Arquilau de Castro Melo explorou a visão de Euclides da Cunha sobre a Amazônia durante o “Fórum Euclides 115”, um evento que serve como espaço de diálogo e pesquisa. Nessa ocasião, Arquilau de Castro Melo, desembargador e estudioso da obra amazônica de Euclides, além de idealizador da Casa Museu do Acre, ofereceu uma análise detalhada sobre a história do Acre e a relevância da borracha na região, fundamentando-se nas experiências e observações de Euclides da Cunha.
A roda de conversa, mediada por Anabelle Loivos Considera (FE-UFRJ), explorou o tema “Euclides da Cunha e a Amazônia, ontem e hoje”, proporcionando um espaço para novas pesquisas euclidianas. Com o apoio técnico da equipe da agência epope, Arquilau compartilhou suas percepções com uma audiência interessada, enquanto o evento também foi transmitido ao vivo pelo YouTube, permitindo que os espectadores conhecessem a Casa Museu do Acre por meio de imagens produzidas pela epope.com.br.
Arquilau de Melo explorou a visão de Euclides da Cunha sobre a Amazônia em uma live durante o evento “Fórum Euclides 115” – Reprodução Live youtube
Durante a conversa, Arquilau abordou a ascensão da borracha no final do século XIX e início do século XX, destacando o Acre como um dos principais produtores mundiais. Ele também discutiu a exploração dos seringueiros, mencionando como Euclides da Cunha denunciou suas condições de trabalho e dívidas.
Além disso, Arquilau falou sobre a crise da borracha, provocada pelo contrabando de sementes de seringueira para a Ásia, o que reduziu a produção na Amazônia. Ele destacou o papel de Euclides na Amazônia, enfatizando suas observações sobre o desmatamento e a exploração, e como suas ideias continuam relevantes para os desafios atuais da região.
Arquilau enfatizou o legado de Euclides da Cunha e a importância de preservar a história do Acre, promovendo um desenvolvimento sustentável e valorizando a cultura local através da Casa Museu, um ponto de cultura que leva a história às escolas e comunidades da região.
A produção da 1° Mostra Norte Delas de Cinema divulgou a lista dos filmes selecionados e de suas respectivas diretoras. As cineastas Rose Farias e Lorena Ortiz assinam a curadoria do evento que vai exibir 24 produções de realizadoras dos sete estados da região Norte do país, dentre 47 inscritos.
Emergindo como um tributo à luta feminista e à cultura das mulheres da região Norte brasileira, a mostra será promovida entre os dias 1 e 5 de abril, no Cine Teatro Recreio, em Rio Branco, no Acre.
Com programação gratuita, a ser conferida nas redes sociais da @mostranortedelasdecinema e @seivacolab, a iniciativa pretende fomentar, disseminar, evidenciar e valorizar a cultura das mulheridades que permeia corpos, mentes, potências, histórias, trajetórias, afetos e amazônias criativas.
A I Mostra Norte Delas de Cinema é um projeto aprovado em edital da Lei Paulo Gustavo (LPG), por intermédio da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil (FGB). A produção é assinada pela Palmácea Filmes – produtora de cinema e arte que integra a Seiva Colab Amazônica. A Seiva Colab Amazônica – coletivo de mulheres produtoras que visa difundir conteúdos, debates e estéticas do audiovisual no Acre e região Amazônica – responde pela coprodução do evento.
Veja a lista dos filmes e diretoras:
Curtas-metragens:
As Revoltosas, direção Cristiane Martins
Ficção/Colorido/HD/ 6´48”/PA
Vida A Flux, direção Adrianna Oliveira
Ficção/Colorido/ super-8mm, 6´28”/ PA
Solitude, direção Tami Martins e Co-direção de Aron Miranda
Ficção animação/Colorido & PB/13’32”/AP
Bebé Isadora, direção Isadora Lis
Ficção/Colorido/3´12”/PA
Bárbara, direção Joyce Cursino
Ficção/Colorido/18´47”/PA
Cabana, direção Adriana De Faria
Ficção/Colorido/13´39”/PA
A memória que ficou, direção Kaline Leigue
Documentário/Colorido/ 6´21”/RO
Velande, direção Letícia Mamed
Documentário/Colorido/ 21’17”/AC
Alexandrina – Um relâmpago, direção Keila Sankofa
Ficção/Colorido/11´31”/PA
Mercado de Histórias, direção Alcinethe Damasceno
Documentário/Colorido/ 19’50”/AC
Ventre afluente, direção Laryssa Gaynett
Documentário/Colorido/ 13’01”/AM
Vou rezando e vou cantando, direção Katiúscia Miranda
Documentário/Colorido/ 11´15”/AC
Cabeça de cabaça, direção Keila Sankofa
Vide Arte/Colorido/ 6″/PA
Osmarina, direção Juliana Machado
Documentário/Colorido/ 18’38’’/AC
Veriana, direção Juliana Machado
Documentário/Colorido/ 25’00’’/AC
O Nome, direção Rose Farias
Documentário/Colorido/ 20’00’’/AC
Maués: A Garça, direção Isabele Amsterdam
Documentário/Colorido/ 27’00’’/AC
Sementes, direção Isabele Amsterdam
Animação/Colorido/ 7’00’’/AC
*Médias-metragens:*
Rami Rami Kirani, direção Mawapãi Huni Kuin e Luciana Huni Kuin
Documentário/Colorido/ 33’16″/AC
*Longas-metragens:*
Peregrina, direção Juliana Machado
Documentário/Colorido/ 79’/AC
O Barulho da Noite, direção Eva Pereira
Ficção/Colorido/HD/ 97’23”/TO
Aqui em La Frontera, direção Marcela Ulhoa
Documentário/Colorido/1:25’48″/RR
Não Haverá Mais História Sem Nós, direção Priscilla Brasil
Documentário/Colorido/ 75’47”/PA
Enquanto o Céu Não Me Espera, direção Christiane Garcia
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente o Kene Kuĩ, conjunto de saberes e técnicas dos grafismos do povo Huni Kuĩ, como patrimônio cultural do Brasil. A decisão foi tomada durante a 107ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, realizada em 25 de março de 2025, em Brasília.
