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MEIO AMBIENTE

Povos indígenas do Juruá renovam compromisso de luta

Na assembleia da Opirj foram debatidas as principais ameaças para as comunidades indígenas

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Foto: Arison Jardim

Arison Jardim

A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj) realizou, nos dias 4 e 5 de novembro, sua Assembleia Geral, renovando o compromisso das comunidades na luta por seus direitos e elegendo sua nova diretoria para os anos 2022-2024.

A Assembleia ocorreu em Cruzeiro do Sul, no auditório da Embrapa, e em seu fechamento teve a participação ainda de representantes da Funai, Exército Brasileiro, Dsei Juruá e ICMBio. A direção eleita foi Francisco Piyãko, como coordenador; Osmildo da Conceição, como vice-coordenador; Adeildo Siqueira, 1º secretário; Lair Lima, 2º secretário; Luiz Nukini, 1º tesoureiro e Francisco Lima, 2º tesoureiro.

Durante a Assembleia, foram debatidas as principais ameaças para as comunidades indígenas da região e as estratégias de atuação da Opirj para enfrentar esses desafios na proteção do território e dos direitos dos povos. Um dos principais pontos levantados foi o desmantelamento das instituições e políticas públicas que de proteção, promoção e desenvolvimento dos povos indígenas.

“…precisamos do Estado mais presente para ajudar.”

“A gente está sofrendo consequência e impactos de ameaças como o tráfico de drogas, que está caminhando para o entorno e para dentro dos nossos territórios. Estamos com medo de ficar refém disso, por isso precisamos do Estado mais presente para ajudar. Estamos para somar e proteger tudo aquilo que é nosso direito e dentro do nosso papel, como povo indígena. Nos colocamos a serviço de fazer desta região, um lugar bom para viver”, afirmou Francisco Piyãko.

“O diálogo e a união ampliam a capacidade de ouvir”

Sobre a atuação da Opirj, que abrange 11 Terras Indígenas, nos cinco municípios da região do Rio Juruá, o primeiro tesoureiro, Luiz Nukini, explica que a organização trabalha em parceria com as instituições públicas, ajudando a dar apoio aos povos na questão de saúde, políticas públicas, cultura, educação e questão fundiária. “Essa organização social é o princípio das políticas indígenas hoje, no país e no Acre. O movimento, junto de outros membros da sociedade, foi que conquistou uma educação diferenciada, o subsistema de saúde e uma Regional da Funai em Cruzeiro do Sul, por exemplo. Hoje, aqui, estamos dando continuidade a esse movimento”.

Outras ameaças apresentadas durante a Assembleia foram os riscos das estradas construídas dentro das florestas, cortando territórios ou próximos, como a Rodovia BR-364 que vai ligar Cruzeiro do Sul a Pucallpa, a UC-105, no Peru, e outros caminhos abertos ligando os municípios da região. Além, ainda, da invasão dos territórios, para caça, pesca e outras atividades ilegais.

MEIO AMBIENTE

Cidades amazônicas têm os piores índices de arborização urbana, segundo IBGE

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Dados do Censo 2022 do IBGE mostram que cidades da Amazônia, incluindo capitais como Rio Branco (AC) e Manaus (AM), apresentam alguns dos menores índices de arborização urbana do país. Apenas 10,7% dos moradores das áreas urbanas do Acre e 13,7% dos do Amazonas vivem em ruas com ao menos cinco árvores, percentual que contrasta com os de estados ligados ao agronegócio, como Mato Grosso do Sul (58,9%) e Paraná (49%).

O levantamento faz parte da pesquisa “Características urbanísticas do entorno dos domicílios” e analisou 5.698 municípios, cobrindo a realidade de 174,1 milhões de brasileiros em áreas urbanas. Quando o critério é a presença de pelo menos uma árvore com 1,70m de altura, 66% da população urbana está coberta. No entanto, esse número cai para 32% quando se exige a presença de cinco árvores ou mais por rua.

Entre os dez piores estados em arborização urbana, cinco estão localizados na Amazônia Legal. A pesquisa aponta que localização geográfica não garante presença de áreas verdes em áreas urbanas. O fator mais relevante, segundo os especialistas ouvidos, é a combinação entre planejamento urbano, investimento público e características culturais.

A coordenadora do MapBiomas Urbano, Mayumi Hirye, afirma que o padrão de ocupação urbana na Amazônia contribuiu para o desmatamento e a baixa cobertura vegetal nas cidades. Ela destaca que a urbanização na região geralmente é feita após a derrubada da floresta para abertura de pastos, seguida pela instalação de núcleos urbanos. Cidades mais antigas ou planejadas, como Londrina (PR) e Maringá (PR), apresentam melhores indicadores por conta da consolidação histórica da arborização urbana.

