A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) por meio do seu presidente, deputado Luiz Gonzaga (PSDB) e demais integrantes da Mesa Diretora, promoveu na manhã desta quarta-feira (31) a 3° Reunião Ampliada do Colegiado de Deputadas e Deputados do Parlamento Amazônico. O encontro contou com a participação de 47 deputados que debateram sobre o desenvolvimento e dificuldades de acesso a estados da região Norte.
O encontro funciona da seguinte forma: cada estado aponta o que deve ser discutido para aquela região e um relatório é montado para ser entregue ao presidente Lula com as reivindicações. Além da particularidade de cada estado, um assunto unânime entre os parlamentares da região Norte é a questão da logística, com alto preço de passagens áreas e a dificuldade de acesso até as capitais de estados nortistas.
Na 3° Reunião do Parlamento Amazônico as palestras ministradas tiveram como tema: aviação comercial, viabilidade do Projeto Multimodal Manta, potencial da agência para alavancar os produtos da Amazônia no mercado internacional e o elo de integração trinacional.
A Associação do Parlamento Amazônico é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos com mais de 20 anos de existência, na luta em defesa dos povos, e dos Estados que integram a Amazônia brasileira, que são eles: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, realiza nesta Assembleia Legislativa do Estado do Acre, a Terceira Reunião Ordinária do ano de 2023.
A solenidade foi iniciada com a apresentação dos hinos Brasileiro e Acreano. Em seguida, o coral da Aleac, regido pelo maestro Lidson Martins, apresentou um medley regional composto por músicas amazônicas que retratam as características específicas dos estados do Norte.
O presidente da Aleac, deputado Luiz Gonzaga deu as boas-vindas aos parlamentares representantes dos estados amazônicos, em seguida falou sobre o sentimento de gratidão pela presença de cada um. Ele também pontuou que da reunião sairão estratégias para contribuir com a resolução de problemas ainda enfrentadas no Norte do país.
“Nosso sentimento é de gratidão por essa oportunidade tão importante de sediar a 3° Reunião do Parlamento Amazônico. Damos as boas-vindas a todos os parlamentares que vieram ao legislativo acreano participar do encontro. Agradeço ao primeiro-secretário, Nicolau Júnior, pelo excelente trabalho feito junto a equipe da Casa para esse momento acontecer”, enalteceu.
Gonzaga disse ainda que a realização da Reunião no Acre é uma conquista muito importante para os deputados acreanos. “Nós, do Poder Legislativo Acreano, nos sentimos imensamente honrados pela presença de vocês, valorosos parlamentares empenhados em construir o desenvolvimento dos estados amazônicos. Essa luta é o que nos une. Desta forma, podemos traçar estratégias que contribuam com a resolução de problemas. Daqui sairemos com novas propostas e ações”.
Na abertura da reunião o governador Gladson Cameli (Progressista) destacou a importância do encontro. Agradeceu ainda a presença dos parlamentares e afirmou que vai entrar em contato com os governadores dos estados representados para solicitar uma reunião com o presidente da República.
“Agradeço a presença de todos, fiz questão de nominar em meu discurso cada parlamentar que se deslocou de seu respectivo estado para participar desse encontro, pois isso representa muito para nós. Vou repetir o que disse em minha posse: se não tivermos a consciência de estarmos unidos e fazermos uma frente junto ao Governo Federal para reivindicarmos pelos nossos estados, não avançaremos. Me coloco à disposição e entrarei em contato com os governadores do Norte para pedir uma reunião com o presidente da república”, disse.
Em sua fala, a presidente do Parlamento Amazônico, deputada estadual amapaense Edna Auzier (PSD), agradeceu a boa receptividade dos parlamentares acreanos. Ela destacou ainda a presença do governador do Acre no evento, Gladson Cameli, afirmando que sua participação no encontro demonstra seu compromisso com os estados vizinhos.
“Primeiramente, quero agradecer a receptividade carinhosa que recebemos nesta casa, muito obrigada de verdade. Fiquei emocionada com a apresentação do coral da Aleac, o maestro Lindson fez com que eu me sentisse na minha cidade, no Amapá. Que homenagem linda. Quero ainda agradecer a presença do governador Gladson Cameli no evento, é muito importante sua presença aqui. Sua participação sem dúvida fortalece o debate”, disse.
Edna Auzier frisou que no Acre pontualmente será tratado a pauta da aviação, um assunto delicado porque envolve o povo que reside em áreas mais isoladas do Estado.
