A Assembleia Legislativa do Acre aprovou nesta quarta-feira, 5 de novembro, o Projeto de Lei nº 172/2025, que cria o Orçamento Climático do Estado. A proposta, enviada pelo governo, estabelece previsão específica de recursos públicos para ações de enfrentamento às mudanças do clima e mitigação dos impactos de enchentes, secas e outros eventos extremos que atingem municípios e comunidades do Acre .
O relator da matéria, deputado Eduardo Ribeiro (PSD), afirmou que o novo orçamento garante planejamento contínuo para investimentos ambientais. Segundo ele, o projeto estrutura políticas de monitoramento e aplicação dos recursos ao prever a criação de um Comitê de Governança responsável por acompanhar todas as ações. “Essa iniciativa vem para consolidar o compromisso do Acre com o meio ambiente e fortalecer a gestão pública nesse setor”, declarou o parlamentar .
O deputado Tadeu Hassem (Republicanos) defendeu que o orçamento permitirá respostas mais rápidas diante de eventos extremos. Ele citou Brasiléia ao relembrar que o município enfrentou, no mesmo ano, a maior cheia já registrada e, meses depois, a maior seca. “É fundamental que o orçamento contemple políticas de enfrentamento a esses fenômenos”, afirmou .
A deputada Michelle Melo (PDT) reforçou que o Estado precisa garantir transparência nos gastos e direcionamento dos recursos às populações impactadas. “Nossas cidades e comunidades ribeirinhas estão sendo diretamente afetadas pelas mudanças do clima”, disse .
Outros parlamentares destacaram o papel da Assembleia nas pautas ambientais. Afonso Fernandes (Solidariedade) lembrou a criação da Comissão de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas para ampliar o debate. Arlenilson Cunha (PL) afirmou que acompanhou de perto o impacto das cheias e estiagens sobre ribeirinhos e produtores e elogiou o governo pela iniciativa. Tanízio Sá (MDB) avaliou que a aprovação demonstra o alinhamento do Parlamento com a pauta climática .
O único voto contrário foi do deputado Emerson Jarude (Novo), que questionou a falta de detalhamento da proposta. Para ele, o texto não apresenta planejamento financeiro ou definição de metas. “A nomenclatura ‘orçamento climático’ é mero marketing”, declarou .
Com a aprovação, o Acre passa a incluir o tema climático de forma permanente na gestão orçamentária do Estado, alinhando-se às discussões internacionais que serão intensificadas durante a COP-30, prevista para ocorrer no Pará em 2025 .