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No Acre, apresentadores de podcast são condenados por discurso discriminatório contra indígenas

Sentença determina pagamento de indenização e retratação pública pelos danos morais coletivos causados

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A Justiça Federal no Acre condenou três apresentadores do podcast Trio Submundo, Geovany Almeida Calegario, Maykon Jones Silva de Moura e Pedro Lucas Araújo Moreira, ao pagamento solidário de R$ 6 mil por danos morais coletivos. O Ministério Público Federal (MPF) havia processado os apresentadores após a veiculação de um vídeo com conteúdo discriminatório, ofensivo e agressivo contra indígenas na internet.

A sentença também ordenou que os apresentadores fizessem uma retratação pública, publicando um vídeo em suas redes sociais pessoais no qual reconhecessem a ilicitude de suas declarações, com duração igual ou superior à do vídeo original em que proferiram os comentários ofensivos.

O vídeo que levou à ação legal do MPF foi compartilhado nas redes sociais em 4 de junho de 2021 e continha comentários depreciativos feitos pelos apresentadores em relação a uma notícia envolvendo um indígena.

Na ação civil pública, o procurador da República Lucas Costa Almeida Dias alegou que os comentários constituíam discurso de ódio, com clara discriminação com base na etnia da pessoa mencionada na notícia. Além disso, o procurador destacou que o uso da internet, especialmente nas plataformas YouTube e Instagram, conferia ao comportamento e aos danos causados um caráter transnacional, não limitado a locais específicos dentro ou fora do território nacional.

A sentença da Justiça Federal ressaltou que, além de violarem os direitos fundamentais do indígena retratado na notícia, bem como de toda a comunidade indígena, os apresentadores também violaram deveres e obrigações estabelecidos em tratados internacionais, como a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.

No mesmo veredito, a Justiça reiterou que o conteúdo do vídeo não estava protegido pelo direito à liberdade de expressão. “O contexto humorístico não isenta a situação de ser caracterizada como discurso ofensivo, direcionado a uma minoria estigmatizada (a comunidade indígena como um todo), disseminando mensagens de estereótipos prejudiciais à dignidade do grupo afetado”, destacou um trecho da sentença.

Embora tenha reconhecido a ilicitude das declarações dos apresentadores, a Justiça Federal considerou que a situação financeira dos acusados não permitia o pagamento do valor originalmente solicitado pelo MPF para a reparação, que era de R$ 100 mil. Portanto, o valor foi reduzido para R$ 6 mil, a ser corrigido desde a data de veiculação do vídeo. A sentença também levou em consideração o curto período de tempo em que o vídeo ficou disponível.

A quantia a ser paga pelos apresentadores como compensação pelos danos morais causados será destinada a projetos educacionais e informativos sobre a cultura indígena no Acre, desenvolvidos com a participação direta das comunidades indígenas e do MPF.

A ação civil pública foi registrada sob o número 1006735-53.2021.4.01.3000.

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Mais de 45 mil pessoas se inscrevem no Programa CNH Social 2025 no Acre

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O Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) encerrou em 7 de maio o período de inscrições para o Programa CNH Social 2025, registrando um total de 45.743 pessoas interessadas. As inscrições foram realizadas exclusivamente pelo site do órgão, entre os dias 8 de abril e 7 de maio.

O programa, criado em 2022 na primeira gestão do governador Gladson Cameli, tem como objetivo oferecer acesso gratuito à primeira habilitação, adição ou mudança de categoria da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal.

Nesta edição, foram ofertadas cinco mil vagas, divididas entre as categorias Urbana, Rural e Estudantil. A previsão é de que a lista com os candidatos contemplados seja divulgada em até 90 dias.

A presidente do Detran/AC, Taynara Martins, afirmou que a iniciativa busca ampliar o acesso à habilitação e contribuir para a geração de renda. “Nosso compromisso é oportunizar que mais acreanos se qualifiquem, tenham independência e melhorem a qualidade de vida de suas famílias”, declarou.

O governo do Acre estima que, até o final de 2026, o programa alcance mais 22 mil pessoas.