“Precisamos dar celeridade a este tema, a população precisa de mobilidade tanto terrestre quanto área e os acreanos sofrem com essa carência. Precisamos levar isso à Brasília, é para isso que nos reunimos, para juntos encontrarmos soluções para os problemas existentes em cada estado da Amazônia. Já realizamos 13 reuniões do parlamento, iniciamos em Rondônia, Acre e finalizaremos em Tocantins. Após isso faremos uma carta geral sobre tudo que foi discutido, mas, com as reivindicações específicas de cada estado em anexo. Já adianto que temos muitos assuntos incomuns como a regularização fundiária, mineração, recuperação das nossas BR’s e das nossas tão sonhadas licenças, nós precisamos desenvolver nossa Amazônica”, complementou.
Para o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Assurbanipal Mesquita, o encontro também é uma forma de fortalecimento dos negócios entre os estados da Amazônia.
“A oportunidade que vamos ter aqui é falar um pouco da inserção geoeconômica do estado do Acre. Estamos trabalhando na promoção desse corredor interoceânico e aí vamos mostrar que o fortalecimento do ambiente de negócio no estado do Acre nos últimos quatro anos; o crescimento do agronegócio, da indústria da madeira e animal e essa relação internacional com o Peru. Neste sentido, vamos aproveitar a oportunidade e vamos apresentar esse projeto. A ideia é que outros estados fortaleçam esse corredor”, enfatizou.
Durante as palestras, os parlamentares presentes fizeram questionamentos e sugestões aos palestrantes. Um dos assuntos mais reivindicados foi sobre as condições e horários dos voos e questão de logísticas do Estado.
Participaram do dispositivo de honra o presidente da Aleac, Luiz Gonzaga; o governador Gladson Cameli; a presidente do Parlamento Amazônico, Edna Auzier; o primeiro secretário da Aleac, Nicolau Júnior; o presidente da Assembleia de Rondônia, Marcelo Cruz; segundo vice-presidente da Assembleia do Amapá, Fabrício Furlan e o vice-presidente da Unale, Adjunto Afonso.
Palestras ministradas durante o encontro:
Tiago Sousa Pereira, Presidente da ANAC, fez uma palestra virtual sobre A Aviação Comercial de Passageiros na Amazônia.
Arthur de Freitas Lisboa, coordenador geral de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais da SUFRAMA, falou sobre a Viabilidade do Projeto Multimodal Manta (Equador) Manaus (Brasil).
Marcelo Ramos, chefe do gabinete de Relações Institucionais da Petrobrás fez uma exposição sobre A Exploração do Petróleo no Amapá.
Assurbanipal Mesquita, secretário de Estado de Indústria, Comércio, Ciências e Tecnologia do Acre, abordou sobre o Estado, como Elo de Integração Trinacional.
Texto: Andressa Oliveira e Mircléia Magalhães Fotos: Sérgio Vale
O Ministério dos Transportes, a Casa Civil e uma delegação de engenheiros ferroviários da China se reuniram nesta semana para tratar da possível implantação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru, que poderá integrar os estados do Acre e Rondônia a uma rota internacional de exportação. A proposta prevê a conexão ferroviária entre o Porto Sul, na Bahia, e o porto de Chancay, no Peru, cruzando o território brasileiro de leste a oeste.
O projeto foi tema de uma visita técnica em Ilhéus (BA), incluindo inspeções na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e no Porto Sul. Segundo o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, a infraestrutura seria responsável por escoar cargas do centro do país, passando por estados como Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre até o Pacífico.
A delegação chinesa estuda a viabilidade do projeto e deve elaborar um novo estudo técnico para avaliar a implantação da ferrovia transcontinental. A iniciativa é considerada uma estratégia para ampliar o comércio entre a América do Sul e a Ásia, encurtando o tempo de transporte marítimo entre os dois continentes em cerca de 10 dias.
A Malha I da Fiol, entre Caetité e Ilhéus, já tem 537 quilômetros em construção e é gerida pela empresa Bamin. O trecho é parte do projeto Fico-Fiol, que integra as ferrovias de Integração Centro-Oeste e Oeste-Leste, com 2,7 mil quilômetros entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, incluído no Novo PAC, com previsão de R$ 28,7 bilhões em investimentos.
A comitiva chinesa também visitou pontos de integração entre as ferrovias, como o entroncamento em Mara Rosa (GO) com a Ferrovia Norte-Sul, e deve seguir para o Porto de Santos (SP). A agenda antecede a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, marcada para maio, no âmbito da Celac, onde devem ser aprofundadas as tratativas bilaterais sobre infraestrutura.
