Proposta pelo senador da República Sérgio Petecão, foi realizada nesta segunda-feira, 4, no plenário do Senado Federal, a Sessão Solene alusiva ao aniversário de 33 anos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Atendendo convite do parlamentar do Acre, a Organização das Cooperativas Brasileiras no Acre (OCB/AC) esteve representada na solenidade pelo presidente Valdemiro Rocha.
A Conab é uma empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. A Companhia foi criada por meio da Lei n.º 8.029, de 12 de abril de 1990, que autorizou a fusão de três empresas públicas: a Companhia de Financiamento da Produção (CFP), a Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal) e a Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem).
A empresa está presente em todas as regiões brasileiras, com superintendências nos 26 estados e no Distrito Federal, além de 64 Unidades Armazenadoras (UA), como armazéns convencionais e graneleiros, que são capazes de estocar diversos produtos agrícolas e garantir o suprimento alimentar da população. Sua missão é prover inteligência agropecuária e participar da formulação e execução de políticas públicas, contribuindo para a regularidade do abastecimento e formação de renda do produtor rural.
A Companhia tem a responsabilidade de executar estratégias de inclusão social, que são adotadas pelo Governo Federal, com ênfase na geração de emprego e renda. Ela também participa, como órgão executor, de programas e ações governamentais que contribuam para o bem-estar de comunidades que estejam em situação de insegurança alimentar e nutricional, entre eles o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Na oportunidade, o senador Sérgio Petecão, propositor da sessão solene, fez uma explanação sobre a importância da Conab para o Brasil e destacou que o órgão precisa ser cada vez mais fortalecido. O parlamentar foi responsável pela destinação de R$1,8 milhão em emendas parlamentares em 2022 para a execução do PAA no Acre, recursos que contemplaram projetos de 17 cooperativas e associações rurais no estado.
“Um dia muito especial, me sinto honrado de fazer a proposição dessa sessão solene em homenagem a uma instituição tão importante para o nosso país. A Conab nos enche de orgulho e esperança, ela reanima os pequenos produtores com sua atuação em defesa dos que menos tem e menos podem. Para mim o mais gratificante é ver os produtos serem doados para as pessoas que mais precisam, temos que fortalecer a Conab”, enfatizou o senador.
No Acre, o PAA já proporcionou a venda de produtos de 250 famílias de produtores familiares e a distribuição de 450 mil quilos de alimentos para pessoas em insegurança alimentar e nutricional, alimentando 57 mil pessoas.
A superintendente da Conab no Acre, Alessandra Ferraz, que representou todas as unidades da instituição do país na sessão solene, destacou a importância do PAA e agradeceu ao senador Petecão pelas emendas que beneficiaram a agricultura familiar, assim como a OCB Acre pela parceria.
“Participar dessa sessão foi uma grande honra porque a Conab tem uma gratidão muito grande pelo apoio que o senador Petecão já destinou de emendas parlamentares para o órgão. Nós, da Conab, acreditamos que o caminho para que a gente fortaleça e amplie a agricultura familiar no país passa pelo cooperativismo, neste sentido, a OCB tem nos ajudado muito e contribuído efetivamente para a mobilização junto as cooperativas da agricultura familiar do Acre, que tem um potencial produtivo enorme e com certeza o Programa de Aquisição de Alimentos será efetivamente fortalecido e ampliado no estado através do cooperativismo”, disse.
O presidente do Sistema OCB no Acre, Valdemiro Rocha destacou o novo momento em que vive a Conab e a importância do órgão para o fortalecimento da agricultura familiar e do cooperativismo.
“A comemoração dos 33 anos da Conab tem um efeito simbólico muito grande porque o órgão vive um novo momento no atual governo, depois de quase ser extinta no governo passado, ela passa a ter fundamental importância e protagonismo no que se refere a execução de políticas públicas na área da produção e do desenvolvimento, sendo instrumento de execução de políticas executadas por diversos ministérios, além de dar apoio na parte do desenvolvimento econômico, principalmente da agricultura familiar, das comunidades quilombolas, das comunidades indígenas, a Conab será um instrumento extraordinário para acabar com a fome no Brasil”, pontuou.
Rocha destacou ainda que a Conab tem políticas de garantia de preço mínimo, garantia de estocagem da produção, também trabalha para que não falte determinados produtos que são vitais para a criação de suínos, criação de aves e de pequenos animais de maneira geral.