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Interdição parcial marca início das obras do complexo viário na Avenida Ceará, em Rio Branco

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O governo do Acre e a Prefeitura de Rio Branco informaram que, a partir da próxima segunda-feira, 12 de maio, será iniciada a interdição parcial da Avenida Ceará para execução das obras do novo complexo viário no centro da capital. A intervenção ocorre no trecho entre a empresa Polo Car, na Avenida Getúlio Vargas, e o semáforo da Rua José de Melo.

Segundo a Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), duas das quatro pistas da avenida serão interditadas. O tráfego será mantido com uma faixa em cada sentido. O bloqueio faz parte da construção da alça 4 do viaduto, onde será realizada a perfuração de estacas para escavação e rebaixamento da via.

De acordo com o engenheiro José Alves, fiscal da obra, os trabalhos ocorrerão de forma escalonada, com cada alça sendo executada separadamente. Após a conclusão da alça 4, a obra seguirá para a alça 2, em frente ao Colégio de Aplicação da Ufac; depois para a alça 3, ao lado da Borracharia 24h; e, por fim, a alça 1, em frente à Secretaria de Estado de Governo (Segov). A estimativa é que cada etapa leve de 20 a 30 dias.

O secretário Ítalo Lopes destacou que a decisão de avançar na obra neste período se deve ao início do verão amazônico. “O governo estabeleceu 2025 como o ano da execução das obras estruturantes. Esse complexo é uma das prioridades para melhorar a mobilidade na capital”, afirmou.

O prefeito Tião Bocalom afirmou que a sinalização provisória foi planejada para reduzir os impactos no trânsito e permitir o avanço da obra. “O número de veículos cresce todos os dias e o trânsito está congestionado. Essa intervenção é necessária para atender a demanda da população”, declarou.

O complexo viário é financiado com recursos do governo federal, por meio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), com investimento total superior a R$ 22 milhões. Deste valor, aproximadamente R$ 17 milhões são oriundos de emenda parlamentar e R$ 4 milhões correspondem à contrapartida estadual.

Imagens divulgadas pela Seop mostram a localização das quatro alças que compõem o projeto, abrangendo imóveis como a Segov, o Colégio de Aplicação da Ufac, a Borracharia 24h e o prédio da Photo Imagem.

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MPAC ajuíza ação para criação de comissão técnica no sistema prisional de Rio Branco

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O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) ingressou com ação civil pública para garantir a criação e funcionamento da Comissão Técnica de Classificação (CTC) no Complexo Penitenciário de Rio Branco. A iniciativa foi tomada pela Promotoria de Justiça Especializada na Tutela do Direito Difuso à Segurança Pública e tem como base a Lei de Execução Penal (LEP).

A CTC é prevista em lei e tem papel fundamental na individualização da pena e no acompanhamento da execução penal. Entre suas funções está a elaboração do exame criminológico, exigido para a progressão de regime, que requer equipe multidisciplinar formada por diretor, chefe de serviço, psiquiatra, psicólogo e assistente social.

O MPAC identificou que, atualmente, há apenas um médico psiquiatra cedido para atender mais de 4.200 pessoas privadas de liberdade em Rio Branco, o que compromete a efetividade da execução penal. Também foi verificado o descumprimento de decisões do Tribunal de Justiça do Acre que determinam a realização dos exames.

“Essa omissão estatal grave resulta em graves violações aos direitos fundamentais à dignidade, segurança e individualização da pena, consolidando um sistema prisional degradado e com alto índice de reincidência criminosa, impactando a sociedade acreana e o regime democrático de direito”, declarou o promotor de Justiça Rodrigo Curti.

Na ação, o MPAC requer que o Estado do Acre e o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) apresentem, no prazo de 60 dias, um plano de ação com cronograma para estruturar e implementar as CTCs nas unidades prisionais da capital. Também foi solicitado que o Iapen, no prazo de 30 dias, realoque servidores efetivos com formação em psicologia e serviço social para compor as comissões.

O MPAC também recomenda que, se necessário, sejam firmados convênios com as redes estadual e municipal de saúde para garantir a presença de médicos psiquiatras, além da convocação e capacitação de aprovados em concurso público. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) deve atuar no apoio e coordenação dos esforços para efetivar as comissões e os exames criminológicos.

A ação foi ajuizada no dia 7 de maio de 2025.

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