A solicitação de registro foi apresentada ao Iphan em 2006, com apoio de 127 representantes de comunidades e organizações indígenas Huni Kuĩ, entre elas a Associação dos Produtores Kaxinawá da Aldeia Paroá (APROKAP), a Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira (OPIRE) e a Federação do Povo Huni Kuĩ do Acre (FEPHAC).
O presidente da FEPHAC, Cacique Ninawa Huni Kuĩ, destacou o reconhecimento como resultado de um esforço coletivo iniciado há anos. A conselheira do Iphan e relatora do processo, Naine Terena de Jesus, ressaltou o histórico de violência enfrentado pelos Huni Kuĩ e a importância da escuta ativa no processo de registro.
O Kene Kuĩ abrange práticas ligadas à tecelagem, cestaria, pintura corporal, cerâmica, produção de redes e objetos com miçangas. Os grafismos representam uma linguagem visual que transmite conhecimentos sobre a cosmologia, práticas sociais e rituais dos Huni Kuĩ. A produção é tradicionalmente realizada por mulheres, chamadas de aïbu keneya (mestras do desenho), que transmitem os saberes por meio de rituais, cantos e observação da natureza.
Com o reconhecimento, o Iphan e as comunidades indígenas irão elaborar políticas públicas para a preservação e continuidade do Kene Kuĩ. As ações incluirão oficinas, pesquisas de campo e consultas públicas para fortalecer os mecanismos de transmissão do patrimônio.
O povo Huni Kuĩ vive na região da Amazônia Ocidental, entre o Brasil e o Peru, com presença no estado do Acre e sul do Amazonas. O reconhecimento oficial do Kene Kuĩ marca o primeiro registro de patrimônio imaterial considerado genuinamente acreano pelo Iphan.
Efeito Alice Springs destaca Cruzeiro do Sul em meio ao isolamento
Cruzeiro do Sul, AC – Em um país vasto e diverso como o Brasil, nem sempre as cidades mais populosas são as que ganham destaque nos mapas. Um fenômeno curioso, conhecido como “Efeito Alice Springs”, faz com que municípios menos populosos, mas com localização estratégica, se sobressaiam nas representações cartográficas.
Um exemplo notável desse efeito é Cruzeiro do Sul, no Acre. Com menos de 100 mil habitantes, a cidade se destaca em meio ao isolamento geográfico da região. Localizada no oeste do estado, a 8 horas de viagem da capital Rio Branco, Cruzeiro do Sul se torna referência em uma área cercada por municípios menores.
Efeito Baltimore: O oposto do destaque
O “Efeito Alice Springs” tem um contraponto: o “Efeito Baltimore”. Esse fenômeno ocorre quando cidades grandes e populosas perdem destaque nos mapas devido à proximidade com centros urbanos ainda maiores. No Brasil, um exemplo claro é Guarulhos (SP), que, apesar de ter mais de 1 milhão de habitantes, raramente aparece em mapas que abrangem a região metropolitana de São Paulo.
O Acre nos Mapas
A localização estratégica de Cruzeiro do Sul garante que a cidade seja presença constante em mapas que mostram mais de um município do Acre. A cidade também serve como referência para outras cidades da região, como Mâncio Lima, onde está localizado o ponto extremo oeste do Brasil.
O vídeo original, do canal Esclave, explora em detalhes os efeitos Baltimore e Alice Springs, revelando como a geografia e a demografia moldam a forma como representamos o Brasil nos mapas.