“A Conab foi a instituição que amparou as nossas cooperativas da agricultura familiar no governo passado executando emendas destinadas pelo senador Petecão e pelo deputado federal Flaviano Melo, a quem somos muito gratos, poder estar participando desse momento tão especial para o órgão é motivo de grande satisfação, além disso, foi a oportunidade de reunirmos com a diretoria da Conab nacional para tratar de projetos que vão beneficiar nossos agricultores familiares, extrativistas e as comunidades indígenas”, finalizou.
Sessão prestigiada
Além dos citados, participaram da sessão solene o Diretor-presidente da Conab, Edegar Pretto; a Diretora Executiva da Conab, Rosa Neide; o Presidente da Associação Nacional dos Empregados da Conab, Frederico Menezes; a Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Fernanda Machiaveli; a Secretária Nacional de Segurança Alimentar, Lilian dos Santos; o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; a Deputada Federal, Erika Kokay; o Deputado Federal Carlos Welter e o Superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária no Acre (MAPA), Paulo Trindade.
Texto: Andréia Oliveira e Amanda Oliveira Fotos: Agência Senado
Três artistas da Central de Slam (Acre) foram selecionados para representar a Região Norte no IX Torneio dos Slams, campeonato nacional de poesia falada em equipes, que acontece nos dias 30 e 31 de agosto de 2025, no Instituto Moreira Salles (IMS), na Avenida Paulista, em São Paulo.
Os poetas Natidepoesia, Medusa e MB formarão o time acreano que vai disputar o título contra coletivos de todo o Brasil, em uma das competições mais importantes da cena de Spoken Word no país.
O torneio integra a programação do Encontro Estéticas das Periferias 2025, iniciativa realizada pela Ação Educativa com curadoria de Emerson Alcalde, do tradicional Slam da Guilhermina. Diferente de outros eventos, o campeonato não pretende reunir toda a cena brasileira, mas sim oferecer um panorama da produção poética periférica em diferentes territórios.
Pela primeira vez, a curadoria contemplou grupos de todas as cinco regiões do país, além de coletivos do interior de São Paulo.
As equipes se enfrentarão em fases eliminatórias no sábado, dia 30 de agosto, às 14h (Chave A) e 16h (Chave B). A grande final, com seis comunidades, será realizada no domingo, dia 31 de agosto, a partir das 14h.
O torneio promete ser um marco para a valorização da poesia falada e da arte periférica, destacando vozes que traduzem as experiências, resistências e potências culturais dos territórios brasileiros.
Por Tácio Júnior – Da assessoria Foto: Paulo Murilo
Na sessão desta quarta-feira (14), o vereador André Kamai (PT) voltou a usar a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco para reforçar o pedido de afastamento do secretário Clendes Rocha, alvo de denúncias que, segundo ele, incluem crime eleitoral, assédio moral, perseguição, prevaricação e uso da máquina pública para fins eleitorais e pessoais.
Kamai afirmou que o afastamento é a medida mais adequada para permitir que as investigações ocorram de forma livre, sem influência de quem está no cargo. “Não estamos propondo condenação prévia de ninguém. Estamos propondo um ambiente limpo para investigar denúncias graves. É o procedimento mais digno e honrado que o secretário poderia ter”, disse.
O parlamentar criticou a postura do prefeito Tião Bocalom, que saiu publicamente em defesa do auxiliar, descartando a possibilidade de afastamento. “Recebemos o testemunho de alguém que disse ao prefeito o que estava acontecendo, e ele respondeu que o secretário tem autonomia para fazer. É a primeira vez que vejo um gestor público dizer que alguém tem autonomia para cometer crime. Isso é muita coragem”, ironizou.
André Kamai afirmou que já há evidências, dados e testemunhos suficientes para justificar a investigação. Segundo ele, as denúncias chegam de forma constante, inclusive de pessoas que têm medo de se identificar devido ao comportamento da gestão municipal. “Não estamos aqui discutindo base ou oposição. É uma questão séria e responsável desta casa”, destacou.
O vereador também fez críticas diretas ao próprio Clendes Rocha, lembrando que o superintendente deverá comparecer novamente à Câmara para prestar esclarecimentos. “Espero que não venha aqui de novo usar essa tribuna para mentir e apresentar dados falsos. Essa Casa vai se dar ao respeito”, alertou.
Kamai ainda citou reportagem na qual o secretário se emocionou e declarou ser “grau diamante” em um negócio de venda de perfumes. O vereador ironizou a situação, afirmando ter recebido relatos de que servidores eram obrigados a comprar os produtos. “Assim até eu viro diamante”, disse, antes de reforçar o tom sério do caso.
