O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, celebrou o reconhecimento de quatro produtores acreanos classificados entre os 30 melhores cafés do Brasil no concurso Coffee of the Year 2025, promovido durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG). Em publicação nas redes sociais, Bocalom destacou o papel de Acrelândia na produção de café e parabenizou os agricultores que vêm consolidando o Acre como referência nacional na cafeicultura.
Segundo o prefeito, três dos quatro cafés finalistas são de produtores de Acrelândia, município onde ele iniciou sua trajetória política. “Três deles são de Acrelândia, terra onde, em 1993, quando fui prefeito, distribuí 300 mil mudas de café, e onde governei por três mandatos, sempre acreditando e investindo no potencial dos nossos produtores”, afirmou.
Bocalom ressaltou que o café representa uma alternativa de desenvolvimento sustentável para o Acre, ao lado da pecuária e da agricultura familiar. “Sempre disse, e reafirmo: a saída para o desenvolvimento da nossa terra está no café e não no leite. Acrelândia hoje é a maior bacia leiteira do Acre, e como costumo dizer, o leite paga as contas do dia a dia, enquanto o café compra a colônia do vizinho”, declarou.
O prefeito também destacou a importância do trabalho no campo e a valorização das famílias que vivem da produção agrícola. “Essa é a verdadeira riqueza que nasce da nossa terra e transforma vidas. Municípios do Juruá, como Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, também estão colhendo os frutos desse mesmo potencial, mostrando que o Acre tem solo fértil, gente trabalhadora e futuro promissor”, disse.
Bocalom parabenizou os produtores Luiz Ferreira das Chagas, do Sítio São Francisco (Cruzeiro do Sul); Felipe de Lara Caffer, da Colônia Simpatia (Acrelândia); Vanderlei de Lara, da Colônia Lara (Acrelândia); e Wagner Alvares, da Estância Taquarí (Acrelândia), que representaram o estado no concurso. “Seguimos firmes, com fé, trabalho e orgulho da nossa terra, que tem no campo a sua maior força”, concluiu.
A Prefeitura de Rio Branco realizou nesta semana a limpeza completa das Estações de Tratamento de Água (ETAs) I e II, com o objetivo de assegurar a qualidade da água distribuída à população. A ação foi executada pelo Departamento de Água e Esgoto (Saerb) e teve como foco a remoção de sedimentos acumulados em estruturas fundamentais do processo de purificação, como decantadores, canaletas e colmeias.
Segundo o engenheiro de manutenção do Saerb, Éder Franco, o procedimento foi necessário após cerca de dez dias consecutivos de alta turbidez na água bruta, provocada pelas chuvas que atingiram os rios Riozinho do Rola e Xapuri, principais afluentes da capital. “A turbidez alta traz muito sedimento, as partículas suspensas vão se acumulando, mesmo quando reduzimos a vazão. Nossos técnicos observam esses indicadores e, quando o equilíbrio não é suficiente, ajustamos os parâmetros químicos para garantir a eficiência do tratamento”, explicou Franco.
Durante o processo de manutenção, as equipes realizaram a retirada dos resíduos acumulados nas estruturas internas das duas unidades, restabelecendo a capacidade de operação. Após a limpeza da ETA I, a vazão foi elevada para 600 litros por segundo, limite máximo da unidade. Já a ETA II opera com até 1.050 litros por segundo, mas atinge essa capacidade apenas quando a água do manancial apresenta menor concentração de sedimentos. “Nosso objetivo é ofertar água com qualidade, não apenas quantidade”, destacou o engenheiro.
A limpeza das ETAs integra o conjunto de medidas contínuas da Prefeitura de Rio Branco para manter o abastecimento seguro e garantir que a água tratada chegue às residências em condições adequadas de consumo.
O sol do Acre não perdoa. Brilha firme sobre o asfalto quente da Avenida Ceará, onde o tempo parece se dividir entre o barulho das máquinas e o passo apressado de quem passa. Ali, no coração de Rio Branco, a cidade muda. Cada novo metro de via é um traço de modernidade. Cada rosto suado, uma história.
Entre eles, a de Wesley da Silva de Oliveira, 26 anos. Filho de uma doméstica e de um pedreiro, ele aprendeu com o pai que trabalho é mais do que sustento, é um modo de existir. “Meu pai era pedreiro, minha mãe doméstica. Eu segui o rumo do meu pai, porque era o que tinha em casa”, diz, olhando para o canteiro de obra que ajuda a erguer, com as mãos marcadas e um olhar que mistura força, cansaço e orgulho.
A obra da Avenida Ceará, executada pelo Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Obras Públicas (SEOP), é uma dessas transformações que se enxergam de perto. Não é só sobre concreto e máquinas. É sobre o movimento de uma cidade que cresce, de pessoas que voltam a sonhar. É sobre um governo que escolheu fazer da infraestrutura um caminho de dignidade.
“É bom ver o governo dando oportunidade. A gente se anima, tem renda, melhora a condição da família”, conta Wesley. Atrás dele, outros homens e mulheres dividem a mesma rotina e o mesmo sentimento. São vozes que o Acre às vezes não ouve, mas que constroem, em silêncio, o futuro de todos nós.
O engenheiro civil Ítalo Almeida Lopes, secretário de Estado de Obras, caminha entre o barulho das máquinas e o calor do asfalto. Ele fala com o orgulho de quem também põe a mão no trabalho que conduz. “É um sentimento de realização e de responsabilidade muito grande”, diz. “Sou engenheiro formado na Universidade Federal do Acre e hoje trabalho com profissionais que são referência para o Estado todo. Essa obra vai muito além da técnica. Mobilidade urbana é qualidade de vida. É garantir que quem sai de casa cedo para trabalhar ou estudar tenha menos tempo no trânsito e mais tempo com a família.”
