Jovem sindicalista acreana relata experiência do Encontro Internacional para a Juventude Rural, na Colômbia
“Laiane Santos, sindicalista e defensora da juventude rural, compartilhando experiências e inspirações para um futuro sustentável no Encuentro Latinoamericano de Juventudes por el Desarrollo Rural, na Colômbia. 💚🌱 #JuventudeRural #DesenvolvimentoSustentável”
A jovem acreana Laiane Santos, assessora no sindicato dos trabalhadores rurais de Brasiléia e coordenadora do coletivo Varadouro, falou com o É Pop sobre sua participação no “Encuentro Latinoamericano de Juventudes por el Desarrollo Rural: Juventud Rural, Futuro Sostenible”, realizado na última semana, em Palmira, Valle del Cauca, Colômbia. Laiane destacou a amplitude dos temas abordados no evento, incluindo agroecologia, emprego verde, tecnologia, inovação e a juventude.
“Esse encontro foi muito importante porque a gente debateu diversos temas, como agroecologia, emprego verde, tecnologia, inovação e a juventude nesse espaço de debates e em outros espaços de debates importantes. A gente também fez um manifesto onde a gente relata todas as necessidades da juventude, todos os pontos que a gente acha que podem ser aprimorados”, ressaltou.
O intercâmbio de ideias e experiências foi uma das atividades essenciais do evento, permitindo a Laiane e outros participantes conhecerem empreendimentos liderados por jovens, como o caso de um equatoriano apoiado pela GIZ na industrialização do café em sua propriedade.
A coordenadora do coletivo Varadouro enfatizou a aplicabilidade dessas experiências em seus próprios territórios locais. Tem vários empreendimentos que a gente vê que a gente pode levar para o nosso território também, para o nosso município, para o nosso estado”, afirmou.
Além disso, Laiane compartilhou a experiência enriquecedora de uma escola familiar, que adota a pedagogia da alternância. “A gente teve a experiência de uma escola familiar, que é uma escola que é dentro do território, onde o aluno passa 15 dias, um mês na escola, 15 dias em casa, porque a escola tem a metodologia da pedagogia da alternância.”
Encontro Latinoamericano de Juventudes por el Desarrollo Rural, na Colômbia.
A troca intensiva durante o encontro proporcionou momentos valiosos de debate e discussão, permitindo que os participantes compartilhassem suas experiências individuais. “É muito importante o momento de estarmos juntos, debatendo, discutindo, cada um dizendo como que é no seu território, fazendo esse intercâmbio de experiências, de vivências, onde a gente vê o que a gente pode usar, que o outro está dando certo no território do outro, que o jovem pode usar que está dando certo no meu território”, afirmou Laiane.
A jovem acreana concluiu destacando a importância do evento para entender e melhorar a inserção da juventude rural no mercado de trabalho. “Esse encontro é de grande importância para a gente poder entender como que a gente pode melhorar essa inserção do jovem no mercado de trabalho, da juventude rural, como que a gente pode frear um pouco essa grande migração que está tendo do jovem da zona rural para a cidade, como que a gente pode levar para ele, para o Estado, para as universidades, a importância desse jovem estar dentro da sua propriedade, só que ele tem que estar também profissionalizado.”
A assessora ressaltou a necessidade de assistência governamental para que os jovens possam permanecer em suas propriedades e transformar suas atividades rurais em empreendimentos sustentáveis. “O governo tem que dar assistência pra esse jovem, pra que ele possa continuar lá na sua propriedade, fazendo o seu primeiro empreendimento, seja como for a sua propriedade rural que produz, fazer disso um empreendimento mesmo pra que esse jovem não veja necessidade de sair da sua propriedade”, concluiu.
Com o tema “Juventude Rural, Futuro Sustentável”, o evento reuniu 100 jovens da América Latina e do Caribe para fortalecer habilidades em áreas como advocacia, agroecologia, transição verde, acesso à terra, extensão rural, inovação e empreendedorismo. Destacou-se a busca por uma coalizão dedicada ao desenvolvimento rural sustentável, visando uma troca contínua de experiências e compromissos. O encontro teve parcerias com organizações como YPARD, GIZ, AICS, AGROSAVIA, FAO, IICA, União Europeia, entre outras entidades comprometidas com o futuro sustentável.