Encerrando o discurso, Kamai leu o artigo 301 do Código Eleitoral, que trata como crime o uso de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato, ressaltando que um áudio interno apresentado na Câmara comprovaria esse tipo de coação. “Se for necessário, vamos abrir uma CPI para investigar. Não vai ser com grito, chororô ou ameaça que vamos recuar”, concluiu.
A Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre) será um dos destaques da agenda presidencial no Acre, nesta sexta-feira, 8 de agosto. Presente em 20 dos 22 municípios acreanos, a Cooperacre representa hoje o maior arranjo produtivo da sociobioeconomia no estado e em toda a Amazônia, conectando mais de 5 mil famílias agroextrativistas em uma rede integrada de produção, beneficiamento e comercialização sustentável.
A visita do presidente da República marca o reconhecimento à trajetória de 24 anos da Cooperacre, que vem atuando como elo entre a floresta e o mercado, agregando valor à produção comunitária e promovendo inclusão produtiva, segurança alimentar e geração de renda. Com uma base socioprodutiva composta por cooperativas singulares que atuam em unidades de conservação, como reservas extrativistas e florestas públicas, além de assentamentos e territórios de reforma agrária, a rede tem impacto direto na conservação ambiental e no enfrentamento das mudanças climáticas.
Modelo de desenvolvimento sustentável e inclusão social
Com governança democrática e forte compromisso socioambiental, a Cooperacre impulsiona cadeias produtivas como as da castanha-do-brasil, borracha natural, frutas tropicais, palmito pupunha, café robusta amazônico e, em breve, do cacau nativo. A produção é comercializada tanto no mercado local quanto escoada para o mercado nacional e internacional, com exportações já realizadas para 10 países.
Atualmente, a rede beneficia diretamente cerca de 5.350 famílias agroextrativistas, entre cooperadas e fornecedoras, promovendo inclusão produtiva e fortalecimento da economia comunitária em territórios da floresta. A atuação da cooperativa gera aproximadamente 300 empregos diretos e 200 indiretos, consolidando-se como vetor de desenvolvimento local com justiça social. No campo ambiental, a Cooperacre impacta positivamente uma área estimada em 5 milhões de hectares, por meio de práticas de manejo sustentável e sistemas produtivos regenerativos, que aliam conservação da biodiversidade à geração de renda.
Investimentos estratégicos e inovação na bioindústria
Durante a visita presidencial, será apresentada a nova agroindústria de beneficiamento de frutas tropicais, localizada em Rio Branco. Com investimento de R$ 60 milhões em recursos próprios, a planta industrial terá capacidade para processar até 10 milhões de quilos de polpas por ano, oriundas de 10 espécies amazônicas. A unidade está prevista para entrar em operação em janeiro de 2026, beneficiando diretamente cerca de 5 mil famílias da região.
O grande diferencial da agroindústria está na adoção de tecnologia de extração multifruta com envase asséptico, que preserva os atributos nutricionais e sensoriais das frutas, garantindo validade de até 24 meses sem uso de conservantes ou necessidade de refrigeração. Essa inovação amplia a competitividade da Cooperacre em mercados exigentes, reduz perdas logísticas e agrega valor à produção familiar.
Parcerias institucionais e políticas públicas estruturantes
Ao longo de sua história, a Cooperacre vem se consolidando como parceira estratégica de diversas políticas públicas e programas federais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o Pronaf Agroindústria e iniciativas voltadas à reforma agrária. Também é beneficiária de importantes políticas estaduais de apoio à regularização fundiária, infraestrutura produtiva e qualificação técnica.
Reconhecida nacionalmente com o Prêmio SomosCoop, em 2022, a Cooperacre mantém parcerias com instituições como BNDES/Fundo Amazônia, Fundação Banco do Brasil, ApexBrasil, ABDI, Embrapa, Sebrae e Sistema OCB/SESCOOP, entre outras. A articulação com movimentos sociais e organizações comunitárias, como o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), fortalece ainda mais sua atuação na promoção de uma economia de baixo carbono e de alta inclusão social.
Visão de futuro: expansão com sustentabilidade
Com base em seu Plano Estratégico 2023, a Cooperacre projeta ampliar sua infraestrutura por meio de uma carteira de investimentos estruturantes. Entre as ações previstas estão a implantação de novas unidades de beneficiamento de matérias-primas, a construção de uma usina de energia solar e a criação das Casas do Agroextrativista — centros especializados de atendimento direto às famílias produtoras.
O objetivo é qualificar a produção, ampliar a renda e consolidar a rede como um dos principais motores da bioeconomia sustentável na Amazônia.