A Avenida Ceará é mais do que uma via em obras. É o símbolo de um Estado que se refaz, que investe na sua gente, que transforma o chão em esperança. “Eu me imagino nessa cidade daqui a um ano, tudo diferente. E já fico emocionado, porque participei disso”, diz Wesley, com um sorriso tímido. “O coração fica doido.”
No fim da tarde, o sol se despede em tons alaranjados e o reflexo do asfalto novo devolve à cidade um brilho que parecia esquecido. Wesley observa o que está ajudando a construir. “Nosso Acre não é excluído. A gente existe e tem força pra trabalhar”, diz, mais pra si do que pra quem ouve.
Talvez ele não perceba, mas sua frase carrega o sentido exato daquela obra, e de tantas outras que nascem do trabalho e da vontade de um governo que acredita nas pessoas. Porque, no fim das contas, o que se constrói ali não é apenas uma avenida. São sonhos que constroem o futuro.
“Nosso Acre não é excluído. A gente existe e tem força pra trabalhar” – Wesley da Silva de Oliveira
‘Vozes que o Acre às vezes não ouve, mas que constroem, em silêncio, o futuro de todos nós.’
Governo do Estado e trabalhadores unidos na revitalização da Avenida Ceará. Engenharia, força e esperança transformando Rio Branco. – Foto: Sérgio Vale
“Mobilidade urbana é qualidade de vida. Cada desafio de hoje é parte de um investimento que vai beneficiar gerações de acreanos.” Ítalo Almeida Lopes, secretário de Estado de Obras. – Foto: Sérgio Vale
O artesanato acreano tem ampliado fronteiras e alcançado reconhecimento internacional, com destaque para as biojoias produzidas por artesãs indígenas e ribeirinhas que aliam tradição, sustentabilidade e geração de renda. No Acre, cooperativas e associações locais, com apoio do Sebrae, transformaram o trabalho artesanal em um movimento que une identidade cultural e empreendedorismo, levando peças da floresta amazônica a eventos como a exposição na Organização das Nações Unidas (ONU), desfiles em Paris e páginas da revista Vogue.
A artesã Raimunda Nonata da Silva Pinheiro, do povo Huni Kuin, representa a Associação das Produtoras de Artesanato das Mulheres Indígenas Kaxinawá de Tarauacá e Jordão (Apaminktaj), que reúne mais de 500 mulheres. As peças, feitas com algodão cultivado nas aldeias e pigmentos naturais como açafrão e mogno, preservam técnicas repassadas por gerações. Raimunda iniciou o trabalho inspirada na avó, tecelã tradicional. Com o apoio do Sebrae, ela aprimorou a produção e alcançou novos mercados, sendo selecionada em 2013 para expor na ONU, em Nova York, na mostra Mulher Artesã Brasileira.
A artesã Maria José Menezes, de Cruzeiro do Sul, começou aos cinco anos observando as mulheres do Seringal Flora e hoje lidera a cooperativa Coopmave, produzindo biojoias e pinturas comercializadas na loja Cor Amazônia, em Rio Branco. Ela destaca que o artesanato representa independência econômica e preservação ambiental. “O artesanato vende história. Não vendemos apenas a semente, vendemos transformação”, afirma.
O trabalho das artesãs é parte de uma cadeia produtiva fortalecida por iniciativas de capacitação e empreendedorismo. Segundo Aldemar Maciel, responsável pelo projeto Artesanato no Sebrae Acre, o setor passou por reestruturação para aprimorar gestão, produção e comercialização. “Desenvolvemos uma metodologia específica com foco em planejamento, gestão financeira e de mercado. Isso gerou oportunidades e consolidou o artesanato como vetor de inclusão e empoderamento feminino”, explica.
Os resultados têm impacto direto na economia local. Na 25ª Feira Nacional de Negócios de Artesanato (Fenearte), em Pernambuco, artesãos acreanos faturaram mais de R$ 320 mil. O estado possui mais de 2 mil profissionais registrados, a maioria mulheres, e ocupa o quarto lugar na Região Norte em número de artesãos. Para o secretário de Turismo e Empreendedorismo do Acre, Marcelo Messias, o setor é estratégico. “O artesanato é uma das formas de sustento das famílias e reafirma nossa identidade e história”, afirmou.
Entre os nomes que levaram o Acre ao cenário global está a artesã Márcia Silvia de Lima, que atua desde 1989 e fundou a Associação Acreana Buriti da Amazônia, composta por 19 mulheres. Com apoio do Sebrae e da Apex Brasil, Márcia participou de eventos internacionais e firmou parceria com a estilista Flavia Aranha, criando peças que integraram desfiles com as primeiras-damas Brigitte Macron e Janja Lula. As produções também foram publicadas na revista Vogue.
Para a coordenadora do Artesanato Acreano, Risoleta Queiroz, as biojoias são o principal símbolo do setor. “O diferencial do artesanato acreano é a identidade e o respeito à floresta. Nossos produtos têm reconhecimento nacional e internacional e movimentam a economia local”, destacou.
A experiência mostra que a moda sustentável do Acre, ao mesmo tempo em que preserva saberes tradicionais, promove autonomia, gera renda e insere o estado em um circuito global de valorização da Amazônia e do trabalho das mulheres que vivem da floresta.