A Prefeitura de Rio Branco abriu nesta quinta-feira (16) a segunda edição do Festival TechJovem Digital, considerado o maior evento de tecnologia do Acre. Realizado no espaço Maison Borges, no Distrito Industrial da capital, o encontro segue até sexta-feira (17) e tem como tema A nova economia da Inteligência Artificial. O objetivo é aproximar crianças e jovens da tecnologia e do empreendedorismo, ampliando o acesso ao conhecimento digital e à inovação.
O prefeito Tião Bocalom destacou que a iniciativa faz parte da política municipal de valorização da educação tecnológica. “Isso daqui é o que essa garotada precisa. É um grande incentivo para eles continuarem despertando o interesse e buscando caminhos dentro da tecnologia. Estou muito feliz, porque o evento não é só para alunos da rede municipal, mas também para escolas do Estado e de outros municípios”, afirmou.
“O evento é um grande incentivo para a garotada seguir sonhando e explorando o mundo da tecnologia uma iniciativa que conecta escolas municipais, estaduais e de outros municípios!” Tião Bocalom – foto Fred
A programação do festival inclui palestras, oficinas, exposições e o primeiro Campeonato de Robótica do Acre, com a participação de alunos das escolas Marilena Mansour, Hermínio de Melo e Francisco Augusto Bacurau. Durante a atividade, os estudantes desenvolveram mini ventiladores controlados por tablets, equipamentos distribuídos pela Prefeitura à rede municipal de ensino.
O vice-prefeito e secretário de Educação, Alysson Bestene, explicou que o TechJovem integra a estratégia de modernização da educação pública. “Essa é uma idealização do prefeito Tião Bocalom. É um investimento que busca garantir um futuro melhor para nossas crianças, oportunizando à rede municipal o acesso a inovações tecnológicas”, disse.
Além de autoridades locais, o evento contou com a participação de palestrantes nacionais, como a engenheira acreana Carol Pimentel, formada pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ela compartilhou sua trajetória acadêmica e incentivou os jovens a persistirem nos estudos. “Desde novinha eu sempre ouvi que o ITA era a faculdade mais desafiadora do Brasil e passei a sonhar com isso. Meu conselho é que sonhem grande e corram atrás”, afirmou.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Inovação, coronel Ezequiel Bino, destacou que o festival reforça o papel da Prefeitura na formação de novas gerações conectadas ao futuro digital. “O objetivo do TechJovem é despertar, preparar e conectar nossos jovens ao mundo das novas tecnologias. Eles já usam tecnologia, agora precisam aprender a usá-la a seu favor, como ferramenta de trabalho e transformação”, explicou.
O TechJovem Digital é parte de uma política municipal voltada à democratização do ensino tecnológico, que inclui o uso de robótica e programação nas escolas públicas de Rio Branco. A expectativa da gestão é ampliar as ações para novos bairros e municípios da região, consolidando o evento como referência na promoção da inovação no Acre.
A população em situação de rua de Rio Branco recebeu, nesta sexta-feira (17), atendimento integrado de órgãos estaduais, municipais e do Poder Judiciário na Escola Estadual Barão do Rio Branco. A ação faz parte do programa Juntos Pelo Acre, coordenado pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), que levou ao local serviços de registro civil, atendimento jurídico, assistência social e entrega de vestuário.
Durante o mutirão, foram distribuídos 200 kits de roupas para homens e mulheres, cada um contendo duas peças, como parte do programa Vestuário Social. A técnica da SEASDH, Josiane Nobre, representando a vice-governadora e titular da pasta Mailza Assis, afirmou que o serviço busca assegurar o direito básico de acesso a vestimentas e promover dignidade às pessoas em vulnerabilidade.