No Acre, a baixa taxa de arborização urbana acompanha uma tendência observada em toda a Amazônia Legal, apesar da região concentrar a maior floresta tropical do mundo. A discrepância entre o ambiente natural e a infraestrutura urbana aponta desafios para políticas públicas que integrem preservação ambiental com qualidade de vida nas cidades.

Com informações de O Globo

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MEIO AMBIENTE

Estudo aponta mais de 51 mil hectares de capoeira sob pressão agrícola no Acre

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Um levantamento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revela que o Acre possuía, em 2019, 51.113 hectares de vegetação secundária com pelo menos seis anos de regeneração sob alta pressão para conversão em áreas agrícolas. A maior parte desse total está localizada no Vale do Acre, com 38.517 hectares.

O estudo integra o projeto Amazônia 2030, que reúne pesquisadores brasileiros com o objetivo de propor caminhos para o desenvolvimento econômico e humano da região, com base no uso sustentável dos recursos naturais.

Além da vegetação sob alta pressão, foram identificados 143.018 hectares de vegetação secundária sob baixa pressão. De acordo com a pesquisa, essas áreas estão principalmente em assentamentos rurais, imóveis privados e em áreas públicas não destinadas.

Na Amazônia Legal, 28% da vegetação secundária sob alta pressão — o equivalente a 549 mil hectares — encontra-se em áreas públicas sem destinação definida (16%) e vazios fundiários (12%). Esses territórios fazem parte de um total de 143 milhões de hectares que não possuem uso regulamentado. Segundo o Imazon, essa indefinição fundiária torna as áreas mais vulneráveis à supressão. A recomendação é que elas sejam destinadas à conservação e a usos sustentáveis, com base em estudos de planejamento e ordenamento territorial.

Capoeira é o termo utilizado para descrever áreas de vegetação secundária, ou seja, áreas que se regeneram após algum tipo de interferência humana, como desmatamento ou uso agrícola. A presença de capoeiras sob alta pressão agrícola indica que essas regiões, em processo de regeneração ambiental, correm risco de serem convertidas novamente para atividades econômicas, o que compromete a recuperação da cobertura florestal e o equilíbrio ecológico da Amazônia. Essa dinâmica tem implicações diretas na conservação da biodiversidade e no cumprimento das metas de redução do desmatamento no Brasil.

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MEIO AMBIENTE

Cientistas estudam sedimentos da Amazônia para investigar mudanças ambientais ao longo de milhões de anos

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Mais de dois mil tubos contendo amostras do subsolo da Amazônia serão enviados nas próximas semanas do Instituto de Geociências (IGc) da USP para a Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. As amostras fazem parte do Projeto de Perfuração Transamazônica (TADP), que busca investigar a evolução geológica e ambiental da maior floresta tropical do planeta.

Os materiais foram extraídos entre maio e setembro de 2024 na margem sul da Ilha de Marajó, no município de Bagre (PA), e alcançaram 924 metros de profundidade. Cada tubo corresponde a um segmento do poço de perfuração e contém sedimentos depositados pelo Rio Amazonas ao longo de aproximadamente 25 milhões de anos.

As perfurações integram um esforço internacional envolvendo pesquisadores de 12 países. No Brasil, o projeto é coordenado pelo geólogo André Sawakuchi, da USP, e conta com a participação de cientistas de outras dez universidades públicas, além do Museu Paraense Emílio Goeldi.

O material será analisado em laboratórios nos Estados Unidos e em outros países para estudos físicos, químicos e biológicos. As análises incluem a identificação de vestígios de pólen, partículas de carvão e grãos de quartzo, o que permitirá reconstituir aspectos do clima, da paisagem e da biodiversidade da Amazônia em diferentes períodos históricos.

Parte das análises será feita em um laboratório escuro, com técnicas de luminescência que permitem determinar a idade e a origem geográfica dos grãos de areia. A identificação da procedência dos sedimentos é fundamental para entender como os eventos geológicos, como o soerguimento da Cordilheira dos Andes, influenciaram a formação da Bacia Amazônica e os sistemas fluviais atuais.

O TADP também realizou uma perfuração anterior, entre junho e dezembro de 2023, no município de Rodrigues Alves, no Acre. Essa escavação alcançou 923 metros de profundidade. Ambas as operações enfrentaram dificuldades técnicas e limitações de recursos, o que impediu que as metas iniciais de perfurar até 2 mil metros fossem atingidas.

Apesar dos desafios, os pesquisadores consideram que o material coletado representa um avanço nas investigações sobre a história da Amazônia. As perfurações realizadas foram as mais profundas já conduzidas na região.

Com informações de globo.com – Foto: Herton Escobar / USP Imagens

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