do encontro para fortalecer a colaboração entre cooperativas e o governo.
O Sistema OCB no Acre conta com 54 cooperativas e mais de 40 mil cooperados, e o encontro visou fortalecer as parcerias e a integração com as ações governamentais para o bem-estar dos cooperados.
O deputado estadual Nicolau Júnior (PP), atual presidente da Assembleia Legislativa do Acre, tem ampliado sua atuação política e intensificado sua presença nas redes sociais. A movimentação indica que o parlamentar se posiciona como um dos nomes cotados para disputar o governo do estado em 2026, num cenário onde as articulações já começaram a se desenhar nos bastidores.
Em março deste ano, Nicolau foi reconduzido à presidência da Aleac para o biênio 2025-2026, com apoio expressivo entre os colegas. O novo mandato à frente do Legislativo estadual é visto como mais um passo na consolidação de sua liderança, reforçada por ações que buscam aproximação com prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias de diversas regiões do Acre.
A possibilidade de candidatura majoritária foi mencionada publicamente pelo governador Gladson Cameli, que declarou, em entrevista recente, que Nicolau Júnior e a vice-governadora Mailza Assis são os “planos A” do Progressistas para a sucessão estadual. A fala do governador não confirma uma decisão oficial, mas evidencia o espaço ocupado por Nicolau dentro do partido e sua relevância no debate eleitoral que se aproxima.
Paralelamente às articulações políticas, a comunicação de Nicolau tem chamado atenção pela aposta em campanhas digitais patrocinadas. Em uma peça recente divulgada no Instagram, ele aparece com a frase “O Acre precisa da união de todos”, mensagem curta, mas simbólica, acompanhada de elementos gráficos que reforçam a ideia de integração e positividade. A campanha é marcada por uma linguagem acessível e visual moderno, buscando engajar o público nas redes.
Esse tipo de conteúdo, somado a vídeos de visitas a municípios, conversas com moradores e participação em eventos locais, tem sido utilizado para construir uma imagem de proximidade com a população. A estratégia aponta para um esforço de fortalecer o reconhecimento público e, ao mesmo tempo, pavimentar o caminho para voos mais altos na política estadual.
Sem confirmar ainda uma pré-candidatura ao governo, Nicolau Júnior segue investindo em duas frentes: articulação institucional e presença digital. O equilíbrio entre essas dimensões pode ser decisivo na disputa de 2026, num contexto em que a comunicação direta com a população se torna cada vez mais estratégica. A movimentação está em curso, e o nome de Nicolau permanece no centro das especulações sobre o futuro do Acre.
Artigo publicado pela Comissão Pró-Índio do Acre, assinado por Gleyson Teixeira, aponta críticas ao apoio da bancada acreana à Lei 14.701/2023, que estabelece a tese do Marco Temporal. A avaliação é de que parlamentares do estado reforçam retrocessos nos direitos dos povos indígenas, mesmo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2023, que considerou a tese inconstitucional.
O texto foi publicado na Coluna Abril no Acre Indígena, no site da Comissão Pró-Índio, e destaca a participação de lideranças indígenas do Acre no Acampamento Terra Livre 2025, realizado em Brasília. O evento reúne anualmente lideranças de diferentes povos para articulações políticas, rituais, debates públicos e reivindicações de direitos.
A comissão ressalta que, mesmo com o fortalecimento das mobilizações, a aprovação do Marco Temporal no Congresso contou com o voto da maioria dos parlamentares do Acre. Além disso, outros projetos em tramitação, como a PEC 48/2023 (apelidada de PEC da Morte) e a PEC 59/2023, também têm o apoio de membros da bancada acreana, como os senadores Márcio Bittar (União Brasil), Sérgio Petecão (PSD) e Alan Rick (União Brasil). As propostas buscam consolidar a tese do Marco Temporal e transferir do Executivo para o Congresso a competência sobre a demarcação de terras indígenas.
O artigo registra ainda que a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e aliados tentam derrubar a lei no STF. Durante audiências promovidas pelo tribunal, a APIB se retirou da comissão especial coordenada pelo ministro Gilmar Mendes, alegando que não aceita negociar direitos fundamentais. A organização denuncia que o processo de conciliação vem sendo conduzido sob pressão de partidos que aprovaram a lei no Congresso e agora pedem sua validação no Judiciário, como PL, PP e Republicanos.
Segundo o texto, as mobilizações indígenas seguem monitorando os projetos legislativos e ampliando alianças com universidades, organizações não governamentais e outros setores da sociedade. A defesa dos territórios tradicionais é apresentada como estratégia para enfrentar as mudanças climáticas e construir alternativas sustentáveis.
A corrida pelo governo do Acre em 2026 começou a ganhar forma com declarações importantes nesta semana. De um lado, a vice-governadora Mailza Assis (Progressistas) confirmou que está pronta para disputar o cargo. Do outro, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), admitiu que pode entrar na disputa se houver um chamado da direita.
Mailza recebeu o apoio oficial do PRD, partido recém-formado a partir da fusão entre PTB e Patriota, e disse estar disposta a liderar uma nova fase no estado. Segundo ela, o momento é de construir alianças e ouvir a população. “Estamos montando um projeto político que não é só sobre eleição. É sobre governar com participação, olhando para as pessoas, principalmente as mulheres e os jovens”, afirmou em entrevista ao site ContilNet.
A vice-governadora disse que quer dar continuidade ao trabalho do governador Gladson Cameli e que pretende enfrentar de forma direta os altos índices de violência doméstica e feminicídio. “O Acre não pode continuar sendo cenário de tanta dor. A gente precisa mudar isso, e mudar agora”, disse.
Já Bocalom, em conversa com o Blog do Crica, disse que sua prioridade continua sendo a prefeitura de Rio Branco, mas não descartou totalmente a possibilidade de disputar o governo estadual. “Não vou colocar meu nome e não estou colocando de jeito nenhum. Mas se lá na frente a direita se reunir e achar que o meu nome é um bom nome e que ganha a eleição, eu vou. Sempre fui pau para toda obra”, afirmou.
A fala mostra que, mesmo sem se declarar pré-candidato, o prefeito está atento aos movimentos e pode se tornar uma opção no futuro, caso haja consenso entre os partidos do seu campo político.
Com as duas falas, o cenário político acreano começa a se desenhar para 2026. De um lado, Mailza se apresenta como herdeira do projeto de Gladson Cameli. Do outro, Bocalom acena para a possibilidade de liderar uma chapa, dependendo do rumo das articulações.