A possibilidade de extensão do corredor até o Acre e Rondônia está associada à estratégia de escoamento da produção de grãos e minérios, especialmente para o mercado chinês. Segundo o Ministério dos Transportes, o Brasil exporta cerca de US$ 350 bilhões por ano, sendo a China o principal destino, com destaque para minério de ferro e soja.
A reunião entre representantes do Ministério dos Transportes, da Casa Civil e a delegação chinesa ocorreu em Brasília na terça-feira, 15 de abril de 2025.
Representantes de 12 municípios participantes do Programa Turismo Futuro Brasil reuniram-se durante a WTM Latin America para discutir estratégias de consolidação do turismo sustentável e inclusivo no país. O encontro integra as ações do programa promovido pelo Sebrae em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio técnico da GKS Inteligência Territorial.
O objetivo é estruturar políticas públicas e práticas que melhorem a experiência turística, incluindo aspectos de acessibilidade, governança, inovação, sustentabilidade, marketing e segurança. A atuação em rede tem permitido a troca de experiências e o desenvolvimento de soluções adaptadas a diferentes contextos regionais.
Participam da iniciativa os municípios de Pirenópolis (GO), Bonito (MS), Penedo (AL), São Luís (MA), Recife (PE), Belém (PA), Novo Airão (AM), Curitiba (PR), Bombinhas (SC), Belo Horizonte (MG), Ilhabela (SP) e Paraty (RJ). Ao longo de dois anos, essas cidades passaram por diagnósticos e consultorias para implementação de projetos voltados ao turismo sustentável e acessível.
Segundo o Sebrae, o programa está em fase de reavaliação, que deve ocorrer em maio, com o objetivo de mensurar os avanços em cada dimensão prioritária. A troca de experiências entre os municípios é apontada como um dos pontos centrais da metodologia.
Exemplos locais incluem o uso de sensores para monitoramento do fluxo turístico em Ilhabela (SP), investimentos em infraestrutura e capacitação indígena em Novo Airão (AM) e ações de ordenamento do centro histórico de Paraty (RJ). Em São Luís (MA), destacou-se o esforço de mobilização da sociedade e do setor produtivo.
O Programa Turismo Futuro Brasil contribui para preparar as cidades para o reconhecimento como Destino Turístico Inteligente (DTI), conforme critérios que vêm sendo definidos pelo Ministério do Turismo.
Para o Sebrae, mais do que atender visitantes, o foco da estratégia é melhorar as condições de vida da população local por meio do turismo estruturado e integrado a outras políticas públicas.
O Governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), entregou nesta quinta-feira, 17 de abril, mais de 13 mil quilos de alimentos, além de 300 kits de higiene, 300 kits de limpeza e 68 colchões a comunidades indígenas dos municípios de Feijó e Tarauacá.
A iniciativa foi uma resposta aos impactos causados pelas enchentes e enxurradas registradas nos meses de março e abril, que atingiram plantações e estruturas habitacionais de diversas aldeias. Em Feijó, as comunidades beneficiadas foram Boa União, Novo Paraíso, Paroá Central, Xiná Banu, Nova Aliança, Curralinho e famílias indígenas em tratamento de saúde. Em Tarauacá, os itens foram destinados à Terra Indígena Praia do Carapanã, Aldeia Água Viva e Terra Indígena Igarapé Primavera.
Segundo a SEASDH, as cestas básicas com 25 quilos de alimentos foram armazenadas no galpão da Cageacre e distribuídas com apoio do Polo Básico de Saúde Indígena de Feijó. A destruição de roçados e hortas prejudicou a subsistência de dezenas de famílias. Em Boa União, a avaliação técnica indicou a necessidade de realocação de 32 famílias por instabilidade do solo. Também foram identificadas perdas de pequenos animais e plantações em aldeias como Paroá Central.
Além da ajuda às aldeias, 50 cestas foram destinadas a famílias de alunos da rede estadual de ensino em Feijó. A ação contou com participação da coordenação local da educação, da equipe de saúde indígena e da prefeitura municipal, representada pelo vice-prefeito Juarez Leitão.
A entrega dos itens foi acompanhada por representantes do governo estadual, entre eles a técnica de referência para assuntos indígenas e comunidades tradicionais, Andréia Guedes, e a nutricionista Daiane Alves, responsável pela avaliação das necessidades nutricionais das famílias afetadas.
O município de Feijó concentra a maior população indígena do estado, com mais de 5 mil pessoas. A SEASDH anunciou que outras comunidades também receberão apoio, como a Terra Indígena Katukina/Kaxinawá e áreas solicitadas pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Juruá.
A operação de assistência segue as diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).