O representante do Movimento de Apoio às Pessoas em Situação de Rua (Mapsir), André do Nascimento Vitor, destacou a importância da ação para o grupo. “A gente se sentiu bem acolhido pelos órgãos competentes — como o Tribunal de Justiça, a Prefeitura de Rio Branco e o governo do Estado. Hoje aqui tem vários tipos de serviço. Tem para tirar o RG, o registro, dar entrada em benefício. Muitas vezes, a pessoa em situação de rua nem sabe que tem esse direito”, afirmou. Ele ressaltou também que há orientação sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) e o acesso a tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), para quem precisa de acompanhamento especializado.
Além da SEASDH, participaram da mobilização o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Justiça Federal (JF), Advocacia-Geral da União (AGU), Defensoria Pública da União (DPU), Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Polícia Civil do Acre (PCAC) e o projeto Justiça sobre Rodas. Também foram oferecidos serviços clínicos, testagem rápida, vacinação e perícia judicial.
A juíza auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luciana Ortiz, observou que a falta de documentação é uma das principais barreiras enfrentadas por essa população. “Essa população perde todos os dias — está sujeita à chuva, à limpeza urbana, que muitas vezes leva seus pertences e, com eles, a documentação. Então, ela tem muita dificuldade de acesso à cidadania”, explicou.
Segundo Luciana, a proposta do mutirão é reunir todos os órgãos necessários para que as pessoas possam emitir documentos como certidão de nascimento, identidade e título de eleitor, concentrando em um só espaço diversos atendimentos jurídicos, sociais e de saúde. A expectativa era atender cerca de 100 pessoas ao longo do dia.
O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) iniciou nesta quinta-feira, 16, o II Encontro Pop Rua Jud, voltado à construção de soluções e fluxos interinstitucionais para o atendimento e a garantia de direitos das pessoas em situação de rua. O evento, promovido pelo Comitê Multinível, Multissetorial e Interinstitucional (Commi), ocorre em Rio Branco nos dias 16 e 17 de outubro, reunindo representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, instituições parceiras e sociedade civil.
De acordo com dados do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais, o país contabiliza atualmente 345.542 pessoas registradas no CadÚnico nessa condição. O número representa apenas uma parte da realidade, já que muitos não possuem documentos ou acesso a programas sociais, o que amplia a complexidade do tema abordado pelo encontro.
Na abertura, a juíza Isabelle Sacramento representou a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) e destacou a importância da atuação integrada. “O TRE/AC está ciente dessa necessidade de atuação junto às pessoas que enfrentam vulnerabilidades e hoje recebi a notícia que estamos com 100% de conformidade às políticas públicas envolvendo as pessoas em situação de rua”, afirmou.
O desembargador Junior Alberto, diretor em exercício da Escola do Poder Judiciário (Esjud), ressaltou o papel educativo do encontro e citou a frase de Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Segundo ele, a Esjud atua como ponte entre o sistema de justiça e a população, para que os direitos sejam aplicados de forma efetiva.
Encerrando a solenidade de abertura, o presidente do TJAC, desembargador Laudivon Nogueira, afirmou que o compromisso do Judiciário é com a dignidade e a inclusão. “A Justiça não é só um sistema de normas e procedimentos, ela é sobretudo uma expressão concreta de humanidade. A dignidade humana não pode depender de endereços ou de uma vestimenta. O mais vulnerável é o verdadeiro destinatário do nosso trabalho”, declarou.
A programação do encontro inclui palestras e painéis com representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Ministério Público e da Defensoria Pública. O conselheiro Pablo Coutinho apresentou a Resolução 425/2021 do CNJ, que institui diretrizes nacionais para o atendimento à população em situação de rua, baseada em princípios de gestão, governança e medidas de cidadania. Já a juíza Luciana Ortiz relatou um caso em que a falta de endereço quase levou à exclusão de uma idosa de um processo judicial, destacando como as burocracias ainda impedem o acesso pleno à justiça.
Os debates seguiram com mesas sobre boas práticas de atendimento, moradia adequada e empregabilidade. O primeiro dia encerrou com palestras do juiz Giordane Dourado, sobre os desafios da justiça criminal, e do defensor público Renan Oliveira, que tratou do tema “Mutirões e acesso a direitos”. Nesta sexta-feira, o evento prossegue com atividades no centro de Rio Branco, incluindo um mutirão de atendimentos jurídicos e sociais no Colégio Estadual Barão de Rio Branco.